A revolução dos tipos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gil, Vicente
Data de Publicação: 1999
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-17012023-133332/
Resumo: Quando um designer gráfico vê um livro, o vê de forma diferente. Observa sua tipologia, analisa seu acabamento, o papel utilizado, os detalhes inseridos e principalmente a qualidade da impressão. O leitor comum, ao contrário, não é capaz de identificar fatores que tornam esse contato visual mais ou menos agradável. Dificilmente ele irá prestar atenção à tipologia e, muito menos, atribuir-lhe o fato de ter uma leitura confortável. A menos que o livro contenha elementos gráficos diferenciados e capazes de despertar a atenção, a atitude do leitor tende a ser passiva, acomodada. No máximo, comentará que não há nada incomum no texto ou, então, reclamará com relação à dificuldade de leitura, caso a tipologia utilizada tenha uma formatação muito pequena. Essa postura passiva e acomodada do leitor, aliada aos processo produtivos e industriais de materiais impressos, fez durante muito tempo com que os livros permanecessem quase que imutáveis. Os tipos eram apenas formas fixas a serviço da boa legibilidade, objeto maior durante séculos. O conteúdo e as experiências gráficas apresentadas neste trabalho têm o objetivo de fazer o leitor pensar. Pensar em design gráfico e no enorme poder que o design tem, esse poder multiplicado pela própria evolução da tecnologia e pela consequënte transformação no modo de produção. O trabalho mostra na prática o desenvolvimento e as possibilidades propiciados pela nova tecnologia, que se constituem na transformação da tecnologia do desenho. As experiências apresentadas foram desenvolvidas no início de 1997; com certeza seriam, diferentes se abordadas no ano de publicação deste trabalho, 1999. Referem-se a releituras de trabalhos profissionais realizados entre 1992 e1997 e incorporam em seu conteúdo palavras com conceitos antagônicos, exatamente para mostrar novas e infinitas possibilidades, além das incertezas que cercam o futuro com relação ao tema. Ao contrário do que possa parecer, as experiências apresentadas aqui são resultado de muita pesquisa - pesquisas práticas, mas assim mesmo pesquisa. Porque, na verdade, a grande transformação tecnológica foi a de facilitar um número infinito de experimentos, contribuindo para o desenvolvimento de novas linguagens, de novas posturas e, principalmente, o desenvolvimento de linguagens próprias e particulares de cada designer. Os limites são definidos por nosso pensamento, em constante evolução. O bom trabalho em design gráfico necessita de muita pesquisa, e da nova ferramenta tecnológica - o computador, que, bem utilizado, amplia as possibilidades. Paralelamente, o trabalho envolveu basicamente a utilização de tipos clássicos, considerados os melhores, em seu redesenho digital. Este livro, uma tese de doutorado, adota uma metodologia em pesquisa que não segue padrões tradicionais e foi desenvolvido por um professor arquiteto que profissionalmente trabalha com design gráfico. É na verdade, a transformação de um caderno eletrônico em livro, assim como um caderno de anotações de um artista. Apesar de totalmente eletrônico, desenvolvido em um programa de desenho, é um trabalho artesanal, o que permitiu muita reflexão. Sua leitura não foi pensada como fácil, comunica-se uma idéia - a luta pela manutenção dos livros como forma de comunicação em um mundo conturbado pela presença de diferentes e novas mídias, que se justifica em termos de que eles deverão ser repensados, deverão deixar fluir a emoção contida nas mensagens e conseqüentemente tornar-se mais envolventes para que não morram. O discurso no trabalho, eminentemente gráfico, aborda a história da escrita, a história dos tipos clássicos e muitas citações, tanto em português quanto em inglês, na verdade antagônicas, mas úteis e presentes na mente de um profissional deste conturbado fim de século.
