Nefrite na púrpura Henoch-Schönlein: fatores de risco iniciais e evolução em um centro terciário da América Latina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Buscatti, Izabel Mantovani
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-16102019-145815/
Resumo: Objetivo: Avaliar a prevalência, fatores de risco iniciais e a evolução da nefrite da púrpura de Henoch-Schönlein (NPHS) em crianças e adolescentes em um serviço terciário da América Latina. Métodos: O prontuário de 296 pacientes, que preencheram o critério do EULAR/PRINTO/PRES para PHS, foram retrospectivamente analisados. Dados referentes as características demográficas, manifestações clínicas, exames laboratoriais e tratamentos foram obtidos nos primeiros 3 meses após o diagnóstico. Os pacientes foram seguidos em um serviço terciário da América Latina e foram divididos em dois grupos: com e sem nefrite. Proteinúria não-nefrótica persistente, proteinúria nefrótica e insuficiência renal aguda e crônica foram avaliadas em até 1, 5, 10 e 15 anos após o diagnóstico. Resultados: Nefrite foi observada em 139/296 (47%) nos primeiros 3 meses de doença. A mediana da idade ao diagnóstico foi significantemente maior em pacientes com acometimento renal em comparação aos sem nefrite [6,6 (1,5-17,7) vs. 5,7 (0,9-13,5) anos, p=0,022]. As frequências de púrpura persistente (31% vs. 10%, p < 0,0001), dor abdominal recorrente (16% vs. 7%, p=0,011), sangramento gastrointestinal (GI) (25% vs. 10%, p < 0,0001) e uso de corticosteroides (54% vs. 41%, p=0,023) foram significantemente maiores nos pacientes com nefrite. Na análise multivariada, a regressão logística demonstrou que variáveis independentes preditoras de NPHS foram púrpura persistente (OR=3,601; IC 95% 1,605-8,079; p=0,002) e sangramento GI (OR=2,991; IC 95% 1,245-7,183; p=0,014). Dos 139 pacientes com nefrite inicial, proteinúria não-nefrótica persistente, proteinúria nefrótica e insuficiência renal ocorreram respectivamente em até 1 ano de seguimento [46/88 (52%), 1/88 (1%) e 2/88 (2%)], 5 anos [25/47 (53%), 1/47 (2%) e 1/47 (2%)], 10 anos [9/20 (45%), 1/20 (5%) e 1/20 (5%)] e em até 15 anos [1/6 (17%), 0/6 (0%) e 0/6 (0%)]. Dos 157 pacientes sem NPHS inicial, 118/157 (75%) se mantiveram em acompanhamento por pelo menos um ano e 33/118 (28%) apresentaram envolvimento renal (proteinúria não-nefrótica persistente e/ou hematúria) em algum momento do seguimento. Conclusões: O presente estudo verificou NPHS inicial em aproximadamente metade dos pacientes e foi associada com púrpura persistente e sangramento GI. Nefrite tardia foi evidenciada em cerca de um terço dos pacientes que não tiveram NPHS no início da doença, sem manifestações renais graves
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Os pacientes foram seguidos em um serviço terciário da América Latina e foram divididos em dois grupos: com e sem nefrite. Proteinúria não-nefrótica persistente, proteinúria nefrótica e insuficiência renal aguda e crônica foram avaliadas em até 1, 5, 10 e 15 anos após o diagnóstico. Resultados: Nefrite foi observada em 139/296 (47%) nos primeiros 3 meses de doença. A mediana da idade ao diagnóstico foi significantemente maior em pacientes com acometimento renal em comparação aos sem nefrite [6,6 (1,5-17,7) vs. 5,7 (0,9-13,5) anos, p=0,022]. As frequências de púrpura persistente (31% vs. 10%, p < 0,0001), dor abdominal recorrente (16% vs. 7%, p=0,011), sangramento gastrointestinal (GI) (25% vs. 10%, p < 0,0001) e uso de corticosteroides (54% vs. 41%, p=0,023) foram significantemente maiores nos pacientes com nefrite. Na análise multivariada, a regressão logística demonstrou que variáveis independentes preditoras