Efeitos do exercício físico sobre o metabolismo oxidativo hepático e muscular em camundongos obesos e nocautes para adiponectina.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Spagnol, Alexandre Roveratti
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-16112022-160054/
Resumo: Historicamente, o organismo dos seres humanos foi adaptado à escassez alimentar e a uma alta exigência energética através da atividade física, fatores estes que moldaram nosso metabolismo. Nos dias atuais, estes mesmos organismos pairam sobre um ambiente controverso, onde a alta disponibilidade calórica e a inatividade física promovem um ecossistema obesogênico. Hoje, obesidade é um problema de saúde pública mundial. O tecido adiposo tem como principal adipocina secretada, a Adiponectina, um importante hormônio que atua beneficamente no metabolismo dos tecidos muscular e hepático, principalmente se modulada pelo exercício físico. O presente estudo tem como objetivo avaliar os efeitos do exercício físico na via da adiponectina nos tecidos muscular e hepático em animais induzidos à obesidade por dieta hiperlipídica. Foram utilizados camundongos C56Bl6 machos divididos incialmente em 2 grupos: Wild Type (WT) e Knockout para adiponectina (adipoKO). Os animais WT validaram o aumento da adiponectina sérica promovida pelo protocolo de exercício físico (EF). Após esta etapa o foco do estudo se concentrou sobre os animais adipoKO, onde foram divididos em 3 grupos: C: controle, H: animais que receberam a dieta hiperlipídica e HT: animais que receberam a dieta hiperlipídica e submetidos ao treinamento em esteira rolante durante 8 semanas. Como resultados iniciais obtivemos a redução do peso corporal, a melhora do KITT, porém não houve melhora na sensibilidade glicêmica. Portanto, foi avaliado no tecido hepático genes (RNAm) da via glicogenólise e gliconeogênese, os quais não foram alterados pelo EF demonstrando possível dependência à adiponectina. Foi determinado histologicamente o quadro de esteatose hepática induzida pela dieta, porém o EF não foi capaz de restaurar gotas lipídicas micro e macrovesiculares à nível do grupo Controle. A partir disto, genes relacionados à via da adiponectina foram avaliados para entender a participação do EF neste tecido. O PPAR<font face = \"symbol\">g, corrobora fortemente com a literatura como ativador da oxidação lipídica hepática, demonstrou alta expressão não dependente de adiponectina nos animais obesos sendo restaurado à níveis controle pelo exercício, em parte explicado também pela superexpressão de Acsl3 pela dieta hiperlipídica. Histologicamente, constatamos que o EF não induz hipertrofia nas miofibras e não reduz acúmulo de lipídeos no músculo esquelético em animais AdipoKO, embora o PGC-1<font face = \"symbol\">a seja superexpresso pelo exercício físico no músculo esquelético mesmo não encontrada diferenças na expressão de receptores AdipoR1. Por fim, nossos resultados, postulam que, neste modelo, tão importante quanto a restauração da sensibilidade à insulina para uma melhora sistêmica do organismo, é a presença da adiponectina para o metabolismo da glicose e embora ocorra a redução o peso corporal, o protocolo de exercício físico aeróbio não sustentou efeitos significativos glicolíticos no fígado, na redução de lipídeos nos tecidos hepático e muscular na ausência de adiponectina.
id USP_e93914658921a5f837df1d0d0a211f33
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-16112022-160054
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Efeitos do exercício físico sobre o metabolismo oxidativo hepático e muscular em camundongos obesos e nocautes para adiponectina.Effects of physical exercise on hepatic and muscle oxidative metabolism in adiponectin knockout obese mice.AdiponectinAdiponectinaExercício físicoMetabolismo oxidativoObesidadeObesityOxidative metabolismPhysical exerciseHistoricamente, o organismo dos seres humanos foi adaptado à escassez alimentar e a uma alta exigência energética através da atividade física, fatores estes que moldaram nosso metabolismo. Nos dias atuais, estes mesmos organismos pairam sobre um ambiente controverso, onde a alta disponibilidade calórica e a inatividade física promovem um ecossistema obesogênico. Hoje, obesidade é um problema de saúde pública mundial. O tecido adiposo tem como principal adipocina secretada, a Adiponectina, um importante hormônio que atua beneficamente no metabolismo dos tecidos muscular e hepático, principalmente se modulada pelo exercício físico. O presente estudo tem como objetivo avaliar os efeitos do exercício físico na via da adiponectina nos tecidos muscular e hepático em animais induzidos à obesidade por dieta hiperlipídica. Foram utilizados camundongos C56Bl6 machos divididos incialmente em 2 grupos: Wild Type (WT) e Knockout para adiponectina (adipoKO). Os animais WT validaram o aumento da adiponectina sérica promovida pelo protocolo de exercício físico (EF). Após esta etapa o foco do estudo se concentrou sobre os animais adipoKO, onde foram divididos em 3 grupos: C: controle, H: animais que receberam a dieta hiperlipídica e HT: animais que receberam a dieta hiperlipídica e submetidos ao treinamento em