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Essa postura passiva e acomodada do leitor, aliada aos processo produtivos e industriais de materiais impressos, fez durante muito tempo com que os livros permanecessem quase que imutáveis. Os tipos eram apenas formas fixas a serviço da boa legibilidade, objeto maior durante séculos. O conteúdo e as experiências gráficas apresentadas neste trabalho têm o objetivo de fazer o leitor pensar. Pensar em design gráfico e no enorme poder que o design tem, esse poder multiplicado pela própria evolução da tecnologia e pela consequënte transformação no modo de produção. O trabalho mostra na prática o desenvolvimento e as possibilidades propiciados pela nova tecnologia, que se constituem na transformação da tecnologia do desenho. As experiências apresentadas foram desenvolvidas no início de 1997; com certeza seriam, diferentes se abordadas no ano de publicação deste trabalho, 1999. Referem-se a releituras de trabalhos profissionais realizados entre 1992 e1997 e incorporam em seu conteúdo palavras com conceitos antagônicos, exatamente para mostrar novas e infinitas possibilidades, além das incertezas que cercam o futuro com relação ao tema. Ao contrário do que possa parecer, as experiências apresentadas aqui são resultado de muita pesquisa - pesquisas práticas, mas assim mesmo pesquisa. Porque, na verdade, a grande transformação tecnológica foi a de facilitar um número infinito de experimentos, contribuindo para o desenvolvimento de novas linguagens, de novas posturas e, principalmente, o desenvolvimento de linguagens próprias e particulares de cada designer. Os limites são definidos por nosso pensamento, em constante evolução. O bom trabalho em design gráfico necessita de muita pesquisa, e da nova ferramenta tecnológica - o computador, que, bem utilizado, amplia as possibilidades. Paralelamente, o trabalho envolveu basicamente a utilização de tipos clássicos, considerados os melhores, em seu redesenho digital. Este livro, uma tese de doutorado, adota uma metodologia em pesquisa que não segue padrões tradicionais e foi desenvolvido por um professor arquiteto que profissionalmente trabalha com design gráfico. É na verdade, a transformação de um caderno eletrônico em livro, assim como um caderno de anotações de um artista. Apesar de totalmente eletrônico, desenvolvido em um programa de desenho, é um trabalho artesanal, o que permitiu muita reflexão. Sua leitura não foi pensada como fácil, comunica-se uma idéia - a luta pela manutenção dos livros como forma de comunicação em um mundo conturbado pela presença de diferentes e novas mídias, que se justifica em termos de que eles deverão ser repensados, deverão deixar fluir a emoção contida nas mensagens e conseqüentemente tornar-se mais envolventes para que não morram. O discurso no trabalho, eminentemente gráfico, aborda a história da escrita, a história dos tipos clássicos e muitas citações, tanto em português quanto em inglês, na verdade antagônicas, mas úteis e presentes na mente de um profissional deste conturbado fim de século.When a graphic designer sees a book, he sees it in a different way. He observes its typography, analyses its finishing, the paper which was used, every detail but mainly the printing quality. On the contrary, a common reader is not capable of identifying facts that would make this visual contact more or less pleasurable. He will hardly pay attention to the thypography and even less, relate the fact of confortable reading to it. Unless the book contains distinguishing graphic elements capable of attracting attention, the attitude of the reader tends to be passive, settled. At the most he will comment that there is nothing uncommon in the text or will complain about the difficulty in reading, if the typography is of a very small format. During a long time this passive and settled posture of the reader, allied to industrial and productive processes of printed material, made the books remain almost unchangeable. During centuries the types were just fixed formats, as the objective was to make it legible. The objective of the contents and graphic experiences shown in this work is to make the reader think. Think in graphic design and in the enormous power that designing has. This power multiplied by the evolution of technology and by the transformation of production methods. The work shows in practice the developmend and possibilities favored by the new technology, which constitutes of design technology transformation. The experiences presented were developed at the beginning of 1997. They would surely be different if approached in the year of publication of this work - 1999. They refer to the re-reading of professional works accomplished between 1990 and 1997 incorporating words with opposite concepts in their contents to precisely show new and infinite possibilities, besides the uncertainty that surrounds the future in relation to the subject. On the contrary of what it may seem, the experiences presented here are a result of a lot of researching, practical researching, but still researching. Because indeed the big technological transformation was to facitlitate an infinite number of experiments contributing to the development of new languages. The limits are defined by our thinking in constant evolution. The good work in graphic design needs a lot of researching, and the new technological tool - the computer, which used well provides possibilities. Parallel to this, the work basically involved the use of classic types, considered the best in its digital re-design. This book, a doctorate thesis, uses a methodology in research which does not follow any traditional pattern and was developed by a design Professor, who works professionaly with graphic design. It is, indeed, the transformation of an electronic quire into a book, as well as an artist\'s notebook. Besides being completely electronic, developed in a designing software, it is an artisan\'s work, which permitted a lot of reflection. Its reading was not thought of as simple. It communicates an idea - the fight for the book\'s maintenance as a way of communication in a world disturbed by the presence of different and new media. This justifies in terms, that they will have to be re-thought, will have to let the emotion contained in the messages flow, and consequently become more involved in order not to die. The speech on the work, highly graphical, approaches the history of writing, the history of classic types and a lot of quotations, both in Portuguese and in English indeed opposites, but useful and present in the mind of a professional of this disturbed end of century.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMonzeglio, ÉlideGil, Vicente1999-10-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-17012023-133332/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-01-23T18:23:23Zoai:teses.usp.br:tde-17012023-133332Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-01-23T18:23:23Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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