Efeitos do treinamento de co-contração na força, na espessura e no recrutamento muscular, em período de interrupção do treinamento de força convencional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Nilson Ribeiro dos Santos
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/109/109131/tde-05102021-095408/
Resumo: O treinamento de força apresenta grande popularidade devido a sua significativa contribuição para a qualidade de vida. Frente às limitações impostas por situações de hospitalização/reabilitação, permanência em ambientes de microgravidade e impossibilidade de acesso a centros de treinamento, diversas propostas como o treinamento de co-contração, tem surgido visando fornecer acessibilidade ao treinamento de força. O treinamento de co-contração, surge como uma alternativa, uma vez que não necessita de implementos ou gravidade para ser realizado. Este método se baseia em realizar co-contrações voluntárias máximas de um grupo muscular agonista e um grupo antagonista de uma determinada articulação, de forma que ambos fornecem e recebem resistência mecânica durante a co-contração voluntária. Entretanto, este método foi testado apenas sob supervisão e em indivíduos sem histórico de treinamento. Considerando que o nível de treinamento e a supervisão profissional interferem no resultado do treinamento de força, o presente trabalho buscou analisar o efeito do treinamento de co-contração sobre o pico de torque, a espessura e o recrutamento muscular dos flexores (FC) e extensores de cotovelo (EC), durante a interrupção do treinamento de força convencional. Foram coletados dados de 20 homens (Idade: 24,1±3,2 anos; Estatura: 178,7±7,3 cm; Massa corporal: 81,2±9,6 kg) que realizavam treinamento de força. Durante a pesquisa, todos participantes interromperam o treinamento de força convencional que vinham praticando até o momento, passando a realizar apenas o treinamento proposto em nossa intervenção. A amostra foi dividida randomicamente em três grupos: treinamento supervisionado (TS; n=8), treinamento não-supervisionado (TNS; n=6) e grupo controle (GC; n=6), o qual não realizou nenhum exercício durante o período. Dados de espessura e pico de torque dos grupos musculares dos FC e EC foram obtidos por meio de imagens ultrassonográficas e testes de torque máximo isométrico em um aparelho isocinético, respectivamente. A atividade eletromiográfica máxima dos músculos bíceps braquial (BB), tríceps braquial cabeça curta (TBCC) e cabeça longa (TBCL) foi registrada concomitantemente ao teste de torque isométrico máximo. Ao fim do período de treinamento, todos os testes foram repetidos. O treinamento foi realizado durante quatro semanas, três vezes por semana, sendo cada sessão composta por oito séries de dez repetições. Cada repetição era caracterizada por quatro segundos de co-contração máxima isométrica (mantendo o cotovelo a 90° de flexão) seguido de quatro segundos de relaxamento. O intervalo entre as séries foi de 90 segundos. Todos os participantes dos grupos de treinamento receberam as mesmas orientações e instruções de treinamento previamente a intervenção. O grupo supervisionado, foi acompanhado por um profissional de educação física em todas as sessões, enquanto o grupo não supervisionado treinou em casa. Para comparação entre grupos e momentos utilizamos ANOVAS two way e testes de Friedman. Os resultados apontaram que não houve diferença para grupo e momento, nem interação entre os fatores (p>0,05) para nenhuma das variáveis investigadas. A variação percentual entre os momentos (pré e pós intervenção) para os grupos TS, TNS e CG foram, respectivamente: Pico de torque: FC 2,7%, -2,6% e -7,7%, EC 4,1%, - 4,3% e -7,5%; Espessura muscular: FC 4,7%, -3,5% e -7,7%, EC 1,6%, -1,9% e 1,1%; Atividade Eletromiográfica: BB 4,6%, 0,5% e -4,6%, TBCC 0%, -7,5% e -4,4%, TBCL 0,1%, -4,4% e -2,7%. Sendo assim, o treinamento de co-contração não promoveu alterações significativas das variáveis neuromusculares avaliadas. Entretanto, vale ressaltar que o grupo que realizou o TS apresentou variação percentual positiva na maior parte das variáveis analisadas no momento pós treinamento, enquanto os demais grupos apresentaram variação negativa para alguns parâmetros avaliados.
