Uma escuta para a finitude: ensaio sobre RIO OIR de Cildo Meireles
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-10082015-113053/ |
Resumo: | Este trabalho é um ensaio que se propõe como forma de recepção estética da obra RIO OIR (1976-2011), do artista plástico contemporâneo Cildo Meireles. Trata-se de uma escultura sonora condensada num disco de vinil, composto, de um lado, por sons de águas captadas dos rios brasileiros (referente à palavra oir) e, de outro, de sons de risadas humanas (presentes no verbo rir/rio). O amplo processo de realização da obra deu-se por intermédio de uma expedição que percorreu quatro lugares diferentes do Brasil (Estação Ecológica de Águas Emendadas; Foz de Iguaçu; Foz do Rio São Francisco; pororoca do Rio Araguari), com o intuito de realizar a coleta destes sons. A partir desta obra e do documentário Ouvir o Rio (2011), de Marcela Lordy - que nos apresenta o processo de criação e execução da mesma -, iniciamos uma pesquisa acerca da poética do artista, suas escolhas e concepções sobre o trabalho, a partir de textos críticos e de seus depoimentos em entrevistas. O impacto da obra e, posteriormente, do documentário acerca de seu processo, levou a pesquisadora a buscar na Psicologia Social, assim como na Filosofia, na Psicanálise e na Antropologia, e também em suas próprias elaborações e memórias, estofo teórico e experiencial capaz de tornar possível a realização da recepção singular suscitada pelo contato com os dois trabalhos. Situando-se no universo da arte contemporânea, a autora partiu do campo da percepção e da materialidade da obra, composta por sons de águas e risadas, como abertura para o campo da escuta e da reflexão acerca de certa experiência que se revelou como experiência da finitude. O que a obra apresenta, portanto, pede interpretação, suscita leitura crítica; porém, só é possível realizá-la na medida em que o terreno do pensamento se abre ao não pensado e dele se fertiliza na forma de uma experiência, ou seja, como algo que nos acontece, que exige de nós criação e, portanto, nos transforma |
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Uma escuta para a finitude: ensaio sobre RIO OIR de Cildo MeirelesA Mode of listening to finitude: an Essay on RIO OIR by Cildo MeirelesAesthetic receptionArtes plásticasExperienceExperiênciaPsicologia socialRecepção estéticaSocial psychologyVisual artsEste trabalho é um ensaio que se propõe como forma de recepção estética da obra RIO OIR (1976-2011), do artista plástico contemporâneo Cildo Meireles. Trata-se de uma escultura sonora condensada num disco de vinil, composto, de um lado, por sons de águas captadas dos rios brasileiros (referente à palavra oir) e, de outro, de sons de risadas humanas (presentes no verbo rir/rio). O amplo processo de realização da obra deu-se por intermédio de uma expedição que percorreu quatro lugares diferentes do Brasil (Estação Ecológica de Águas Emendadas; Foz de Iguaçu; Foz do Rio São Francisco; pororoca do Rio Araguari), com o intuito de realizar a coleta destes sons. A partir desta obra e do documentário Ouvir o Rio (2011), de Marcela Lordy - que nos apresenta o processo de criação e execução da mesma -, iniciamos uma pesquisa acerca da poética do artista, suas escolhas e concepções sobre o trabalho, a partir de textos críticos e de seus depoimentos em entrevistas. O impacto da obra e, posteriormente, do documentário acerca de seu processo, levou a pesquisadora a buscar na Psicologia Social, assim como na Filosofia, na Psicanálise e na Antropologia, e também em suas próprias elaborações e memórias, estofo teórico e experiencial capaz de tornar possível a realização da recepção singular suscitada pelo contato com os dois trabalhos. Situando-se no universo da arte contemporânea, a autora partiu do campo da percepção e da materialidade da obra, composta por sons de águas e risadas, como abertura para o campo da escuta e da reflexão acerca de certa experiência que se revelou como experiência da finitude. O que a obra apresenta, portanto, pede interpretação, suscita leitura crítica; porém, só é possível realizá-la na medida em que o terreno do pensamento se abre ao não pensado e dele se fertiliza na forma de uma experiência, ou seja, como algo que nos acontece, que exige de nós criação e, portanto, nos transformaThis work is an essay which is intended as a form of aesthetic reception of RIO OIR (1976-2011), a work by contemporary artist Cildo Meireles. RIO OIR is a sound sculpture condensed in a vinyl record, which has on one side the sounds of waters collected from Brazilian rivers (relating to the word oir) and, on the other side, sounds of human laughter (which appear in the rir/rio verb forms). The extensive execution process of the work comprised a expedition through four different locations in Brazil (the Águas Emendadas Ecological Station; Foz do Iguaçu; the mouth of the São Francisco River; the pororoca of the Araguari River) in order to colect such sounds. Starting with this work and the documentary Ouvir o Rio (Listening to the River) (2011), by director Marcela Lordy, which shows us the process of creation and execution of Meireless work, we started an investigation into the artists poetics, his choices and conceptions about his work, based on critical writings and on his own statements in interviews. The impact of the work and subsequently of the documentary has led the researcher to seek experiential and theoretical background in Social Psychology, as well as in Philosophy, Psychoanalysis, Anthropology and in her own concoctions and memories, which could facilitate the production of a singular work of reception induced by the contact with both works of art. Standing in the contemporary art world, the author of this essay started from the field of perception and the materiality of Meireles work, made of water and laughter sounds, and used it as a doorway to the field of listening and thinking about a specific experience which revealed itself to be an experience of finitude. The stuff that is presented by the work hence calls for interpretation and evokes a critical reading; however, such a reading can only be accomplished if the field of thinking opens up to the unthought and allows itself to be nurtured from it in the shape of an experience, i.e., as something that happens to us, which demands creation of us and therefore transforms usBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPereira, Joao Augusto FrayzeGomes, Graziela Marcheti2015-04-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-10082015-113053/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:57Zoai:teses.usp.br:tde-10082015-113053Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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