Associação entre concentrações séricas de 25 (OH) D, ingestão de alimentos fonte de vitamina D e cálcio e condições de saúde com a presença de osteoporose e fraturas em idosos no estado do Piauí
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-02102020-121810/ |
Resumo: | As alterações fisiológicas do envelhecimento contribuem para a ocorrência de complicações relacionadas aos baixos níveis de vitamina D. A deficiência de vitamina D no idoso pode ser explicada pela redução da capacidade de gerar seu precursor, o 7-de-hidrocolesterol, que se transforma em vitamina D3. O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre concentrações séricas de 25(OH) D, ingestão de alimentos fonte de vitamina D e cálcio e condições de saúde com a presença de osteoporose e fraturas em idosos. Trata-se de um estudo transversal, exploratório-descritivo e quantitativo. Os dados foram coletados por meio de um formulário para investigação sociodemográfica, clínica e do estilo de vida, um questionário de frequência alimentar e análise da concentração sérica de 25-hidróxicolecalciferol [25 (OH) D]. Duas unidades de saúde da Estratégia Saúde da Família do município de Picos, Piauí, constituíram o cenário do estudo. Foram incluídas pessoas com 60 anos ou mais e que fossem cadastradas nas unidades de saúde selecionadas. Foram excluídas pessoas com limitações que impedissem a compreensão do instrumento e a coleta de dados. Após a aplicação desses critérios, a amostra foi constituída por 125 e 149 idosos nas unidades de saúde A e B, respectivamente, totalizando 274 idosos. Uma subamostra de 67 participantes foi selecionada para realização do exame de concentração sérica de 25 (OH) D. Realizou-se análise descritiva e inferencial dos dados coletados. Na associação entre as variáveis, utilizaram-se os testes Qui-quadrado de Pearson ou Teste Exato de Fisher, Mann-Whitey ou Kruskal-Wallis, Coeficiente de Bonferroni e Modelos múltiplos de regressão logística, com nível de significância de 5%. Nos resultados, encontrou-se predominância do sexo feminino (66,1%), prevalência de 23,7% de osteoporose e de 14,6% de fraturas após dos 45 anos. A prevalência de osteoporose foi maior entre os idosos que tinham comorbidades (27,4%, p<0,001) e faziam reposição de cálcio (56,3%, p<0,001). A prevalência de fraturas foi maior entre idosos que consumiam bebidas alcoólicas (33,3%, p=0,035), não faziam reposição de cálcio (27,1%, p=0,007) e ingeriam iogurte por menos de 4 dias por semana (50%, p=0,019). Na regressão logística, encontrou-se as seguintes associações: sexo feminino e osteoporose (OR=5,69, IC95%: 1,12-28,9; p=0,036), reposição de cálcio e osteoporose (OR=5,62, IC95%: 1,62-19,5; p=0,006), consumo de bebidas alcoólicas e fraturas (OR=6,58, IC95%: 1,88-23,0; p=0,003) e resposição de cálcio e fraturas (OR=2,87, IC95%: 1,25-6,61; p=0,013). A mediana dos valores de vitamina D sérica foi de 24,5 ng/ml e a maioria dos idosos (56,7%) foi classificada com insuficiência deste nutriente. A concentração sérica de 25 (OH) D foi maior entre aqueles que consumiam queijo e iogurte por 4 a 7 dias na semana (p=0,021 em ambas associações). O estudo mostra que há uma inadequação dos níveis de vitamina D na população estudada. Assim, faz-se necessário implementar políticas de incentivo ao consumo de alimentos fonte de vitamina D como estratégia para a prevenção de hipovitaminose D. |
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Associação entre concentrações séricas de 25 (OH) D, ingestão de alimentos fonte de vitamina D e cálcio e condições de saúde com a presença de osteoporose e fraturas em idosos no estado do PiauíAssociation between serum concentrations of 25 (OH) D, dietary sources of vitamin D and calcium and health conditions with the presence of osteoporosis and fractures in elderly people in the state of PiauíAgingEnvelhecimentoEstilo de vidaFracturesFraturasLifestyleOsteoporoseOsteoporosisVitamin DVitamina DAs alterações fisiológicas do envelhecimento contribuem para a ocorrência de complicações relacionadas aos baixos níveis de vitamina D. A deficiência de vitamina D no idoso pode ser explicada pela redução da capacidade de gerar seu precursor, o 7-de-hidrocolesterol, que se transforma em vitamina D3. O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre concentrações séricas de 25(OH) D, ingestão de alimentos fonte de vitamina D e cálcio e condições de saúde com a presença de osteoporose e fraturas em idosos. Trata-se de um estudo transversal, exploratório-descritivo e quantitativo. Os dados foram coletados por meio de um formulário para investigação