Avaliação da microbiota intestinal na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duarte, Sebastião Mauro Bezerra
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-11022020-154452/
Resumo: A Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é uma das formas mais comuns de doença hepática, relacionada primordialmente ao aumento progressivo da obesidade no mundo. Cerca de 10-25% dos pacientes com DHGNA desenvolvem Esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) e os fatores responsáveis pela progressão de esteatose para EHNA ainda não estão totalmente elucidados. Antecedentes genéticos, microbiota intestinal (MI), fatores ambientais, tais como, sedentarismo e dieta inadequada, devem ser considerados fatores críticos para o desenvolvimento de distúrbios metabólicos, como obesidade, síndrome metabólica, diabetes e DHGNA. O objetivo do presente estudo foi comparar a MI de indivíduos com sobrepeso, obesos e magros com e sem EHNA a fim de delinear diferenças fenotípicas entre os grupos. Foi realizado um estudo transversal que incluiu 13 pacientes com EHNA comprovada por biópsia (4 magros com EHNA, 5 com sobrepeso e com EHNA e 4 obesos com EHNA) e 10 indivíduos (magros e obesos) sem DHGNA utilizados como controle (5 magros e 5 obesos) estratificados de acordo com o índice de massa corpórea (IMC). O DNA da MI foi extraído de amostras de fezes. A amplificação por reação em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada utilizando primers para a região V4 do gene 16S rRNA. A amplificação de sequências alvo foi realizada utilizando oligonucleotídeos modificados e o sequenciamento foi executado na plataforma Ion PGM Torrent. Os dados foram analisados pelo software QIIME. O consumo de macronutrientes foi analisado por um recordatório alimentar de 7 dias. Os pacientes com EHNA mostraram diferenças significativas na quantidade de Faecalibacterium, Ruminococcus, Lactobacillus e Bifidobacterium em comparação aos indivíduos (magros e obesos) sem DHGNA utilizados como controle. Em particular, os pacientes com EHNA magros apresentaram uma quantidade 3 vezes menor de Faecalibacterium e Ruminococcus (p=0,004), enquanto os pacientes com EHNA obesos apresentaram quantidades abundantes de Lactobacillus (p= 0,048) e pacientes com EHNA com sobrepeso apresentaram quantidades reduzidas de Bifidobacterium (p= 0,041). Além disso, os pacientes com EHNA magros mostraram redução na quantidade de Ruminococcus e Lactobacillus em comparação aos pacientes com EHNA com sobrepeso e obesidade. No entanto, a análise da alfa diversidade da MI não demonstrou diferença estatística entre os pacientes com EHNA magros quando comparados aos indivíduos sem DHGNA utilizados como controle (p= 0,265). Índices de fibrose maior ou igual a 2 foram associados ao aumento de Lactobacillus (p= 0,015). Não houve diferenças na ingestão calórica e lipídica entre os grupos. Nossos dados sugerem que os pacientes com EHNA magros têm composição diferente da MI em comparação aos pacientes com sobrepeso e, ou também, obesos e aos indivíduos sem DHGNA. Escores de fibrose maior ou igual a 2 também foram associados à composição da MI; mas a ingestão de macronutrientes e calorias não foi associada às diferenças específicas na composição dos microrganismos intestinais fecais
id USP_ef5056c2e56a1556b6e096f45e4426ff
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-11022020-154452
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Avaliação da microbiota intestinal na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)Evaluation of intestinal microbiota in nonalcoholic fatty liver disease (NAFLD)Esteato-hepatite não alcoólicaEsteato-hepatite não alcoólicaHepatopatia gordurosa não alcoólicaHepatopatia gordurosa não alcoólicaMicrobioma gastrointestinalMicrobioma gastrointestinalObesidadeObesidadeSobrepesoSobrepesoA Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é uma das formas mais comuns de doença hepática, relacionada primordialmente ao aumento progressivo da obesidade no mundo. Cerca de 10-25% dos pacientes com DHGNA desenvolvem Esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) e os fatores responsáveis pela progressão de esteatose para EHNA ainda não estão totalmente elucidados. Antecedentes genéticos, microbiota intestinal (MI), fatores ambientais, tais como, sedentarismo e dieta inadequada, devem ser considerados fatores críticos para o desenvolvimento de distúrbios metabólicos, como obesidade, síndrome metabólica, diabetes e DHGNA. O objetivo do presente estudo foi comparar a MI de indivíduos com sobrepeso, obesos e magros com e sem EHNA a fim de delinear diferenças fenotípicas entre os grupos. Foi realizado um estudo transversal que incluiu 13 pacientes com EHNA comprovada por biópsia (4 magros com EHNA, 5 com sobrepeso e com EHNA e 4 obesos com EHNA) e 10 indivíduos (magros e obesos) sem DHGNA utilizados como controle (5 magros e 5 obesos) estratificados de acordo com o índice de massa corpórea (IMC). O DNA da MI foi extraído de amostras de fezes. A amplificação por reação em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada utilizando primers para a região V4 do gene 16S rRNA. A amplificação de sequências alvo foi realizada utilizando oligonucleotídeos modificados e