Estudo da ocorrência de ferrita delta em aços inoxidáveis austeníticos, com ênfase em chapas do aço AISI 304, em diferentes etapas do processamento industrial.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3133/tde-20042022-081609/ |
Resumo: | Os aços inoxidáveis, disponíveis no mercado desde a segunda década do século XX, são considerados atualmente materiais de engenharia insubstituíveis. Dentre as diversas classes, os inoxidáveis austeníticos representam cerca de ¾ da produção mundial. Grande parte destes materiais na condição de uso, após o tratamento térmico de solubilização, não são completamente austeníticos e apresentam um percentual volumétrico residual de ferrita delta (), entre 0,5 e 5% que podem influenciar as suas propriedades mecânicas, magnéticas e de corrosão. Com o objetivo de avaliar as técnicas mais utilizadas para quantificação de ferrita delta e verificar como esta fase se apresenta nas diferentes fases de processamento siderúrgico, o presente trabalho é composto de quatro partes principais. Na primeira parte foram avaliadas por meio de ferritoscopia 55 corridas industriais de diversos aços austeníticos de diferentes perfis e efetuada correlação dos resultados obtidos com suas propriedades. Na segunda parte do trabalho foi realizado para o aço 304, um estudo comparativo das três técnicas mais utilizadas para medição de ferrita delta em aços inoxidáveis austeníticos: ferritoscopia, difração de Raios X e metalografia quantitativa (MQ). Na terceira parte do trabalho, foi realizado um estudo sistemático da evolução da quantidade, morfologia e distribuição de ferrita delta em uma corrida industrial de 80 toneladas de aço 304, desde a solidificação até o produto disponibilizado para comercialização. Com objetivo de avaliar a estabilidade térmica da ferrita delta em função da temperatura para o aço 304, também foi caracterizado o material após solubilização na faixa de 1050°C a 1200 °C, na quarta parte do trabalho. A análise das corridas comerciais de aços inoxidáveis austeníticos planos demonstrou residual de ferrita delta predominantemente abaixo de 1,0%, não sendo possível estabelecer correlação com a espessura do material. Enquanto a placa de lingotamento contínuo de 304 apresentou ferrita delta variando de 2,44 a 6,89%; após o processamento industrial e solubilização final do produto, o material apresentou ferrita entre 0,31 e 0,51%, valor compatível com as corridas industriais avaliadas em campo. Verificou-se que a distribuição de ferrita ao longo da espessura da placa de lingotamento do tipo M, reportada na literatura e identificada no presente trabalho, se mantém mesmo após a história térmica e de conformação mecânica do material. Observou-se similaridade nos perfis de variação do conteúdo de ferrita delta entre as medições efetuadas por MQ e ferritoscopia, entretanto conforme se evoluiu na sequência do processamento industrial do 304 evidenciou-se o aumento das divergências entre as técnicas devido ao alto desvio padrão das medições via MQ e devido a limitação dos fatores de correção disponíveis para medições efetuadas via ferritoscopia para baixos percentuais da fase magnética. Tratamentos térmicos realizados entre 1050 e 1200°C foram efetivos para solubilizar ferrita delta residual de produtos siderúrgicos comerciais sem promover crescimento excessivo dos grãos. |
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Estudo da ocorrência de ferrita delta em aços inoxidáveis austeníticos, com ênfase em chapas do aço AISI 304, em diferentes etapas do processamento industrial.Study of the delta ferrite occurrence in austenitic stainless steels, with emphasis on AISI 304 plates, at different industrial processing steps.Aço inoxidável austeníticoAustenitic stainless steelsDelta ferriteFerrita deltaMicroestruturaMicrostructureSolidificationSolificaçãoOs aços inoxidáveis, disponíveis no mercado desde a segunda década do século XX, são considerados atualmente materiais de engenharia insubstituíveis. Dentre as diversas classes, os inoxidáveis austeníticos representam cerca de ¾ da produção mundial. Grande parte destes materiais na condição de uso, após o tratamento térmico de solubilização, não são completamente austeníticos e apresentam um percentual volumétrico residual de ferrita delta (), entre 0,5 e 5% que podem influenciar as suas propriedades mecânicas, magnéticas e de corrosão. Com o objetivo de avaliar as técnicas mais utilizadas para quantificação de ferrita delta e