Exercise Benefits/Barriers Scale (EBBS): validação psicométrica em uma amostra de indivíduos com doenças cardiovasculares
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-10112022-164349/ |
Resumo: | Introdução. As doenças cardiovasculares são responsáveis pela maioria das mortes por doenças crônicas não-transmissíveis no mundo. Apesar dos inúmeros benefícios da prática de exercício físico regular, a inatividade física é um grande problema atual de saúde pública no Brasil e no mundo. Benefícios e barreiras percebidas pelos indivíduos para a prática de exercícios físicos podem interferir tanto na prevenção primária quanto na prevenção secundária de doenças cardiovasculares. Na prática clínica existe a necessidade de um instrumento válido e confiável que possa identificar e medir benefícios e barreiras percebidas ao exercício físico em pacientes com doenças cardiovasculares. A revisão de literatura indicou que, no Brasil, não dispomos de um instrumento, testado psicometricamente em pessoas com doenças cardiovasculares, para avaliar essas percepções. Objetivo. Analisar as propriedades psicométricas da versão brasileira da Exercise Benefits/Barriers Scale (EBBS) em uma amostra de adultos com doenças cardiovasculares. Método. Estudo metodológico que seguiu as seguintes etapas, recomendadas pela literatura: pré-teste; aplicação da versão final em uma amostra da população estudada, e avaliação das propriedades psicométricas. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética das instituições envolvidas (CAAE: 24836819.9.0000.5393). Uma amostra não probabilística, do tipo consecutiva, foi constituída por 121 pacientes diagnosticados com doenças cardiovasculares e atendidos no Centro de Reabilitação e nos ambulatórios da Divisão de Cardiologia, ambos ligados ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo. Os dados foram coletados por entrevistas e consultas aos prontuários dos participantes. A coleta dos dados teve início em janeiro de 2020 e foi suspensa em março, após a declaração da pandemia da COVID-19 pela Organização Mundial da Saúde. Esta etapa foi retomada no período de setembro a novembro de 2021. Os participantes responderam à versão brasileira da EBBS, composta por 42 itens (14 itens da subescala de Barreiras e 28 da subescala de Benefícios) avaliados em uma escala do tipo Likert de quatro pontos, variando de 4 (concordo totalmente) até 1 (discordo totalmente). O escore total da EBBS varia de 42 a 168, e quanto maior a pontuação, maior percepção dos benefícios e menor percepção das barreiras à prática de exercícios físicos. Foram analisadas as seguintes propriedades psicométricas da EBBS total e subescalas: consistência interna (coeficiente de alfa de Cronbach); validade de construto discriminante, validade de construto convergente e validade de construto pela técnica de grupos conhecidos, bem como a presença dos efeitos teto e chão. O nível de significância adotado para todas as análises estatísticas foi de 0,05. Resultados. A maioria dos participantes era do sexo masculino (58,7%), com média de idade de 58,2 anos (D.P. = 13,2; variação 18-92 anos) e baixa escolaridade (M = 7,9 anos; D.P. = 4,5; variação 0-20 anos). As doenças cardiovasculares mais frequentes entre eles foram insuficiência cardíaca (43,7%) e doença arterial coronariana (29,4%). Em relação à prática regular de exercícios físicos, 57% realizavam esta atividade regularmente, mas a maioria deles (62,3%) havia iniciado a prática há menos de um ano, sendo a caminhada (46,4%) a atividade mais realizada. O escore total médio da EBBS foi de 125,2 (D.P. = 10,8). Foi verificada a presença de efeito teto em 75% dos itens da subescala de Benefícios, e efeito chão no item 12 da subescala de Barreiras. A consistência interna da EBBS mostrou-se satisfatória para a EBBS total (α = 0,92) e para a subescala de Benefícios (α= 0,95), mas valor abaixo do desejado para a subescala de Barreiras (α = 0,65). Quanto à validade de construto convergente, a correlação apresentou valor negativo e de moderada magnitude entre as medidas dos instrumentos EBBS e Cardiac Rehabilitation Barriers Scale (-0,513; p<0,001). No que se refere à validade de construto da EBBS analisada pela técnica de grupos conhecidos, houve diferença estatisticamente significativa entre os valores da subescala de Benefícios e a situação profissional (p=0,031), e da subescala de Barreiras com a escolaridade dos participantes (p=0,029). A análise da validade convergente por meio da análise