o sequenciamento foi executado na plataforma Ion PGM Torrent. Os dados foram analisados pelo software QIIME. O consumo de macronutrientes foi analisado por um recordatório alimentar de 7 dias. Os pacientes com EHNA mostraram diferenças significativas na quantidade de Faecalibacterium, Ruminococcus, Lactobacillus e Bifidobacterium em comparação aos indivíduos (magros e obesos) sem DHGNA utilizados como controle. Em particular, os pacientes com EHNA magros apresentaram uma quantidade 3 vezes menor de Faecalibacterium e Ruminococcus (p=0,004), enquanto os pacientes com EHNA obesos apresentaram quantidades abundantes de Lactobacillus (p= 0,048) e pacientes com EHNA com sobrepeso apresentaram quantidades reduzidas de Bifidobacterium (p= 0,041). Além disso, os pacientes com EHNA magros mostraram redução na quantidade de Ruminococcus e Lactobacillus em comparação aos pacientes com EHNA com sobrepeso e obesidade. No entanto, a análise da alfa diversidade da MI não demonstrou diferença estatística entre os pacientes com EHNA magros quando comparados aos indivíduos sem DHGNA utilizados como controle (p= 0,265). Índices de fibrose maior ou igual a 2 foram associados ao aumento de Lactobacillus (p= 0,015). Não houve diferenças na ingestão calórica e lipídica entre os grupos. Nossos dados sugerem que os pacientes com EHNA magros têm composição diferente da MI em comparação aos pacientes com sobrepeso e, ou também, obesos e aos indivíduos sem DHGNA. Escores de fibrose maior ou igual a 2 também foram associados à composição da MI; mas a ingestão de macronutrientes e calorias não foi associada às diferenças específicas na composição dos microrganismos intestinais fecaisNonalcoholic fatty liver disease (NAFLD) is one of the most common types of liver disease, primarily related to the progressive increase of obesity throughout the world. Despite the knowledge of NAFLD pathogenesis, the reason why some patients developed NASH with fibrosis and the progression of liver disease still remain unclear. It has been reported that intestinal dysbiosis plays an important role in metabolic disorders such as obesity, metabolic syndrome, diabetes and cardiovascular disease. About 10-25% of patients with NAFLD develop nonalcoholic steatohepatitis (NASH) and the factors responsible for the progression from steatosis to NASH are not clear yet. Genetic background, gut microbiota, environmental factors, such as sedentary lifestyle and inadequate diet, should be considered critical factors for the development of metabolic disorders such as obesity, metabolic, diabetes and also NAFLD. The goal of the present study was to compare the gut microbiome of lean, overweight and obese patients with or without NASH, in order to outline phenotypic differences. We performed a cross sectional study comprising 13 NASH patients with liver biopsy (4 lean, 5 overweight and 4 obese) and 10 individuals (5 lean and 5 obese) without NAFLD which were used as stratified controls according to their BMI. The Microbiome DNA was extracted from stool samples and PCR amplification was performed using primers for the V4 region of the 16S rRNA gene. The enlargement of sequenced targets was accomplished using modified oligonucleotides, the sequencing was executed on the Ion PGM Torrent platform and data analyzed using QIIME software. The macronutrients consumption was analyzed by a 7-day food intake record. Patients with NASH showed significant differences in the quantity of Faecalibacterium, Ruminococcus, Lactobacillus and Bifidobacterium compared to the individuals (lean and obese) without NAFLD used as controls. In particular, when compared to controls, lean NASH patients possessed a quantity 3 times fewer of Faecalibacterium and Ruminococcus (p=0.004), obese NASH patients showed an abundant microbiome in Lactobacillus (p=0.048). Overweight NASH patients had fewer quantities of Bifidobacterium (p=0.041). Moreover, lean patients with NASH showed a reduction in the quantity of Ruminococcus and Lactobacillus compared to overweight and obese NASH patients. However, the analysis of microbiome alpha diversitydid not show statistic difference between lean NASH patients and controls without NAFLD (p=0.265). A fibrosis score greater than or equal to 2 was associated with the increase of Lactobacillus (p=0.015). There were no differences in caloric and lipid intake among groups. Our data suggests that lean NASH patients have different microbiome composition compared to their overweight/obese counter part\'s. Hepatic fibrosis score greater or equal to 2 in NASH patients had association with their microbiome composition. On the other hand, macronutrients intake and calories were not linked to specific differences in composition of the gut stool microorganismsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPOliveira, Claudia Pinto Marques Souza deStefano, José TadeuDuarte, Sebastião Mauro Bezerra2019-11-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-11022020-154452/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-02-11T21:44:02Zoai:teses.usp.br:tde-11022020-154452Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-02-11T21:44:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Avaliação da microbiota intestinal na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)