verificar como esta fase se apresenta nas diferentes fases de processamento siderúrgico, o presente trabalho é composto de quatro partes principais. Na primeira parte foram avaliadas por meio de ferritoscopia 55 corridas industriais de diversos aços austeníticos de diferentes perfis e efetuada correlação dos resultados obtidos com suas propriedades. Na segunda parte do trabalho foi realizado para o aço 304, um estudo comparativo das três técnicas mais utilizadas para medição de ferrita delta em aços inoxidáveis austeníticos: ferritoscopia, difração de Raios X e metalografia quantitativa (MQ). Na terceira parte do trabalho, foi realizado um estudo sistemático da evolução da quantidade, morfologia e distribuição de ferrita delta em uma corrida industrial de 80 toneladas de aço 304, desde a solidificação até o produto disponibilizado para comercialização. Com objetivo de avaliar a estabilidade térmica da ferrita delta em função da temperatura para o aço 304, também foi caracterizado o material após solubilização na faixa de 1050°C a 1200 °C, na quarta parte do trabalho. A análise das corridas comerciais de aços inoxidáveis austeníticos planos demonstrou residual de ferrita delta predominantemente abaixo de 1,0%, não sendo possível estabelecer correlação com a espessura do material. Enquanto a placa de lingotamento contínuo de 304 apresentou ferrita delta variando de 2,44 a 6,89%; após o processamento industrial e solubilização final do produto, o material apresentou ferrita entre 0,31 e 0,51%, valor compatível com as corridas industriais avaliadas em campo. Verificou-se que a distribuição de ferrita ao longo da espessura da placa de lingotamento do tipo M, reportada na literatura e identificada no presente trabalho, se mantém mesmo após a história térmica e de conformação mecânica do material. Observou-se similaridade nos perfis de variação do conteúdo de ferrita delta entre as medições efetuadas por MQ e ferritoscopia, entretanto conforme se evoluiu na sequência do processamento industrial do 304 evidenciou-se o aumento das divergências entre as técnicas devido ao alto desvio padrão das medições via MQ e devido a limitação dos fatores de correção disponíveis para medições efetuadas via ferritoscopia para baixos percentuais da fase magnética. Tratamentos térmicos realizados entre 1050 e 1200°C foram efetivos para solubilizar ferrita delta residual de produtos siderúrgicos comerciais sem promover crescimento excessivo dos grãos.Stainless steels, commercially available since the second decade of the 20th century, are considered irreplaceable engineering materials. Among the different classes, the austenitic stainless steels represent about ¾ of the world production. Most of these materials in their use condition, after the solubilization heat treatment, are not fully austenitic and have a residual volumetric percentage of delta ferrite (), between 0.5 and 5%, which can affect their mechanical and magnetic properties and the corrosion resistance. Aiming at the evaluation of the most used techniques to quantify delta ferrite and to verify how this phase presents itself in the different steps of steelmaking processing, the present work is composed of four main parts. In the first part, fifty-five industrial heats of different austenitic stainless steels and profiles had their delta ferrite content measured and correlated with their mechanical properties. In the second part of the work, a comparative study of the three most used techniques of delta ferrite quantification was carried out for a 304 steel: ferritoscopy, X-ray diffraction and quantitative metallography (QM). In the third part of the work, a systematic study on the evolution, quantity, morphology and distribution of delta ferrite in an 80-ton industrial heat of the 304 steel was carried out, from the continuous casting to the final product - ready for commercialization. In order to evaluate the thermal stability of delta ferrite as a function of temperature for the 304 steel, the material was also evaluated after solubilization heat treatments in the range of 1050°C to 1200°C, in the fourth part of the present study. The analysis of the commercial heats of flat austenitic stainless steels have shown residual delta ferrite predominantly below 1.0 and it was not possible to establish correlation with the material thickness. While the 304 continuous casted slab exhibited delta ferrite ranging from 2.44 to 6.89%, after industrial processing and