Participação da mulher no mercado de trabalho: segregação e discriminação em Pernambuco e São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ana Maria Holland Ometto
Data de Publicação: 1997
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.11.1997.tde-20210104-160358
Resumo: O presente trabalho, utilizando dados individuais coletados através das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNAD), analisa a evolução, ao longo do período compreendido entre 1981 e 1990, da segregação ocupacional por gênero e da discriminação que penaliza a mão-de-obra feminina nos estados de São Paulo e de Pernambuco. O índice de segregação de Duncan, calculado considerando-se a classificação ocupacional em três dígitos do IBGE, revela a existência de considerável segregação ocupacional nos dois estados. Além disso, verifica-se que embora essa medida decresça, entre o início e o final do período, em São Paulo, se eleva substancialmente em Pernambuco. A análise de decomposição mostra que o impacto das alterações na composição por sexo das ocupações é mais importante do que o das modificações na estrutura ocupacional da mão-de-obra para explicar as transformações da segregação ocupacional no período. Através do ajuste de logitos multinomiais, que objetivam estimar a distribuição ocupacional dos homens que compõem a amostra com base em um conjunto de características pessoais, e da substituição das características das mulhetes da amostra nos logitos multinomiais estimados, simula-se a distribuição ocupacional que mulheres teriam se os critérios de contratação fossem iguais para os dois sexos. Equações de rendimento estimadas por sexo e categoria ocupacional combinadas com a distribuição ocupacional simulada possibilitam identificar o impacto nas diferenças de rendimento por gênero das mulheres serem selecionadas ou remuneradas pelos critérios adotados para os homens. Considerando-se que as variáveis explicativas dos rendimentos sejam os níveis de escolaridade, idade, situação do domicílio, posse de carteira de trabalho assinada e posição na ocupação, verifica-se que as diferenças por gênero medidas por meio dessas variáveis explicam uma parcela insignificante das diferenças entre os rendimentos de homens e mulheres no estado de São Paulo e contribuem para reduzi-las em Pernambuco. O modelo utilizado permite concluir que as diferenças de remuneração entre os gêneros em São Paulo decorrem da existência das duas formas de discriminação - a intraocupacional e a ocupacional. Já em Pernambuco, decorrem, basicamente, da discriminação intraocupacional. O ajuste de regressões nas quais as duas formas de discriminação são as variáveis dependentes e as explicativas são o tempo (em anos) e as taxas de inflação resulta estatisticamente significativo apenas em São Paulo, onde a discriminação intraocupacional apresenta tendência decrescente e está negativamente correlacionada com a inflação intraocupacional apresenta tendência negativamente correlacionada com a inflação.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Participação da mulher no mercado de trabalho: segregação e discriminação em Pernambuco e São Paulo Woman at work: segregation and discrimination in São Paulo and Pernambuco 1997-08-27Rodolfo HoffmannAna Maria Holland OmettoUniversidade de São PauloCiências (Economia Aplicada)USPBR MERCADO DE TRABALHO MULHERES TRABALHO FEMININO O presente trabalho, utilizando dados individuais coletados através das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNAD), analisa a evolução, ao longo do período compreendido entre 1981 e 1990, da segregação ocupacional por gênero e da discriminação que penaliza a mão-de-obra feminina nos estados de São Paulo e de Pernambuco. O índice de segregação de Duncan, calculado considerando-se a classificação ocupacional em três dígitos do IBGE, revela a existência de considerável segregação ocupacional nos dois estados. Além disso, verifica-se que embora essa medida decresça, entre o início e o final do período, em São Paulo, se eleva substancialmente em Pernambuco. A análise de decomposição mostra que o impacto das alterações na composição por sexo das ocupações é mais importante do que o das modificações na estrutura ocupacional da mão-de-obra para explicar as transformações da segregação ocupacional no período. Através do ajuste de logitos multinomiais, que objetivam estimar a distribuição ocupacional dos homens que compõem a amostra com base em um conjunto de características pessoais, e da substituição das características das mulhetes da amostra nos logitos multinomiais estimados, simula-se a distribuição ocupacional que mulheres teriam se os critérios de contratação fossem iguais para os dois sexos. Equações de rendimento estimadas por sexo e categoria ocupacional combinadas com a distribuição ocupacional simulada possibilitam identificar o impacto nas diferenças de rendimento por gênero das mulheres serem selecionadas ou remuneradas pelos critérios adotados para os homens. Considerando-se que as variáveis explicativas dos rendimentos sejam os níveis de escolaridade, idade, situação do domicílio, posse de carteira de trabalho assinada e posição na ocupação, verifica-se que as diferenças por gênero medidas por meio dessas variáveis explicam uma parcela insignificante das diferenças entre os rendimentos de homens e mulheres no estado de São Paulo e contribuem para reduzi-las em Pernambuco. O modelo utilizado permite concluir que as diferenças de remuneração entre os gêneros em São Paulo decorrem da existência das duas formas de discriminação - a intraocupacional e a ocupacional. Já em Pernambuco, decorrem, basicamente, da discriminação intraocupacional. O ajuste de regressões nas quais as duas formas de discriminação são as variáveis dependentes e as explicativas são o tempo (em anos) e as taxas de inflação resulta estatisticamente significativo apenas em São Paulo, onde a discriminação intraocupacional apresenta tendência decrescente e está negativamente correlacionada com a inflação intraocupacional apresenta tendência negativamente correlacionada com a inflação. This study analyses the evolution of occupational segregation by gender and of female worker discrimination in the states of São Paulo and Pernambuco, for the period 1981-1990. The data set is provided by the National Household Sample Surveys (PNAD). The index of segregation developed by Duncan & Duncan (1955), estimated considering the three digits occupational classification detailed by IBGE, indicates the existence of a considerable occupational segregation by gender in both states. Moreover, it shows that even if this degree decreases among the initial and final period in São Paulo, it increases considerably in Pernambuco. A decomposition procedure shows that the impact of the changes in the gender composition within occupations is more important than the changes in the distribution of employment across occupations to explain the changes in the occupational segregation by gender during the period. Earning equations estimated by gender and occupational class combined with the occupational distribution of the working women simulated through multinomial logit models allow the identification of the impact on the male-female earnings differentials of women being selected or paid using the same criteria adopted for men. Considering that the explanatory variables of earnings are school apprenticeship, age, urban/rural sector, the possession of a signed work booklet and occupational position, it is notable that male-female differentials due to these variables explain an insignificant part of the earnings differentials by gender in São Paulo, and contribute to reduce them in Pernambuco. The model used allows the conclusion that the male-female earnings difference in São Paulo is the result of two kinds of discrimination: the intra-occupational and the inter-occupational discrimination. Furthermore, the earnings differentials in Pernambuco result, mainly, from intra-occupational discrimination. The estimated time series regressions in which discrimination is a dependent variable and the explanatory variables are the time (in years) and the rate of inflation were statiscally significant only in São Paulo, where the intra-occupational discrimination shows a decreasing tendency and is negatively correlated with inflation. https://doi.org/10.11606/T.11.1997.tde-20210104-160358info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T19:39:17Zoai:teses.usp.br:tde-20210104-160358Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T13:01:38.203564Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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