sociodemográfica, clínica e do estilo de vida, um questionário de frequência alimentar e análise da concentração sérica de 25-hidróxicolecalciferol [25 (OH) D]. Duas unidades de saúde da Estratégia Saúde da Família do município de Picos, Piauí, constituíram o cenário do estudo. Foram incluídas pessoas com 60 anos ou mais e que fossem cadastradas nas unidades de saúde selecionadas. Foram excluídas pessoas com limitações que impedissem a compreensão do instrumento e a coleta de dados. Após a aplicação desses critérios, a amostra foi constituída por 125 e 149 idosos nas unidades de saúde A e B, respectivamente, totalizando 274 idosos. Uma subamostra de 67 participantes foi selecionada para realização do exame de concentração sérica de 25 (OH) D. Realizou-se análise descritiva e inferencial dos dados coletados. Na associação entre as variáveis, utilizaram-se os testes Qui-quadrado de Pearson ou Teste Exato de Fisher, Mann-Whitey ou Kruskal-Wallis, Coeficiente de Bonferroni e Modelos múltiplos de regressão logística, com nível de significância de 5%. Nos resultados, encontrou-se predominância do sexo feminino (66,1%), prevalência de 23,7% de osteoporose e de 14,6% de fraturas após dos 45 anos. A prevalência de osteoporose foi maior entre os idosos que tinham comorbidades (27,4%, p<0,001) e faziam reposição de cálcio (56,3%, p<0,001). A prevalência de fraturas foi maior entre idosos que consumiam bebidas alcoólicas (33,3%, p=0,035), não faziam reposição de cálcio (27,1%, p=0,007) e ingeriam iogurte por menos de 4 dias por semana (50%, p=0,019). Na regressão logística, encontrou-se as seguintes associações: sexo feminino e osteoporose (OR=5,69, IC95%: 1,12-28,9; p=0,036), reposição de cálcio e osteoporose (OR=5,62, IC95%: 1,62-19,5; p=0,006), consumo de bebidas alcoólicas e fraturas (OR=6,58, IC95%: 1,88-23,0; p=0,003) e resposição de cálcio e fraturas (OR=2,87, IC95%: 1,25-6,61; p=0,013). A mediana dos valores de vitamina D sérica foi de 24,5 ng/ml e a maioria dos idosos (56,7%) foi classificada com insuficiência deste nutriente. A concentração sérica de 25 (OH) D foi maior entre aqueles que consumiam queijo e iogurte por 4 a 7 dias na semana (p=0,021 em ambas associações). O estudo mostra que há uma inadequação dos níveis de vitamina D na população estudada. Assim, faz-se necessário implementar políticas de incentivo ao consumo de alimentos fonte de vitamina D como estratégia para a prevenção de hipovitaminose D.The physiological changes of aging contribute to the occurrence of complications related to low levels of vitamin D. Deficiency of vitamin D in the elderly can be explained by the reduced ability to generate its precursor, the 7-dehydrocholesterol, which is transformed into vitamin D3. The aim of this study was to investigate associations between serum concentrations of 25 (OH) D, intake of foods rich in vitamin D and calcium, and health conditions with the presence of osteoporosis and fractures in elderly. This is a cross-sectional, exploratory-descriptive and quantitative study. Data were collected using a form with sociodemographic, clinical, and lifestyle variables, a food frequency questionnaire, and analysis of the serum concentration of 25-hydroxy-cholecalciferol [25 (OH) D]. Two healthcare centers of the Family Health Strategy in the city of Picos, Piauí, constituted the scenario of the study. People aged 60 or over and registered in the selected health centers were included. People with limitations that prevented the understanding of the instrument and data collection were excluded. After applying these criteria, the sample consisted of 125 and 149 elderly people in health centers A and B, respectively, totaling 274 subjects. A subsample of 67 participants was selected to perform the 25 (OH) D serum concentration test. Descriptive and inferential analysis were performed on the collected data. Pearson\'s chisquare or Fisher\'s exact test, Mann-Whitey or Kruskal-Wallis, Bonferroni coefficient and multiple logistic regression models were used to associate the variables, with a 5% significance level. In the results, there was a predominance of females (66.1%), a prevalence of 23.7% of osteoporosis and 14.6% of fractures after 45 years of age. The prevalence of osteoporosis was higher among the elderly who had comorbidities (27.4%, p <0.001) and among those who were on calcium supplementation (56.3%, p <0.001). The prevalence of fractures was higher among elderly who consumed alcoholic beverages (33.3%, p = 0.035), did not take calcium supplementation (27.1%, p = 0.007) and ate yogurt for less than 4 days a