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spelling Efeitos do treinamento de co-contração na força, na espessura e no recrutamento muscular, em período de interrupção do treinamento de força convencionalEffects of co-contraction training on muscular strength, thickness, and recruitment over a period of conventional strength training interruptionElectromyographyEletromiografiaEspessura muscularMuscle thicknessStrength trainingTreinamento de forçaO treinamento de força apresenta grande popularidade devido a sua significativa contribuição para a qualidade de vida. Frente às limitações impostas por situações de hospitalização/reabilitação, permanência em ambientes de microgravidade e impossibilidade de acesso a centros de treinamento, diversas propostas como o treinamento de co-contração, tem surgido visando fornecer acessibilidade ao treinamento de força. O treinamento de co-contração, surge como uma alternativa, uma vez que não necessita de implementos ou gravidade para ser realizado. Este método se baseia em realizar co-contrações voluntárias máximas de um grupo muscular agonista e um grupo antagonista de uma determinada articulação, de forma que ambos fornecem e recebem resistência mecânica durante a co-contração voluntária. Entretanto, este método foi testado apenas sob supervisão e em indivíduos sem histórico de treinamento. Considerando que o nível de treinamento e a supervisão profissional interferem no resultado do treinamento de força, o presente trabalho buscou analisar o efeito do treinamento de co-contração sobre o pico de torque, a espessura e o recrutamento muscular dos flexores (FC) e extensores de cotovelo (EC), durante a interrupção do treinamento de força convencional. Foram coletados dados de 20 homens (Idade: 24,1±3,2 anos; Estatura: 178,7±7,3 cm; Massa corporal: 81,2±9,6 kg) que realizavam treinamento de força. Durante a pesquisa, todos participantes interromperam o treinamento de força convencional que vinham praticando até o momento, passando a realizar apenas o treinamento proposto em nossa intervenção. A amostra foi dividida randomicamente em três grupos: treinamento supervisionado (TS; n=8), treinamento não-supervisionado (TNS; n=6) e grupo controle (GC; n=6), o qual não realizou nenhum exercício durante o período. Dados de espessura e pico de torque dos grupos musculares dos FC e EC foram obtidos por meio de imagens ultrassonográficas e testes de torque máximo isométrico em um aparelho isocinético, respectivamente. A atividade eletromiográfica máxima dos músculos bíceps braquial (BB), tríceps braquial cabeça curta (TBCC) e cabeça longa (TBCL) foi registrada concomitantemente ao teste de torque isométrico máximo. Ao fim do período de treinamento, todos os testes foram repetidos. O treinamento foi realizado durante quatro semanas, três vezes por semana, sendo cada sessão composta por oito séries de dez repetições. Cada repetição era caracterizada por quatro segundos de co-contração máxima isométrica (mantendo o cotovelo a 90° de flexão) seguido de quatro segundos de relaxamento. O intervalo entre as séries foi de 90 segundos. Todos os participantes dos grupos de treinamento receberam as mesmas orientações e instruções de treinamento previamente a intervenção. O grupo supervisionado, foi acompanhado por um profissional de educação física em todas as sessões, enquanto o grupo não supervisionado treinou em casa. Para comparação entre grupos e momentos utilizamos ANOVAS two way e testes de Friedman. Os resultados apontaram que não houve diferença para grupo e momento, nem interação entre os fatores (p>0,05) para nenhuma das variáveis investigadas. A variação percentual entre os momentos (pré e pós intervenção) para os grupos TS, TNS e CG foram, respectivamente: Pico de torque: FC 2,7%, -2,6% e -7,7%, EC 4,1%, - 4,3% e -7,5%; Espessura muscular: FC 4,7%, -3,5% e -7,7%, EC 1,6%, -1,9% e 1,1%; Atividade Eletromiográfica: BB 4,6%, 0,5% e -4,6%, TBCC 0%, -7,5% e -4,4%, TBCL 0,1%, -4,4% e -2,7%. Sendo assim, o treinamento de co-contração não promoveu alterações significativas das variáveis neuromusculares avaliadas. Entretanto, vale ressaltar que o grupo que realizou o TS apresentou variação percentual positiva na maior parte das variáveis analisadas no momento pós treinamento, enquanto os demais