final solubilization of the product, the material exhibited ferrite between 0.31 and 0.51%. It was verified that the ferrite distribution M-type along the thickness of the slab, reported by the literature and identified in the present work, is maintained even after the thermal and mechanical conformation history of the material. Similarity was observed in the delta ferrite content variation profiles between the measurements performed by QM and ferritoscopy, however, as the industrial processing of the 304 evolves, there was an increase in the divergences between the techniques due to the high deviation of QM measurements and due to the limitation of correction factors available for low percentages of in ferritoscopy. Heat treatments performed between 1050 and 1200 °C were effective to solubilize residual delta ferrite from commercial steel products without promoting excessive grain growth.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPadilha, Angelo FernandoSantos, Flávia Andressa Moreira dos2022-02-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3133/tde-20042022-081609/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-04-20T13:14:57Zoai:teses.usp.br:tde-20042022-081609Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-04-20T13:14:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Os aços inoxidáveis, disponíveis no mercado desde a segunda década do século XX, são considerados atualmente materiais de engenharia insubstituíveis. Dentre as diversas classes, os inoxidáveis austeníticos representam cerca de ¾ da produção mundial. Grande parte destes materiais na condição de uso, após o tratamento térmico de solubilização, não são completamente austeníticos e apresentam um percentual volumétrico residual de ferrita delta (), entre 0,5 e 5% que podem influenciar as suas propriedades mecânicas, magnéticas e de corrosão. Com o objetivo de avaliar as técnicas mais utilizadas para quantificação de ferrita delta e verificar como esta fase se apresenta nas diferentes fases de processamento siderúrgico, o presente trabalho é composto de quatro partes principais. Na primeira parte foram avaliadas por meio de ferritoscopia 55 corridas industriais de diversos aços austeníticos de diferentes perfis e efetuada correlação dos resultados obtidos com suas propriedades. Na segunda parte do trabalho foi realizado para o aço 304, um estudo comparativo das três técnicas mais utilizadas para medição de ferrita delta em aços inoxidáveis austeníticos: ferritoscopia, difração de Raios X e metalografia quantitativa (MQ). Na terceira parte do trabalho, foi realizado um estudo sistemático da evolução da quantidade, morfologia e distribuição de ferrita delta em uma corrida industrial de 80 toneladas de aço 304, desde a solidificação até o produto disponibilizado para comercialização. Com objetivo de avaliar a estabilidade térmica da ferrita delta em função da temperatura para o aço 304, também foi caracterizado o material após solubilização na faixa de 1050°C a 1200 °C, na quarta parte do trabalho. A análise das corridas comerciais de aços inoxidáveis austeníticos planos demonstrou residual de ferrita delta predominantemente abaixo de 1,0%, não sendo possível estabelecer correlação com a espessura do material. Enquanto a placa de lingotamento contínuo de 304 apresentou ferrita delta variando de 2,44 a 6,89%; após o processamento industrial e solubilização final do produto, o material apresentou ferrita entre 0,31 e 0,51%, valor compatível com as corridas industriais avaliadas em campo. Verificou-se que a distribuição de ferrita ao longo da espessura da placa de lingotamento do tipo M, reportada na literatura e identificada no presente trabalho, se mantém mesmo após a história térmica e de conformação mecânica do material. Observou-se similaridade nos perfis de variação do conteúdo de ferrita delta entre as medições efetuadas por MQ e ferritoscopia, entretanto conforme se evoluiu na sequência do processamento industrial do 304 evidenciou-se o aumento das divergências entre as técnicas devido ao alto desvio padrão das medições via MQ e devido a limitação dos fatores de correção disponíveis para medições efetuadas via ferritoscopia para baixos percentuais da fase magnética. Tratamentos térmicos realizados entre 1050 e 1200°C foram efetivos para solubilizar ferrita delta residual de produtos siderúrgicos comerciais sem promover crescimento excessivo dos grãos. |
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