week (50 %, p = 0.019). In the logistic regression, the following associations were found: female gender and osteoporosis (OR = 5.69, 95% CI: 1.12-28.9; p = 0.036), calcium supplementation and osteoporosis (OR = 5.62, 95% CI: 1.62-19.5; p = 0.006), consumption of alcoholic beverages and fractures (OR = 6.58, 95% CI: 1.88-23.0; p = 0.003) and calcium supplementation and fractures (OR = 2.87, 95% CI: 1.25-6.61; p = 0.013). The median serum vitamin D values were 24.5 ng / ml and the majority of the elderly (56.7%) were classified as having insufficiency of this nutrient. The serum concentration of 25 (OH) D was higher among those who consumed cheese and yogurt for 4 to 7 days a week (p = 0.021 in both associations). The study shows that there is an inadequacy of vitamin D levels in the studied population. Thus, it is necessary to implement policies to encourage the consumption of vitamin D source foods as a strategy for the prevention of hypovitaminosis D.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCavalheiro, Ligia Araujo MartiniFormiga, Laura Maria Feitosa2020-08-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-02102020-121810/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-10-02T18:25:02Zoai:teses.usp.br:tde-02102020-121810Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-10-02T18:25:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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As alterações fisiológicas do envelhecimento contribuem para a ocorrência de complicações relacionadas aos baixos níveis de vitamina D. A deficiência de vitamina D no idoso pode ser explicada pela redução da capacidade de gerar seu precursor, o 7-de-hidrocolesterol, que se transforma em vitamina D3. O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre concentrações séricas de 25(OH) D, ingestão de alimentos fonte de vitamina D e cálcio e condições de saúde com a presença de osteoporose e fraturas em idosos. Trata-se de um estudo transversal, exploratório-descritivo e quantitativo. Os dados foram coletados por meio de um formulário para investigação sociodemográfica, clínica e do estilo de vida, um questionário de frequência alimentar e análise da concentração sérica de 25-hidróxicolecalciferol [25 (OH) D]. Duas unidades de saúde da Estratégia Saúde da Família do município de Picos, Piauí, constituíram o cenário do estudo. Foram incluídas pessoas com 60 anos ou mais e que fossem cadastradas nas unidades de saúde selecionadas. Foram excluídas pessoas com limitações que impedissem a compreensão do instrumento e a coleta de dados. Após a aplicação desses critérios, a amostra foi constituída por 125 e 149 idosos nas unidades de saúde A e B, respectivamente, totalizando 274 idosos. Uma subamostra de 67 participantes foi selecionada para realização do exame de concentração sérica de 25 (OH) D. Realizou-se análise descritiva e inferencial dos dados coletados. Na associação entre as variáveis, utilizaram-se os testes Qui-quadrado de Pearson ou Teste Exato de Fisher, Mann-Whitey ou Kruskal-Wallis, Coeficiente de Bonferroni e Modelos múltiplos de regressão logística, com nível de significância de 5%. Nos resultados, encontrou-se predominância do sexo feminino (66,1%), prevalência de 23,7% de osteoporose e de 14,6% de fraturas após dos 45 anos. A prevalência de osteoporose foi maior entre os idosos que tinham comorbidades (27,4%, p<0,001) e faziam reposição de cálcio (56,3%, p<0,001). A prevalência de fraturas foi maior entre idosos que consumiam bebidas alcoólicas (33,3%, p=0,035), não faziam reposição de cálcio (27,1%, p=0,007) e ingeriam iogurte por menos de 4 dias por semana (50%, p=0,019). Na regressão logística, encontrou-se as seguintes associações: sexo feminino e osteoporose (OR=5,69, IC95%: 1,12-28,9; p=0,036), reposição de cálcio e osteoporose (OR=5,62, IC95%: 1,62-19,5; p=0,006), consumo de bebidas alcoólicas e fraturas (OR=6,58, IC95%: 1,88-23,0; p=0,003) e resposição de cálcio e fraturas (OR=2,87, IC95%: 1,25-6,61; p=0,013). A mediana dos valores de vitamina D sérica foi de 24,5 ng/ml e a maioria dos idosos (56,7%) foi classificada com insuficiência deste nutriente. A concentração sérica de 25 (OH) D foi maior entre aqueles que consumiam queijo e iogurte por 4 a 7 dias na semana (p=0,021 em ambas associações). O estudo mostra que há uma inadequação dos níveis de vitamina D na população estudada. Assim, faz-se necessário implementar políticas de incentivo ao consumo de alimentos fonte de vitamina D como estratégia para a prevenção de hipovitaminose D. |
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