de NPHS foram púrpura persistente (OR=3,601; IC 95% 1,605-8,079; p=0,002) e sangramento GI (OR=2,991; IC 95% 1,245-7,183; p=0,014). Dos 139 pacientes com nefrite inicial, proteinúria não-nefrótica persistente, proteinúria nefrótica e insuficiência renal ocorreram respectivamente em até 1 ano de seguimento [46/88 (52%), 1/88 (1%) e 2/88 (2%)], 5 anos [25/47 (53%), 1/47 (2%) e 1/47 (2%)], 10 anos [9/20 (45%), 1/20 (5%) e 1/20 (5%)] e em até 15 anos [1/6 (17%), 0/6 (0%) e 0/6 (0%)]. Dos 157 pacientes sem NPHS inicial, 118/157 (75%) se mantiveram em acompanhamento por pelo menos um ano e 33/118 (28%) apresentaram envolvimento renal (proteinúria não-nefrótica persistente e/ou hematúria) em algum momento do seguimento. Conclusões: O presente estudo verificou NPHS inicial em aproximadamente metade dos pacientes e foi associada com púrpura persistente e sangramento GI. Nefrite tardia foi evidenciada em cerca de um terço dos pacientes que não tiveram NPHS no início da doença, sem manifestações renais gravesObjective: To evaluate prevalence, initial risk factors and outcome of Henoch-Schönlein purpura nephritis (HSPN) in children and adolescents in a tertiary center in Latin America. Methods: 296 patients (validated EULAR/PRINTO/PRES HSP criteria) were assessed by demographic data, clinical/laboratorial involvements and treatments in the first three months after diagnosis. They were followed-up in a Latin American tertiary center and were divided in two groups: with and without nephritis. Persistent non- nephrotic proteinuria, nephrotic proteinuria and acute/chronic kidney injury were also systematically evaluated up to 1, 5, 10 and 15 years after diagnosis. Results: HSPN was evidenced in 139/296 (47%) in the first 3 months. The median age at diagnosis was significantly higher in HSPN patients compared without renal involvement [6.6 (1.5-17.7) vs. 5.7 (0.9-13.5) years, p=0.022]. The frequencies of persistent purpura (31% vs. 10%, p < 0.0001), recurrent abdominal pain (16% vs. 7%, p=0.011), gastrointestinal (GI) bleeding (25% vs. 10%, p < 0.0001) and corticosteroid use (54% vs. 41%, p=0.023) were significantly higher in the former group. Logistic regression demonstrated that the independent variables associated with HSNP were persistent purpura (OR=3.601; 95% CI 1.605-8.079; p=0.002) and GI bleeding (OR=2.991; 95% CI 1.245-7.183; p=0.014). Of 139 patients with initial HSPN, persistent non-nephrotic proteinuria, nephrotic proteinuria and renal insufficiency were respectively observed in up to 1 year of follow-up [46/88 (52%), 1/88 (1%) and 2/88 (2%)], 5 years [25/47 (53%), 1/47 (2%) and 1/47 (2%)], 10 years [9/20 (45%), 1/20 (5%) and 1/20 (5%)] and in up to 15 years [1/6 (17%), 0/6 (0%) and 0/6 (0%)]. Further analysis of 157 patients without initial HSPN, 118/157 (75%) were followed-up for at least 1 year and 33/118 (28%) showed renal involvement (persistent non-nephrotic proteinuria and/or hematuria) at any time in the follow-up. Conclusions: The present study observed initial HSPN in almost one half of patients and was associated with persistent purpura and GI bleeding. Almost one third of patients had nephritis only evidenced during follow-up without severe renal manifestationsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Clovis Artur Almeida daBuscatti, Izabel Mantovani2019-07-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-16102019-145815/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-11-08T22:09:56Zoai:teses.usp.br:tde-16102019-145815Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-11-08T22:09:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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