Espacialidade e imaginário: uma análise da literatura fantástica latino-americana nos contos de Lygia Fagundes Telles e de Jorge Luis Borges

• Autor(a) principal: Oliveira, Jany Alfaia de
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-03012023-174902/
• topic: Espacialidade; Fantastic; Fantástico; Imagens poéticas; Imaginário; Imaginary; Poetic images; Spatiality

O corpus do presente trabalho é composto pelos contos \"Os Objetos\", \"A caçada\" e \"O Encontro\", de Lygia Fagundes Telles, e pelos contos \"El Aleph\", \"El Sur\" e \"El Outro\", de Jorge Luis Borges, sobre os quais nos debruçamos com o objetivo de analisar a Literatura Fantástica Argentina e Brasileira, perseguindo as relações tecidas nas narrativas, notadamente no que se refere ao espaço imaginário criado pelas personagens. Na fundamentação teórica, a abordagem gira em torno da origem do fantástico na Europa e na América Latina; da arquitetura do espaço na literatura fantástica e, por fim, sobre categorias como imaginário, imagem e imaginação. Além do estudo do espaço e de seus desdobramentos, percebemos a necessidade de abarcar a análise do eu, do outro e do mundo nos contos. Para tanto, a proposta metodológica fundamenta-se numa perspectiva fenomenológica, encontrada sobretudo nas obras A Poética do Espaço, de Gaston Bachelard (2008), e Ser e Tempo, de Martin Heidegger (2015), além de outras que complementam o estudo, como A Poética do Devaneio, de Gaston Bachelard (2018). Os resultados indicam a presença de algumas imagens poéticas nas obras de Lygia Fagundes e de Borges, às quais transcendem a realidade para o espaço do imaginário. Observamos ser imprescindível compreendermos que, ao determinarmos uma fenomenologia do imaginário - onde a imaginação é colocada no seu lugar como princípio de excitação direta do devir -, a imaginação tenta um futuro e, a partir disso, um mundo se forma no nosso devaneio, um mundo que é o nosso mundo. E esse mundo nos ensina as várias possibilidades de engrandecimento de nosso ser nesse universo.