multitraço-multimétodo mostrou que os valores do coeficiente de correlação linear de Pearson entre itens e dimensões do instrumento, para ambas subescalas de Benefícios e de Barreiras da EBBS, foi satisfatória, com a maioria das correlações superiores a 0,30. Com relação à validade discriminante, os resultados mostraram valores para o ajuste superiores a 70% para as subescalas de Benefícios e de Barreiras, com escore total próximo de 100%, indicando discriminação satisfatória entre as dimensões. Conclusão. As propriedades psicométricas da versão brasileira da EBBS foram consideradas adequadas e aceitáveis na amostra estudada de indivíduos brasileiros com doenças cardiovasculares. Portanto, a EBBS poderá subsidiar profissionais de saúde que atuam no atendimento específico desta população, apoiar gestores na reformulação de programas, definição de diretrizes clínicas, dos protocolos de cuidado, e na elaboração de políticas públicas para o sistema de saúde. Contudo, o valor da aplicabilidade deste instrumento ainda necessitaria ser investigado em análises futuras, para que a validade do instrumento seja amplamente explorada, através de: novas pesquisas em cenários distintos, com maior tamanho amostral e realização da análise fatorial confirmatória, avaliando-se pacientes cardiopatas submetidos a diferentes modalidades terapêuticas, provenientes de diferentes regiões demográficas e origens socioculturais. |
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Exercise Benefits/Barriers Scale (EBBS): validação psicométrica em uma amostra de indivíduos com doenças cardiovascularesExercise Benefits/Barriers Scale (EBBS): psychometric validation in a sample of individuals with cardiovascular diseasesCardiovascular diseasesDoenças cardiovascularesEstudos de validaçãoExercícioExerciseMethodological researchPercepçãoPerceptionPesquisa metodológicaValidation studiesIntrodução. As doenças cardiovasculares são responsáveis pela maioria das mortes por doenças crônicas não-transmissíveis no mundo. Apesar dos inúmeros benefícios da prática de exercício físico regular, a inatividade física é um grande problema atual de saúde pública no Brasil e no mundo. Benefícios e barreiras percebidas pelos indivíduos para a prática de exercícios físicos podem interferir tanto na prevenção primária quanto na prevenção secundária de doenças cardiovasculares. Na prática clínica existe a necessidade de um instrumento válido e confiável que possa identificar e medir benefícios e barreiras percebidas ao exercício físico em pacientes com doenças cardiovasculares. A revisão de literatura indicou que, no Brasil, não dispomos de um instrumento, testado psicometricamente em pessoas com doenças cardiovasculares, para avaliar essas percepções. Objetivo. Analisar as propriedades psicométricas da versão brasileira da Exercise Benefits/Barriers Scale (EBBS) em uma amostra de adultos com doenças cardiovasculares. Método. Estudo metodológico que seguiu as seguintes etapas, recomendadas pela literatura: pré-teste; aplicação da versão final em uma amostra da população estudada, e avaliação das propriedades psicométricas. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética das instituições envolvidas (CAAE: 24836819.9.0000.5393). Uma amostra não probabilística, do tipo consecutiva, foi constituída por 121 pacientes diagnosticados com doenças cardiovasculares e atendidos no Centro de Reabilitação e nos ambulatórios da Divisão de Cardiologia, ambos ligados ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo. Os dados foram coletados por entrevistas e consultas aos prontuários dos participantes. A coleta dos dados teve início em janeiro de 2020 e foi suspensa em março, após a declaração da pandemia da COVID-19 pela Organização Mundial da Saúde. Esta etapa foi retomada no período de setembro a novembro de 2021. Os participantes responderam à versão brasileira da EBBS, composta por 42 itens (14 itens da subescala de Barreiras e 28 da subescala de Benefícios) avaliados em uma escala do tipo Likert de quatro pontos, variando de 4 (concordo totalmente) até 1 (discordo totalmente). O escore total da EBBS varia de 42 a 168, e quanto maior a pontuação, maior percepção dos benefícios e menor percepção das barreiras à prática de exercícios físicos. Foram analisadas as seguintes propriedades psicométricas da EBBS total e subescalas: consistência interna (coeficiente de alfa de Cronbach); validade de construto discriminante, validade de construto convergente e validade de construto