Efeito do ambiente térmico nas respostas termorregulatórias em ovinos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-06122019-155522/ |
Resumo: | A situação climática e suas consequências estão influenciando cada vez mais sobre as produções agropecuárias. Nas regiões tropicais existem espécies nativas de ovinos bem adaptadas ao clima quente, porém, mesmo nestes casos o estresse térmico afeta negativamente o seu desempenho e produtividade. A escolha de indivíduos que respondem adequadamente às variações do clima e as mudanças estratégicas sobre os manejos de produção serão indispensáveis para garantir o potencial produtivo e bem-estar dos ovinos. Nesse contexto, este estudo avaliou em condições de estresse térmico as respostas fisiológicas, endócrinas e anatómicas cutâneas de ovelhas da raça Santa Inês e seus mestiços com as raças Dorper e White Dorper, caracterizando as capacidades fisiológicas durante o processo de aclimatação. Foram utilizadas trinta ovelhas divididas em três grupos: o primeiro grupo formado por dez animais da raça Santa Inês (SI) de pelagem e pele preta, o segundo grupo foi composto por dez ovelhas mestiças deslanadas (DES) e um terceiro grupo estabelecido por dez fêmeas mestiças semi-lanadas (LAN). Durante nove dias as ovelhas foram mantidas em câmara climática sujeitas ao estresse por calor à 37 ± 1,0°C durante três horas diárias. As respostas fisiológicas foram avaliadas medindo as temperaturas retal, ocular e superficial, a frequência respiratória e taxa de sudação. Além disso, foi analisada a histologia cutânea e glandular. Foram igualmente quantificados a concentração dos hormônios cortisol, T4 e T3. Após do tratamento térmico, as ovelhas LAN foram tosquiadas e submetidas novamente a um ciclo de estresse térmico. Foi realizado análise de variância dos dados e o modelo estatístico contemplou os efeitos as fases experimentais, dias, horas de amostragem e suas interações e animal como medida repetida. As médias foram comparadas Tukey-Kramer com nível de significância de 5%. A influência de temperaturas elevadas foi evidente sobre os três grupos de ovinos. O tratamento térmico promoveu o aumento da temperatura retal, ocular e superficial e da frequência respiratória, principalmente em ovinos LAN (P<0,05). Independente do grupo genético observou-se que a eliminação de calor por via evaporativa cutânea é indispensável em ovinos para diminuir o desafio causado pelas altas temperaturas. A área das glândulas sudoríparas e a distância das mesmas em relação à epiderme também foram afetadas (P<0,05). As ovelhas SI apresentam glândulas sudoríparas maiores e mais superficiais quando comparadas com as mestiças LAN e DES. O tratamento térmico não influenciou na concentração hormonal, exceto no T4 (P<0,05). Ovelhas LAN sujeitas a estresse térmico por calor após serem tosquiadas aumentaram sua temperatura retal, temperatura superficial e frequência respiratória para perder calor (P<0,05). As ovelhas LAN apresentam maior área glandular e glândulas sudoríparas mais superficiais (P<0,05). Após a tosquia a produção de cortisol e T3 diminuíram (P<0,05). Em conclusão os três grupos de ovinos demostraram ter habilidade para alterar a sua anatomia cutânea, fisiologia e balanço hormonal para manter sua homeotermia, no entanto, ovinos mestiços DES não precisam ativar seus mecanismos termorreguladores como as ovelhas mestiças LAN quando estão submetidas a estrese por calor, porém, não são tão eficientes para eliminar calor como as ovelhas SI. O manejo da tosquia em ovelhas mestiças semi-lanadas não melhora a sua capacidade termolítica. |
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Efeito do ambiente térmico nas respostas termorregulatórias em ovinosEffect of the thermal environment on thermoregulatory responses in sheepAcclimatizationAclimataçãoCrossbred sheepEstresse térmicoEvaporação cutâneaHeat stressOvinos mestiçosShearingSkin evaporationTosquiaA situação climática e suas consequências estão influenciando cada vez mais sobre as produções agropecuárias. Nas regiões tropicais existem espécies nativas de ovinos bem adaptadas ao clima quente, porém, mesmo nestes casos o estresse térmico afeta negativamente o seu desempenho e produtividade. A escolha de indivíduos que respondem adequadamente às variações do clima e as mudanças estratégicas sobre os manejos de produção serão indispensáveis para garantir o potencial produtivo e bem-estar dos ovinos. Nesse contexto, este estudo avaliou em condições de estresse térmico as respostas fisiológicas, endócrinas e anatómicas cutâneas de ovelhas da raça Santa Inês e seus mestiços com as raças Dorper e White Dorper, caracterizando as capacidades fisiológicas durante o processo de aclimatação. Foram utilizadas trinta ovelhas divididas em três grupos: o primeiro grupo formado por dez animais da raça Santa Inês (SI) de pelagem e pele preta, o segundo grupo foi composto por dez ovelhas mestiças deslanadas (DES) e um terceiro grupo estabelecido por dez fêmeas mestiças semi-lanadas (LAN). Durante nove dias as ovelhas foram mantidas em câmara climática sujeitas ao estresse por calor à 37 ± 1,0°C durante três horas diárias. As respostas fisiológicas foram avaliadas medindo as temperaturas retal, ocular e superficial, a frequência respiratória e taxa de sudação. Além disso, foi analisada a histologia cutânea e glandular. Foram igualmente quantificados a concentração dos hormônios cortisol, T4 e T3. Após do tratamento térmico, as ovelhas LAN foram tosquiadas e submetidas novamente a um ciclo