O soldado policial militar e suas polícias: sua clientela e sua hierarquia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-11092012-154122/ |
Resumo: | A Polícia Militar, cuja missão divulgada oficialmente é a de tutela da ordem jurídica, assegurando a tranquilidade pública e a proteção da sociedade contra as violações e malefícios\", tem crescido como tema de discussão tanto na mídia como nos meios acadêmicos nos últimos anos por sua relevância na vida das pessoas e relação com as questões de segurança pública. Dados sobre violência policial de inúmeros orgãos, pesquisas acadêmicas no assunto, e a própria preocupação manifesta de autoridades governamentais de segurança pública tornam quase que inevitável que essas discussões vinculem a polícia à violência. Este trabalho teve como objetivo estudar os efeitos de reconhecimento e desconhecimento das relações no trabalho que permearam o discurso de um grupo de soldados da polícia militar: como estes falaram de seu trabalho e através desta fala posicionaram-se e posicionaram sua clientela e sua hierarquia. Por conta da importância dos dados mencionados, buscou-se também analisar que lugar a violência ocupou neste discurso. Dez soldados de um mesmo batalhão da polícia militar do Estado de São Paulo, sendo estes nove homens e uma mulher, foram entrevistados no próprio local de trabalho acerca de seu trabalho e das pessoas com quem se relacionavam. Suas entrevistas transcritas foram analisadas através da Análise Institucional do Discurso a fim de configurar um sujeito soldado policial militar. O objeto da análise do discurso foi a articulação entre o texto e o lugar social. Através destas análises, percebemos que uma noção de ser o faz tudo deslizou para o cuidado de um tipo específico de clientela, a população despossuída, e culminou com a proteção da vida do próprio policial policial como foco último do trabalho do PM. A farda se sobrepôs ao indivíduo marcando com toda a força a matriz institucional desse sujeito (do discurso). Não é uma questão de ser vítima da farda, mas de, pressupondo-se só na linha de frente, conduta justificada, legitimada e reforçada pelo discurso que indissocia meliante e clientela, passa a ser natural que o PM então coloque-se no lugar de alvo e que a ajuda e proteção ao amigo de farda torne-se legitimamente o foco de seu trabalho. O estressante do trabalho do PM residia justamente nesta inversão quando PM tornava-se alvo. E, a regra, ponto de tensão para que o PM se defenda, abre brecha para uma virada do cumprimento da lei para o crime como caminho natural a seguir e deslocado do indivídio. Um caminho para a violência |
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Este trabalho teve como objetivo estudar os efeitos de reconhecimento e desconhecimento das relações no trabalho que permearam o discurso de um grupo de soldados da polícia militar: como estes falaram de seu trabalho e através desta fala posicionaram-se e posicionaram sua clientela e sua hierarquia. Por conta da importância dos dados mencionados, buscou-se também analisar que lugar a violência ocupou neste discurso. Dez soldados de um mesmo batalhão da polícia militar do Estado de São Paulo, sendo estes nove homens e uma mulher, foram entrevistados no próprio local de trabalho acerca de seu trabalho e das pessoas com quem se relacionavam. Suas entrevistas transcritas foram analisadas através da Análise Institucional do Discurso a fim de configurar um sujeito soldado policial militar. O objeto da análise do discurso foi a articulação entre o texto e o lugar social. Através destas análises, percebemos que uma noção de ser o faz tudo deslizou para o cuidado de um tipo específico de clientela, a população despossuída, e culminou com a proteção da vida do próprio policial policial como foco último do trabalho do PM. A farda se sobrepôs ao indivíduo marcando com toda a força a matriz institucional desse sujeito (do discurso). Não é uma questão de ser vítima da farda, mas de, pressupondo-se só na linha de frente, conduta justificada, legitimada e reforçada pelo discurso que indissocia meliante e clientela, passa a ser natural que o PM então coloque-se no lugar de alvo e que a ajuda e proteção ao amigo de farda torne-se legitimamente o foco de seu trabalho. O estressante do trabalho do PM residia justamente nesta inversão quando PM tornava-se alvo. E, a regra, ponto de tensão para que o PM se defenda, abre brecha para uma virada do cumprimento da lei para o crime como caminho natural a seguir e deslocado do indivídio. Um caminho para a violênciaThe Military Police, whose mission as officially claimed is to safeguard the legal order, assuring public peace and protecting the society against violations and wrongdoings, has increasingly appeared as a theme of discussion in the media as well as in the academia in the last years due to its relevance to peoples lives and its relation to public safety issues. Police violence data from many organizations, academic research e the manifest concern from government authorities in public security make it almost inevitable for these discussions to relate police and violence. This research aims at studying the effects of recognition and disowning of the relationships in the job that permeated the discourse of a group of soldiers from the military policy: how they spoke of their job and through this speech positioned themselves and their clientele and hierarchy. Due to the importance of the mentioned data, the potential place that violence occupied in this discourse was subject of study as well. Ten soldiers; nine men and one woman, from the same battalion of the Military Police from the State of São Paulo were interviewed in the workplace about their jobs and the people they relate to in doing so. The transcribed interviews were analyzed through the Institutional Discourse Analyses to configure a military police soldier subject. The object of discourse analyses was the articulation between the text and the social place. Through these analyzes, we could see that a do it all notion slid to become the care of a certain type of clientele, the dispossessed, and culminated to the protection of the life of the police officer him or herself as the ultimate focus of the police officers job. The uniform overlapped the individual with the strength of the institutional matrix within this (discourse) subject. Its not a matter of being a victim of the uniform, but, assuming a solitude in the front line, a justified and rationalized conduct, also reinforced by the discourse that doesnt differ criminal from clientele, its naturalized that the military police officer/soldier puts him or herself in the position of a target so that helping and protecting the uniform pal becomes legitimately the focus of the job. The stressful in the job is exactly this inversion of positions when the soldier becomes the target. And the rules and procedures, source of tension for the police officer to defend him/herself, give license for the mode turn from law abiding to crime, a natural path to follow, detached from the individual and excused by the uniform. A path to violenceBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGuirado, MarleneAzevedo, Érika Ferreira de2012-06-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-11092012-154122/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:32Zoai:teses.usp.br:tde-11092012-154122Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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