Aquisição de regras fonológicas do inglês por falantes de português brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fragozo, Carina Silva
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-21122017-124449/
Resumo: Esta pesquisa investiga o papel da língua materna (L1) e da Gramática Universal (GU) na aquisição do inglês por falantes de português brasileiro através da análise de três fenômenos fonológicos: a relação entre sílaba e acento, que é totalmente diferente nas duas línguas e se dá através da marcação de parâmetros métricos; a retração de acento, que ocorre de maneira muito semelhante no inglês e no português e representa uma regra a ser transferida da L1 para a L2; e a assimilação de vozeamento, que existe em ambas as línguas, mas de maneira diferente e, portanto, trata-se de uma regra a ser modificada. Esta investigação permite compreender a influência da GU e da L1 na aquisição de L2 porque, caso os resultados mostrassem que a relação entre a sílaba e acento fosse adquirida com mais facilidade, isso seria uma evidência de que o estado inicial da aquisição é caracterizado pela GU, que permitiu a marcação do parâmetro do acento do inglês. Caso a retração de acento fosse adquirida com mais facilidade, isso significaria que o estado inicial da aquisição é caracterizado pela gramática da L1 e que haveria uma transferência (positiva) dessa regra para a L2. Por fim, caso a assimilação de vozeamento fosse adquirida com mais facilidade, isso significaria que nem a L1 e nem a GU foram fatores determinantes no processo de aquisição desses informantes. A amostra é composta por 30 falantes brasileiros de inglês divididos em três níveis de proficiência (básico, intermediário e avançado), além de 7 falantes nativos, que constituíram o grupo de controle. Para a coleta foram utilizados 3 experimentos, um para cada fenômeno, totalizando 9.248 dados. Os dados referentes à assimilação de vozeamento foram transcritos a partir da verificação acústica do vozeamento do morfema -s. A classificação dos dados referentes à sílaba e acento e à retração de acento, por sua vez, foi realizada em duas etapas: uma verificação perceptual e uma verificação acústica baseada nos principais correlatos do acento nas duas línguas: pitch e duração. Os resultados indicaram que, dentre os três fenômenos analisados, a regra de retração de acento, que se dá através da transferência da L1, e a relação entre sílaba e acento, que se dá pela marcação do parâmetro da L2, foram adquiridas com mais facilidade do que a regra de assimilação de vozeamento, que não tem apoio nem na L1 e nem na GU. Esses resultados são evidência de que o processo de aquisição fonológica de segunda língua é influenciado tanto pela Gramática Universal, que permite a marcação paramétrica a partir do input da língua alvo, quanto pela língua materna, que se manifesta na L2 através de transferência positiva ou negativa, o que faz com que regras que não contam com apoio nem da GU e nem da L1 sejam os fenômenos mais difíceis de serem adquiridos.