de estresse térmico. Foi realizado análise de variância dos dados e o modelo estatístico contemplou os efeitos as fases experimentais, dias, horas de amostragem e suas interações e animal como medida repetida. As médias foram comparadas Tukey-Kramer com nível de significância de 5%. A influência de temperaturas elevadas foi evidente sobre os três grupos de ovinos. O tratamento térmico promoveu o aumento da temperatura retal, ocular e superficial e da frequência respiratória, principalmente em ovinos LAN (P<0,05). Independente do grupo genético observou-se que a eliminação de calor por via evaporativa cutânea é indispensável em ovinos para diminuir o desafio causado pelas altas temperaturas. A área das glândulas sudoríparas e a distância das mesmas em relação à epiderme também foram afetadas (P<0,05). As ovelhas SI apresentam glândulas sudoríparas maiores e mais superficiais quando comparadas com as mestiças LAN e DES. O tratamento térmico não influenciou na concentração hormonal, exceto no T4 (P<0,05). Ovelhas LAN sujeitas a estresse térmico por calor após serem tosquiadas aumentaram sua temperatura retal, temperatura superficial e frequência respiratória para perder calor (P<0,05). As ovelhas LAN apresentam maior área glandular e glândulas sudoríparas mais superficiais (P<0,05). Após a tosquia a produção de cortisol e T3 diminuíram (P<0,05). Em conclusão os três grupos de ovinos demostraram ter habilidade para alterar a sua anatomia cutânea, fisiologia e balanço hormonal para manter sua homeotermia, no entanto, ovinos mestiços DES não precisam ativar seus mecanismos termorreguladores como as ovelhas mestiças LAN quando estão submetidas a estrese por calor, porém, não são tão eficientes para eliminar calor como as ovelhas SI. O manejo da tosquia em ovelhas mestiças semi-lanadas não melhora a sua capacidade termolítica.The current climate situation and its consequences are increasingly influencing agricultural production. There are native sheep species well adapted to the warm climate in tropical regions, but heat stress negatively affects animal performance and productivity. The selection of individuals that respond appropriately to climate variations and strategic changes in production management will be indispensable to ensure the productive potential and welfare of sheep. In this context, this study evaluated under stress conditions the physiological, endocrine and anatomicl skin responses of Santa Ines ewes and their crossbreeds with Dorper and White Dorper sheep, characterizing the physiological capacities during the acclimatization process. Thirty ewes were divided into three groups: the first group consisting of ten Santa Ines (SI) animals with black fur and coat; the second group consisted of ten hair crossbred ewes (DES); and a third group composed of ten crossbreed ewes its skin covering which is a mixture of hair and wool (LAN). For nine days, the sheep were kept in a climate chamber subjected to heat stress at 37 ± 1.0 °C for three hours daily. The physiological response was evaluated by rectal temperature, eye temperature, surface temperature, respiratory rate, and sweating rate. Besides, the cutaneous and glandular morphology were analyzed. Cortisol, T3 and T4 hormones were quantified. Data analysis of variance was performed and the statistical model contemplated the effects of experimental phases, days, hours of sampling and their interactions and animal as a repeated measure. The means were compared by Tukey-Kramer with a significance level of 5%. The influence of high temperatures was evident on the three groups of sheep. The heat treatment promoted the increase of rectal, ocular and superficial temperature and respiratory rate, mainly in LAN sheep (P <0.05), which anticipated the physiological response to reestablish homeothermy. Regardless of the sheep group, elimination by cutaneous evaporative heat is indispensable in sheep to reduce the tension caused by high temperatures. The area of the sweat glands and their distance from the epidermis were also affected (P<0.05). SI sheep have larger and more superficial sweat glands when compared to the crossbred LAN and DES crossbred. Heat treatment does not influence hormonal quantification, except for T4. Thermally challenged LAN sheep after shearing increased their rectal temperature, surface temperature, and respiratory rate to lose heat. The sheep presented larger glandular area and more superficial sweat glands before shearing (P<0.05). After sheared, cortisol and T3 production decreased (P<0.05). In conclusion, the three groups of sheep have been shown to have physiological, hormonal and morphological abilities to maintain their homeothermy. However, DES crossbred sheep do not need to activate their thermoregulatory mechanisms such as LAN crossbred sheep when subjected to heat stress. however, they are not as efficient at eliminating heat as the SI sheep. Sheared management in crossbred ewes skin covering, which is a mixture of hair and wool, does not improve heat management.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPereira, Alfredo Manuel FrancoTitto, Cristiane GonçalvesPulido Rodríguez, Lina Fernanda2019-09-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-06122019-155522/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-12-11T16:31:01Zoai:teses.usp.br:tde-06122019-155522Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-12-11T16:31:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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