pela técnica de grupos conhecidos, bem como a presença dos efeitos teto e chão. O nível de significância adotado para todas as análises estatísticas foi de 0,05. Resultados. A maioria dos participantes era do sexo masculino (58,7%), com média de idade de 58,2 anos (D.P. = 13,2; variação 18-92 anos) e baixa escolaridade (M = 7,9 anos; D.P. = 4,5; variação 0-20 anos). As doenças cardiovasculares mais frequentes entre eles foram insuficiência cardíaca (43,7%) e doença arterial coronariana (29,4%). Em relação à prática regular de exercícios físicos, 57% realizavam esta atividade regularmente, mas a maioria deles (62,3%) havia iniciado a prática há menos de um ano, sendo a caminhada (46,4%) a atividade mais realizada. O escore total médio da EBBS foi de 125,2 (D.P. = 10,8). Foi verificada a presença de efeito teto em 75% dos itens da subescala de Benefícios, e efeito chão no item 12 da subescala de Barreiras. A consistência interna da EBBS mostrou-se satisfatória para a EBBS total (α = 0,92) e para a subescala de Benefícios (α= 0,95), mas valor abaixo do desejado para a subescala de Barreiras (α = 0,65). Quanto à validade de construto convergente, a correlação apresentou valor negativo e de moderada magnitude entre as medidas dos instrumentos EBBS e Cardiac Rehabilitation Barriers Scale (-0,513; p<0,001). No que se refere à validade de construto da EBBS analisada pela técnica de grupos conhecidos, houve diferença estatisticamente significativa entre os valores da subescala de Benefícios e a situação profissional (p=0,031), e da subescala de Barreiras com a escolaridade dos participantes (p=0,029). A análise da validade convergente por meio da análise multitraço-multimétodo mostrou que os valores do coeficiente de correlação linear de Pearson entre itens e dimensões do instrumento, para ambas subescalas de Benefícios e de Barreiras da EBBS, foi satisfatória, com a maioria das correlações superiores a 0,30. Com relação à validade discriminante, os resultados mostraram valores para o ajuste superiores a 70% para as subescalas de Benefícios e de Barreiras, com escore total próximo de 100%, indicando discriminação satisfatória entre as dimensões. Conclusão. As propriedades psicométricas da versão brasileira da EBBS foram consideradas adequadas e aceitáveis na amostra estudada de indivíduos brasileiros com doenças cardiovasculares. Portanto, a EBBS poderá subsidiar profissionais de saúde que atuam no atendimento específico desta população, apoiar gestores na reformulação de programas, definição de diretrizes clínicas, dos protocolos de cuidado, e na elaboração de políticas públicas para o sistema de saúde. Contudo, o valor da aplicabilidade deste instrumento ainda necessitaria ser investigado em análises futuras, para que a validade do instrumento seja amplamente explorada, através de: novas pesquisas em cenários distintos, com maior tamanho amostral e realização da análise fatorial confirmatória, avaliando-se pacientes cardiopatas submetidos a diferentes modalidades terapêuticas, provenientes de diferentes regiões demográficas e origens socioculturais.Introduction. Cardiovascular diseases are responsible for the majority of deaths from noncommunicable diseases in the world. Despite the benefits of regular physical exercise, physical inactivity is a public health problem in Brazil and worldwide. Perceived benefits and barriers to physical exercise practices can interfere both primary and secondary prevention of cardiovascular diseases. In clinical practice, valid and effective instrument to identify and measure the perceived benefits and barriers of patients diagnosed with cardiovascular diseases is needed. Literature review indicated that, in Brazil, we do not have an psychometrically tested instrument in people with cardiovascular diseases, able to assess those perceptions. Aim. Analyze the Exercise Benefits/Barriers Scale (EBBS) brazilian version psychometric properties in a sample of adults with cardiovascular diseases. Method. Methodological study that followed steps recommended by the literature: pre-test; application of the final version in a sample of the studied population, and evaluation of the psychometric properties. The study was submitted and approved by the Ethics Committee of the institutions involved (CAAE: 24836819.9.0000.5393). A non-probabilistic consecutive sample consisted of 121 patients diagnosed with cardiovascular diseases and treated at the Rehabilitation Center and at the outpatient clinics of the