grupos apresentaram variação negativa para alguns parâmetros avaliados.Strength training has been widely practiced due to its significant contributions to the quality of life. Facing imposed limitations by hospitalizations/rehabilitation, microgravity environment sojourn, and the struggle to access training centers, several proposes like the co-contraction training have been presented, providing accessibility on such circumstances. The co-contraction training rises as an alternative once it does not require equipment or gravity to be performed. This method relies on performing maximal voluntary co-contraction of an agonist and antagonist muscle group of a determined joint, permitting both muscle groups produce and receive mechanical resistance during the voluntary co-contraction. Even though previous studies tested this method only under supervision on participants with no training experience. Considering that training conditioning and training supervision affects directly on the strength training results, the present study sought to analyze the effect of co-contraction training over the peak of torque, thickness, and muscular recruitment of elbow flexors (EF) and extensors (EE), during the cessation of conventional strength training. We recruited twenty trained male adults (age 24.1±3.2 years; height 178.7±7.3 cm; bodyweight: 81.2±9.6 kg). During the research, all participants suspended their conventional strength training practices, adopting only the protocol proposed in our intervention. We randomly divided the sample into three groups: supervised training(n=8), non-supervised training(n=6), and the control group (n =6), which have had no strength training practice during the intervention period. We obtained EF and EE muscle thickness and peak of torque data through ultrasonography pictures and maximal isometric torque tests on an isokinetic device, respectively. For the myoelectric activity, we registered the muscular recruitment of the biceps brachii and triceps brachii long (TBLH) and short head (TBSH), simultaneously with the maximal isometric torque test. Once the intervention period was over, we repeated all the tests. The training protocol was applied for four weeks, three times a week, in which each session of training had eight sets of 10 repetitions each. Each rep was characterized by four seconds of co-contraction (maintain elbow at 90° of flexion) followed by four seconds of muscle relaxation. We provided a 90 seconds interval between sets. For participants involved in training groups, we provided the same training instructions previously to the intervention. The main difference was that the supervised group received the supervision of strength and conditioning professional during all training sessions, while the non-supervised group followed protocol at home with no supervision. To compare the results between groups and moments, we used two ways ANOVAs and Friedman tests. Our results point out no significant difference between groups and moments, nor the interaction between factors for none of the seven main observed variables. The percentage variation between moments (pre and post-intervention) for ST, NST and CG were, respectively: Peak of torque EF 2,7%, -2,6% e -7,7%, EE 4,1%, -4,3% e -7,5%; Muscular thickness: EF 4,7%, -3,5% e -7,7%, EE 1,6%, -1,9% e 1,1%; Myoelectric activity: BB 4,6%, 0,5% e -4,6%, TCSH 0%, -7,5% e -4,4%, TCLH 0,1%, -4,4% e -2,7%. Thus, the co-contraction training did not promote significant changes on assessed neuromuscular variables. On the other hand, is important to highlight that the ST participants have shown positive percentage variations on most of the observed variables at the end of the intervention, while the other two groups have shown negative percentage variations for some of the observed parameters.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGomes, Matheus MachadoSilva, Nilson Ribeiro dos Santos2021-08-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/109/109131/tde-05102021-095408/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-10-20T19:03:02Zoai:teses.usp.br:tde-05102021-095408Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-10-20T19:03:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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