esteira rolante durante 8 semanas. Como resultados iniciais obtivemos a redução do peso corporal, a melhora do KITT, porém não houve melhora na sensibilidade glicêmica. Portanto, foi avaliado no tecido hepático genes (RNAm) da via glicogenólise e gliconeogênese, os quais não foram alterados pelo EF demonstrando possível dependência à adiponectina. Foi determinado histologicamente o quadro de esteatose hepática induzida pela dieta, porém o EF não foi capaz de restaurar gotas lipídicas micro e macrovesiculares à nível do grupo Controle. A partir disto, genes relacionados à via da adiponectina foram avaliados para entender a participação do EF neste tecido. O PPAR<font face = \"symbol\">g, corrobora fortemente com a literatura como ativador da oxidação lipídica hepática, demonstrou alta expressão não dependente de adiponectina nos animais obesos sendo restaurado à níveis controle pelo exercício, em parte explicado também pela superexpressão de Acsl3 pela dieta hiperlipídica. Histologicamente, constatamos que o EF não induz hipertrofia nas miofibras e não reduz acúmulo de lipídeos no músculo esquelético em animais AdipoKO, embora o PGC-1<font face = \"symbol\">a seja superexpresso pelo exercício físico no músculo esquelético mesmo não encontrada diferenças na expressão de receptores AdipoR1. Por fim, nossos resultados, postulam que, neste modelo, tão importante quanto a restauração da sensibilidade à insulina para uma melhora sistêmica do organismo, é a presença da adiponectina para o metabolismo da glicose e embora ocorra a redução o peso corporal, o protocolo de exercício físico aeróbio não sustentou efeitos significativos glicolíticos no fígado, na redução de lipídeos nos tecidos hepático e muscular na ausência de adiponectina.Historically, human beings\' bodies were adapted to food shortages and a high energy requirement through physical activity, factors that shaped our metabolism. Nowadays, these same organisms hover over a controversial environment, where high caloric availability and physical inactivity promote an obesogenic ecosystem. Today, obesity is a global public health issue. Adipose tissue has as its main secreted adipokine, Adiponectin, an important hormone that acts beneficially in the metabolism of muscle and liver tissue, especially if modulated by physical exercise. This study aims to evaluate the effects of physical exercise on the adiponectin pathway in muscle and liver tissue in animals induced to obesity by a high-fat diet. Male C56Bl6 mice were initially divided into 2 groups: Wild Type (WT) and Knockout for adiponectin (adipoKO). The WT animals validated the increase in serum adiponectin promoted by the physical exercise protocol (PE). After this step, the focus of the study was concentrated on the adipoKO animals, which were divided into 3 groups: C: control, H: animals that received the high-fat diet and HT: animals that received the high-fat diet and underwent training on a treadmill during 8 weeks. As initial results, we obtained a reduction in body weight, an improvement in KITT, but there was no improvement in glycemic sensitivity. Therefore, genes (mRNA) of the glycogenolysis and gluconeogenesis pathway were evaluated in liver tissue, which were not altered by EF, demonstrating a possible dependence on adiponectin. Highfat diet-induced hepatic steatosis was histologically determined, but the EF was not able to restore micro and macrovesicular lipid drops at the level of the Control group. From this, genes related to the adiponectin pathway were evaluated to understand the participation of EF in this tissue. PPAR<font face = \"symbol\">g, strongly corroborates the literature as an activator of hepatic lipid oxidation, showed high non-dependent expression of adiponectin in obese animals, being restored to control levels by exercise, in part also explained by the overexpression of Acsl3 by the high-fat diet. Histologically, we found that EF does not induce myofiber hypertrophy and does not reduce lipid accumulation in skeletal muscle in AdipoKO animals, although PGC-1<font face = \"symbol\">a is overexpressed by physical exercise in skeletal muscle even though no differences were found in the expression of AdipoR1 receptors. Finally, our results postulate that, in this model, as important as the restoration of insulin sensitivity for a systemic improvement of the body is the presence of adiponectin for glucose metabolism and, although there is a reduction in body weight, the protocol of aerobic physical exercise did not support significant liver glycolytic effects and lipid reduction in liver and muscle tissue in the absence of adiponectin.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPRodrigues, Alice CristinaSpagnol, Alexandre Roveratti2022-02-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-16112022-160054/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-12-01T15:00:59Zoai:teses.usp.br:tde-16112022-160054Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-12-01T15:00:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Efeitos do exercício físico sobre o metabolismo oxidativo hepático e muscular em camundongos obesos e nocautes para adiponectina.