Cardiology Division, both in the Clinical Hospital of the Faculty of Medicine of Ribeirão Preto/University of São Paulo. Data were collected through interviews and consultations of participants\' medical records. Data collection began in January 2020 and was suspended in March, after COVID-19 pandemic declaration by World Health Organization. Recapture from September to November 2021. Participants responded to the EBBS Brazilian version, consisting of 42 items (14 items from Barriers subscale and 28 from the Benefits subscale) evaluated on a four-point Likert scale, ranging from 4 (strongly agree) to 1 (strongly disagree). The EBBS total score ranges from 42 to 168, and higher the score, greater the perception of benefits and the lower perception of barriers to physical exercise. The following psychometric properties of EBBS total and subscales were analyzed: internal consistency (Cronbach\'s alpha coefficient); discriminant construct validity, convergent construct validity and construct validity by known groups, as well as ceiling and floor effects presence. The significance level adopted for all statistical analyzes was 0.05. Results. Most participants were male (58.7%), with 58.2 years mean age (SD = 13.2; range 18-92 years) and low schooling (mean = 7.9 years; SD = 4.5; range 0-20 years). The most frequent cardiovascular diseases were heart failure (43.7%) and coronary artery disease (29.4%). Regarding regular practice of physical exercises, 57% regularly performed this activity, but most (62.3%) had started less than a year ago to practice, with walking (46.4%) being the most activity performed. The total EBBS mean score was 125.2 (SD = 10.8). Presence of ceiling effect was verified in 75% of items in Benefits subscale, and floor effect in item 12 of the Barriers subscale. Internal consistency of EBBS was satisfactory for total EBBS (α = 0.92) and Benefits subscale (α = 0.95), but a low value found for the Barriers subscale (α = 0.65). As for convergent construct validity, negative value correlation was showed of moderate magnitude between measures of EBBS and Cardiac Rehabilitation Barriers Scale instruments (-0.513; p<0.001). Regarding EBBS construct validity, analyzed using known groups technique, there was a statistically significant difference between values of the Benefits subscale and professional status (p=0.031), and Barriers subscale with participants\' education (p=0.029). Convergent validity by using multitrait-multimethod analysis showed linear correlation between items and instrument dimensions, for both EBBS Benefits and Barriers subscales were satisfactory, with most correlations higher than 0.30. Regarding discriminant validity, results showed adjustment values above 70% for both Benefits and Barriers subscales, with total score close to 100%, thus indicating satisfactory discrimination between dimensions. Conclusion. Psychometric properties of EBBS Brazilian version were adequate and acceptable in the studied sample of Brazilian cardiovascular diseases individuals. Therefore, EBBS will be able to subsidize health professionals who works with that population, support managers in the programs reformulation, clinical guidelines definition, care protocols, and with elaboration of public policies for the health system. However, the applicability of EBBS should be investigated in future analyses, to widely explored the instrument validity through: new researches in different scenarios, with a larger sample size and carrying out the confirmatory factor analysis, evaluating patients with heart conditions undergoing different therapeutic modalities, from different demographic regions and sociocultural origins.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPDantas, Rosana Aparecida SpadotiRibeiro, Arthur Marco Peres2022-08-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-10112022-164349/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-11-22T12:24:06Zoai:teses.usp.br:tde-10112022-164349Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-11-22T12:24:06Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Analisar as propriedades psicométricas da versão brasileira da Exercise Benefits/Barriers Scale (EBBS) em uma amostra de adultos com doenças cardiovasculares. Método. Estudo metodológico que seguiu as seguintes etapas, recomendadas pela literatura: pré-teste; aplicação da versão final em uma amostra da população estudada, e avaliação das propriedades psicométricas. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética das instituições envolvidas (CAAE: 24836819.9.0000.5393). Uma amostra não probabilística, do tipo consecutiva, foi constituída por 121 pacientes diagnosticados com doenças cardiovasculares e atendidos no Centro de Reabilitação e nos ambulatórios da Divisão de Cardiologia, ambos ligados ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo. Os dados foram coletados por entrevistas e consultas aos prontuários dos participantes. A coleta dos dados teve início em janeiro de 2020 e foi suspensa em março, após a declaração da pandemia da COVID-19 pela Organização Mundial da Saúde. Esta etapa foi retomada no período de setembro a novembro de 2021. Os participantes responderam à versão brasileira da EBBS, composta por 42 itens (14 itens da subescala de Barreiras e 28 da subescala de Benefícios) avaliados em uma escala do tipo Likert de quatro pontos, variando de 4 (concordo totalmente) até 1 (discordo totalmente). O escore total da EBBS varia de 42 a 168, e quanto maior a pontuação, maior percepção dos benefícios e menor percepção das barreiras à prática de exercícios físicos. Foram analisadas as seguintes propriedades psicométricas da EBBS total e subescalas: consistência interna (coeficiente de alfa de Cronbach); validade de construto discriminante, validade de construto convergente e validade de construto pela técnica de grupos conhecidos, bem como a presença dos efeitos teto e chão. O nível de significância adotado para todas as análises estatísticas foi de 0,05. Resultados. A maioria dos participantes era do sexo masculino (58,7%), com média de idade de 58,2 anos (D.P. = 13,2; variação 18-92 anos) e baixa escolaridade (M = 7,9 anos; D.P. = 4,5; variação 0-20 anos). As doenças cardiovasculares mais frequentes entre eles foram insuficiência cardíaca (43,7%) e doença arterial coronariana (29,4%). Em relação à prática regular de exercícios físicos, 57% realizavam esta atividade regularmente, mas a maioria deles (62,3%) havia iniciado a prática há menos de um ano, sendo a caminhada (46,4%) a atividade mais realizada. O escore total médio da EBBS foi de 125,2 (D.P. = 10,8). Foi verificada a presença de efeito teto em 75% dos itens da subescala de Benefícios, e efeito chão no item 12 da subescala de Barreiras. A consistência interna da EBBS mostrou-se satisfatória para a EBBS total (α = 0,92) e para a subescala de Benefícios (α= 0,95), mas valor abaixo do desejado para a subescala de Barreiras (α = 0,65). Quanto à validade de construto convergente, a correlação apresentou valor negativo e de moderada magnitude entre as medidas dos instrumentos EBBS e Cardiac Rehabilitation Barriers Scale (-0,513; p<0,001). No que se refere à validade de construto da EBBS analisada pela técnica de grupos conhecidos, houve diferença estatisticamente significativa entre os valores da subescala de Benefícios e a situação profissional (p=0,031), e da subescala de Barreiras com a escolaridade dos participantes (p=0,029). A análise da validade convergente por meio da análise multitraço-multimétodo mostrou que os valores do coeficiente de correlação linear de Pearson entre itens e dimensões do instrumento, para ambas subescalas de Benefícios e de Barreiras da EBBS, foi satisfatória, com a maioria das correlações superiores a 0,30. Com relação à validade discriminante, os resultados mostraram valores para o ajuste superiores a 70% para as subescalas de Benefícios e de Barreiras, com escore total próximo de 100%, indicando discriminação satisfatória entre as dimensões. Conclusão. As propriedades psicométricas da versão brasileira da EBBS foram consideradas adequadas e aceitáveis na amostra estudada de indivíduos brasileiros com doenças cardiovasculares. Portanto, a EBBS poderá subsidiar profissionais de saúde que atuam no atendimento específico desta população, apoiar gestores na reformulação de programas, definição de diretrizes clínicas, dos protocolos de cuidado, e na elaboração de políticas públicas para o sistema de saúde. Contudo, o valor da aplicabilidade deste instrumento ainda necessitaria ser investigado em análises futuras, para que a validade do instrumento seja amplamente explorada, através de: novas pesquisas em cenários distintos, com maior tamanho amostral e realização da análise fatorial confirmatória, avaliando-se pacientes cardiopatas submetidos a diferentes modalidades terapêuticas, provenientes de diferentes regiões demográficas e origens socioculturais. |
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