Evaluation of intestinal microbiota in nonalcoholic fatty liver disease (NAFLD)
title Avaliação da microbiota intestinal na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)
spellingShingle Avaliação da microbiota intestinal na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)
Duarte, Sebastião Mauro Bezerra
Esteato-hepatite não alcoólica
Esteato-hepatite não alcoólica
Hepatopatia gordurosa não alcoólica
Hepatopatia gordurosa não alcoólica
Microbioma gastrointestinal
Microbioma gastrointestinal
Obesidade
Obesidade
Sobrepeso
Sobrepeso
title_short Avaliação da microbiota intestinal na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)
title_full Avaliação da microbiota intestinal na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)
title_fullStr Avaliação da microbiota intestinal na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)
title_full_unstemmed Avaliação da microbiota intestinal na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)
title_sort Avaliação da microbiota intestinal na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)
author Duarte, Sebastião Mauro Bezerra
author_facet Duarte, Sebastião Mauro Bezerra
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Oliveira, Claudia Pinto Marques Souza de
Stefano, José Tadeu
dc.contributor.author.fl_str_mv Duarte, Sebastião Mauro Bezerra
dc.subject.por.fl_str_mv Esteato-hepatite não alcoólica
Esteato-hepatite não alcoólica
Hepatopatia gordurosa não alcoólica
Hepatopatia gordurosa não alcoólica
Microbioma gastrointestinal
Microbioma gastrointestinal
Obesidade
Obesidade
Sobrepeso
Sobrepeso
topic Esteato-hepatite não alcoólica
Esteato-hepatite não alcoólica
Hepatopatia gordurosa não alcoólica
Hepatopatia gordurosa não alcoólica
Microbioma gastrointestinal
Microbioma gastrointestinal
Obesidade
Obesidade
Sobrepeso
Sobrepeso
description A Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é uma das formas mais comuns de doença hepática, relacionada primordialmente ao aumento progressivo da obesidade no mundo. Cerca de 10-25% dos pacientes com DHGNA desenvolvem Esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) e os fatores responsáveis pela progressão de esteatose para EHNA ainda não estão totalmente elucidados. Antecedentes genéticos, microbiota intestinal (MI), fatores ambientais, tais como, sedentarismo e dieta inadequada, devem ser considerados fatores críticos para o desenvolvimento de distúrbios metabólicos, como obesidade, síndrome metabólica, diabetes e DHGNA. O objetivo do presente estudo foi comparar a MI de indivíduos com sobrepeso, obesos e magros com e sem EHNA a fim de delinear diferenças fenotípicas entre os grupos. Foi realizado um estudo transversal que incluiu 13 pacientes com EHNA comprovada por biópsia (4 magros com EHNA, 5 com sobrepeso e com EHNA e 4 obesos com EHNA) e 10 indivíduos (magros e obesos) sem DHGNA utilizados como controle (5 magros e 5 obesos) estratificados de acordo com o índice de massa corpórea (IMC). O DNA da MI foi extraído de amostras de fezes. A amplificação por reação em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada utilizando primers para a região V4 do gene 16S rRNA. A amplificação de sequências alvo foi realizada utilizando oligonucleotídeos modificados e o sequenciamento foi executado na plataforma Ion PGM Torrent. Os dados foram analisados pelo software QIIME. O consumo de macronutrientes foi analisado por um recordatório alimentar de 7 dias. Os pacientes com EHNA mostraram diferenças significativas na quantidade de Faecalibacterium, Ruminococcus, Lactobacillus e Bifidobacterium em comparação aos indivíduos (magros e obesos) sem DHGNA utilizados como controle. Em particular, os pacientes com EHNA magros apresentaram uma quantidade 3 vezes menor de Faecalibacterium e Ruminococcus (p=0,004), enquanto os pacientes com EHNA obesos apresentaram quantidades abundantes de Lactobacillus (p= 0,048) e pacientes com EHNA com sobrepeso apresentaram quantidades reduzidas de Bifidobacterium (p= 0,041). Além disso, os pacientes com EHNA magros mostraram redução na quantidade de Ruminococcus e Lactobacillus em comparação aos pacientes com EHNA com sobrepeso e obesidade. No entanto, a análise da alfa diversidade da MI não demonstrou diferença estatística entre os pacientes com EHNA magros quando comparados aos indivíduos sem DHGNA utilizados como controle (p= 0,265). Índices de fibrose maior ou igual a 2 foram associados ao aumento de Lactobacillus (p= 0,015). Não houve diferenças na ingestão calórica e lipídica entre os grupos. Nossos dados sugerem que os pacientes com EHNA magros têm composição diferente da MI em comparação aos pacientes com sobrepeso e, ou também, obesos e aos indivíduos sem DHGNA. Escores de fibrose maior ou igual a 2 também foram associados à composição da MI; mas a ingestão de macronutrientes e calorias não foi associada às diferenças específicas na composição dos microrganismos intestinais fecais
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-11-27
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-11022020-154452/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-11022020-154452/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090606357544960