Effects of physical exercise on hepatic and muscle oxidative metabolism in adiponectin knockout obese mice.
title Efeitos do exercício físico sobre o metabolismo oxidativo hepático e muscular em camundongos obesos e nocautes para adiponectina.
spellingShingle Efeitos do exercício físico sobre o metabolismo oxidativo hepático e muscular em camundongos obesos e nocautes para adiponectina.
Spagnol, Alexandre Roveratti
Adiponectin
Adiponectina
Exercício físico
Metabolismo oxidativo
Obesidade
Obesity
Oxidative metabolism
Physical exercise
title_short Efeitos do exercício físico sobre o metabolismo oxidativo hepático e muscular em camundongos obesos e nocautes para adiponectina.
title_full Efeitos do exercício físico sobre o metabolismo oxidativo hepático e muscular em camundongos obesos e nocautes para adiponectina.
title_fullStr Efeitos do exercício físico sobre o metabolismo oxidativo hepático e muscular em camundongos obesos e nocautes para adiponectina.
title_full_unstemmed Efeitos do exercício físico sobre o metabolismo oxidativo hepático e muscular em camundongos obesos e nocautes para adiponectina.
title_sort Efeitos do exercício físico sobre o metabolismo oxidativo hepático e muscular em camundongos obesos e nocautes para adiponectina.
author Spagnol, Alexandre Roveratti
author_facet Spagnol, Alexandre Roveratti
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Rodrigues, Alice Cristina
dc.contributor.author.fl_str_mv Spagnol, Alexandre Roveratti
dc.subject.por.fl_str_mv Adiponectin
Adiponectina
Exercício físico
Metabolismo oxidativo
Obesidade
Obesity
Oxidative metabolism
Physical exercise
topic Adiponectin
Adiponectina
Exercício físico
Metabolismo oxidativo
Obesidade
Obesity
Oxidative metabolism
Physical exercise
description Historicamente, o organismo dos seres humanos foi adaptado à escassez alimentar e a uma alta exigência energética através da atividade física, fatores estes que moldaram nosso metabolismo. Nos dias atuais, estes mesmos organismos pairam sobre um ambiente controverso, onde a alta disponibilidade calórica e a inatividade física promovem um ecossistema obesogênico. Hoje, obesidade é um problema de saúde pública mundial. O tecido adiposo tem como principal adipocina secretada, a Adiponectina, um importante hormônio que atua beneficamente no metabolismo dos tecidos muscular e hepático, principalmente se modulada pelo exercício físico. O presente estudo tem como objetivo avaliar os efeitos do exercício físico na via da adiponectina nos tecidos muscular e hepático em animais induzidos à obesidade por dieta hiperlipídica. Foram utilizados camundongos C56Bl6 machos divididos incialmente em 2 grupos: Wild Type (WT) e Knockout para adiponectina (adipoKO). Os animais WT validaram o aumento da adiponectina sérica promovida pelo protocolo de exercício físico (EF). Após esta etapa o foco do estudo se concentrou sobre os animais adipoKO, onde foram divididos em 3 grupos: C: controle, H: animais que receberam a dieta hiperlipídica e HT: animais que receberam a dieta hiperlipídica e submetidos ao treinamento em esteira rolante durante 8 semanas. Como resultados iniciais obtivemos a redução do peso corporal, a melhora do KITT, porém não houve melhora na sensibilidade glicêmica. Portanto, foi avaliado no tecido hepático genes (RNAm) da via glicogenólise e gliconeogênese, os quais não foram alterados pelo EF demonstrando possível dependência à adiponectina. Foi determinado histologicamente o quadro de esteatose hepática induzida pela dieta, porém o EF não foi capaz de restaurar gotas lipídicas micro e macrovesiculares à nível do grupo Controle. A partir disto, genes relacionados à via da adiponectina foram avaliados para entender a participação do EF neste tecido. O PPAR<font face = \"symbol\">g, corrobora fortemente com a literatura como ativador da oxidação lipídica hepática, demonstrou alta expressão não dependente de adiponectina nos animais obesos sendo restaurado à níveis controle pelo exercício, em parte explicado também pela superexpressão de Acsl3 pela dieta hiperlipídica. Histologicamente, constatamos que o EF não induz hipertrofia nas miofibras e não reduz acúmulo de lipídeos no músculo esquelético em animais AdipoKO, embora o PGC-1<font face = \"symbol\">a seja superexpresso pelo exercício físico no músculo esquelético mesmo não encontrada diferenças na expressão de receptores AdipoR1. Por fim, nossos resultados, postulam que, neste modelo, tão importante quanto a restauração da sensibilidade à insulina para uma melhora sistêmica do organismo, é a presença da adiponectina para o metabolismo da glicose e embora ocorra a redução o peso corporal, o protocolo de exercício físico aeróbio não sustentou efeitos significativos glicolíticos no fígado, na redução de lipídeos nos tecidos hepático e muscular na ausência de adiponectina.
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-02-02
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-16112022-160054/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-16112022-160054/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090784159334400