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spelling Aquisição de regras fonológicas do inglês por falantes de português brasileiroAcquisition of phonological rules in English by speakers of Brazilian PortugueseAquisição de segunda línguaGramática universalLanguage transferPhonological rulesRegras fonológicasSecond language acquisitionTransferênciaUniversal grammarEsta pesquisa investiga o papel da língua materna (L1) e da Gramática Universal (GU) na aquisição do inglês por falantes de português brasileiro através da análise de três fenômenos fonológicos: a relação entre sílaba e acento, que é totalmente diferente nas duas línguas e se dá através da marcação de parâmetros métricos; a retração de acento, que ocorre de maneira muito semelhante no inglês e no português e representa uma regra a ser transferida da L1 para a L2; e a assimilação de vozeamento, que existe em ambas as línguas, mas de maneira diferente e, portanto, trata-se de uma regra a ser modificada. Esta investigação permite compreender a influência da GU e da L1 na aquisição de L2 porque, caso os resultados mostrassem que a relação entre a sílaba e acento fosse adquirida com mais facilidade, isso seria uma evidência de que o estado inicial da aquisição é caracterizado pela GU, que permitiu a marcação do parâmetro do acento do inglês. Caso a retração de acento fosse adquirida com mais facilidade, isso significaria que o estado inicial da aquisição é caracterizado pela gramática da L1 e que haveria uma transferência (positiva) dessa regra para a L2. Por fim, caso a assimilação de vozeamento fosse adquirida com mais facilidade, isso significaria que nem a L1 e nem a GU foram fatores determinantes no processo de aquisição desses informantes. A amostra é composta por 30 falantes brasileiros de inglês divididos em três níveis de proficiência (básico, intermediário e avançado), além de 7 falantes nativos, que constituíram o grupo de controle. Para a coleta foram utilizados 3 experimentos, um para cada fenômeno, totalizando 9.248 dados. Os dados referentes à assimilação de vozeamento foram transcritos a partir da verificação acústica do vozeamento do morfema -s. A classificação dos dados referentes à sílaba e acento e à retração de acento, por sua vez, foi realizada em duas etapas: uma verificação perceptual e uma verificação acústica baseada nos principais correlatos do acento nas duas línguas: pitch e duração. Os resultados indicaram que, dentre os três fenômenos analisados, a regra de retração de acento, que se dá através da transferência da L1, e a relação entre sílaba e acento, que se dá pela marcação do parâmetro da L2, foram adquiridas com mais facilidade do que a regra de assimilação de vozeamento, que não tem apoio nem na L1 e nem na GU. Esses resultados são evidência de que o processo de aquisição fonológica de segunda língua é influenciado tanto pela Gramática Universal, que permite a marcação paramétrica a partir do input da língua alvo, quanto pela língua materna, que se manifesta na L2 através de transferência positiva ou negativa, o que faz com que regras que não contam com apoio nem da GU e nem da L1 sejam os fenômenos mais difíceis de serem adquiridos.This research investigates the role of the first language (L1) and Universal Grammar (UG) in the acquisition of English by speakers of Brazilian Portuguese through the analysis of three phonological phenomena: the relation between syllable and stress, which is totally different in both languages and is given by parameter settings; stress shift, which is very similar in English and Portuguese and represents a rule to be transferred from the L1 to the target-language; and voicing assimilation, which exists in both languages, but in a different way, and, therefore, is a rule to be modified. This investigation allows us to understand the influence of UG and L1 on the acquisition of a second language because, if the results showed that the relation between syllable and stress was the easiest phenomenon to acquire, this would mean that the initial state of the acquisition is characterized by UG, which enabled the English stress parameter setting. If stress shift were more easily acquired, this would mean that the initial state of the acquisition is characterized by the grammar of the L1 and that there would be a (positive) transfer of that rule to the second language. Finally, if voicing assimilation was the easiest rule to acquire, this would mean that neither the L1 nor UG were determining factors in the acquisition process of these subjects. The sample is composed of 30 Brazilian speakers of English divided into three proficiency levels (basic, intermediate and advanced), in addition to 7 native speakers, who constituted the control group. We used 3 experiments for data collection, one for each phenomenon, totalizing 9,248 data. The data referring to voicing assimilation were transcribed based on the acoustic verification of the morpheme -s. The classification of the data related to syllable and stress and stress shift ocurred in two stages: a perceptual verification and an acoustic verification based on the main correlates of stress in the two languages: pitch and duration. The results indicated that stress shift, which occurs through the transfer of the L1, and the relation between syllable and stress, which is given by parameter settings, were more easily acquired than the voicing assimilation rule, which has no support in the L1 and in UG. These results are evidence that second language phonological acquisition is influenced both by Universal Grammar, which allows parameter (re)settings, and by first language, which means that rules that are not supported neither by GU nor L1 are the most difficult phenomena to be acquired.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSantos, Raquel SantanaFragozo, Carina Silva2017-07-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-21122017-124449/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:38:18Zoai:teses.usp.br:tde-21122017-124449Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:38:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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