Representações de opressão de gênero em O Ano do Dilúvio, de Margaret Atwood

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira Neto, Pedro Fortunato de
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Cavalcanti, Ildney de Fátima Souza
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Letras
Texto Completo: https://periodicos.utfpr.edu.br/rl/article/view/11363
Resumo: Neste artigo, analisamos o romance distópico O Ano do Dilúvio [The Year of the Flood] (2009), da premiada autora canadense Margaret Atwood, utilizando como base teórica principal as reflexões e teorizações dentro do campo dos estudos críticos da distopia, conforme propostos por Lyman Tower Sargent (1994), Maria Varsam (2003), Tom Moylan (2016) e Gregory Claeys (2017); e do subgênero da distopia crítica feminista, segundo o ponto de vista crítico de Ildney Cavalcanti (2000, 2003, 2005). Através de uma análise que destaca passagens ligadas ao tema do abuso sexual e exploração do corpo feminino dentro da trajetória das duas personagens que protagonizam a obra, demonstramos como esse romance da ficção distópica representa e metaforiza uma íntima relação entre o controle da sociedade pelas grandes corporações – seguindo uma lógica de extrapolação de certos aspectos negativos do sistema capitalista –, com o abuso e domínio do corpo feminino, traço que se constitui como um elemento reconhecível dentro de estruturas de sociedades fundadas no patriarcado, conforme nos mostra a teorização proposta pela socióloga Sylvia Walby (1990). