Sobre fazer projeto e aprender a fazer projeto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brandão, Otávio Curtiss Silviano
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-17022009-082657/
Resumo: Para se fazer projeto arquitetônico, e também para se discorrer a esse respeito, é possível constatar que os arquitetos geralmente recorrem a dois tipos de operadores, antagônicos entre si. O primeiro é a prefiguração da idéia; o segundo é a prefiguração do método. Enquanto um sugere que o que é criado surge primeiramente na idéia, para, em seguida, ser representado, outro sugere que, para se fazer projeto, é necessário, primeiramente, saber fazer, para, em seguida, fazê-lo. Este trabalho procura conhecer alternativas para tal estado de coisas. Questionando as prerrogativas dos operadores citados, proponho aqui novos modos de se compreender e discorrer acerca da criação em arquitetura, na qual a atenção às contingências, bem como a interação entre condicionantes da forma e a compreensão do projeto como desenvolvimento, processo ou coisa distendida no tempo, possibilita a gestação de uma forma legitimada por coerência interna, mais que por recurso a quaisquer conjuntos de conhecimentos prefigurados. Para atingir tal objetivo, o primeiro capítulo apresenta o problema, as hipóteses de trabalho, o objeto sobre o qual me debrucei e o método de pesquisa empregado. Para situar o ponto de vista a partir do qual o problema é enfocado, o segundo capítulo apresenta uma crítica ao papel legitimador de proposições metafísicas para quem faz projeto, e, também, alguns conceitos sobre os quais trabalhei, como o perspectivismo nietzschiano, duas concepções distintas acerca do conhecimento, as epistemologias construtivistas e um histórico sobre o conceito idéia. O terceiro capítulo apresenta os modos como o problema aqui enfrentado foi considerado ao longo da história moderna. No quarto capítulo, entro em campo, e apresento o relato do acompanhamento de um projeto arquitetônico. Em seguida, inicio um movimento de convergência entre a prática ali observada e o material teórico introduzido nos capítulos anteriores. No quinto capítulo, elaboro algumas leituras possíveis do relato, visando sistematizar os dados obtidos. À luz dos conceitos desenvolvidos em capítulos anteriores, o sexto capítulo critica o modo usual de se compreender a criação arquitetônica e propõe alternativas à compreensão e discussão acerca da criação em arquitetura. A conclusão apresenta os resultados da tese e lança propostas de trabalhos possibilitadas pelas novas perspectivas aqui apresentadas.
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Questionando as prerrogativas dos operadores citados, proponho aqui novos modos de se compreender e discorrer acerca da criação em arquitetura, na qual a atenção às contingências, bem como a interação entre condicionantes da forma e a compreensão do projeto como desenvolvimento, processo ou coisa distendida no tempo, possibilita a gestação de uma forma legitimada por coerência interna, mais que por recurso a quaisquer conjuntos de conhecimentos prefigurados. Para atingir tal objetivo, o primeiro capítulo apresenta o problema, as hipóteses de trabalho, o objeto sobre o qual me debrucei e o método de pesquisa empregado. Para situar o ponto de vista a partir do qual o problema é enfocado, o segundo capítulo apresenta uma crítica ao papel legitimador de proposições metafísicas para quem faz projeto, e, também, alguns conceitos sobre os quais trabalhei, como o perspectivismo nietzschiano, duas concepções distintas acerca do conhecimento, as epistemologias construtivistas e um histórico sobre o conceito idéia. O terceiro capítulo apresenta os modos como o problema aqui enfrentado foi considerado ao longo da história moderna. No quarto capítulo, entro em campo, e apresento o relato do acompanhamento de um projeto arquitetônico. Em seguida, inicio um movimento de convergência entre a prática ali observada e o material teórico introduzido nos capítulos anteriores. No quinto capítulo, elaboro algumas leituras possíveis do relato, visando sistematizar os dados obtidos. À luz dos conceitos desenvolvidos em capítulos anteriores, o sexto capítulo critica o modo usual de se compreender a criação arquitetônica e propõe alternativas à compreensão e discussão acerca da criação em arquitetura. A conclusão apresenta os resultados da tese e lança propostas de trabalhos possibilitadas pelas novas perspectivas aqui apresentadas.It is possible to perceive that architects have generally used two types of strategies, as antagonists operators, when concerning a discussion about doing architectural projects and yet even focusing on the discursive manner to refer to some topics of that discussion. The first concerns to a pre-figuration of an idea, which means the act of imagining it in advance. The latter relates to the pre-figuration of the method itself, planning the stages beforehand. Whereas the first strategy suggests that what is created comes firstly from an idea, the latter suggests that in order to do a project one should know how to do it and only then, he/she will be able to create. This research will address to different alternatives for creating architectural projects. Arguing those aforementioned strategies, it will be suggested new ways to understand and discuss the architectural creation. This discussion will bring forward that the attention to the contingencies, the interaction between different conditions of the architectural form itself, the approach of the architects that considers the project as a process in development - or a thing unbend in time - all of these can lead to the creation of architectural forms that are made authentically by their internal coherence, instead of the strategies that use the prefigured things and methods. In order to achieve this, the first chapter introduces the problem, the hypotheses, the object of research and the method. The second chapter situates the point of view of this research and introduces a discussion about how metaphysical propositions supports the architects on doing projects, and also some concepts as the nietzschian perspectivism, the constructivists conception of knowledge and a history of the term idea. The third chapter introduces the ways through which the problem is considered in the course of the modern history. In the chapter fourth it is shown the records about an architectural project that was observed while it was being made. From this point on, a convergence between practice and theory takes place. In the fifth Chapter some narratives are elaborated in order to systematize the records. In the light of the knowledge developed in chapters two and third, Chapter Six criticizes the usual manner to understand the architectural creation, proposing alternatives to it. Finally, the conclusion presents the results and suggests new possibilities of future inquiries supported by the new perspectives introduced by this research.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Helena Aparecida AyoubBrandão, Otávio Curtiss Silviano2009-02-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-17022009-082657/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-17022009-082657Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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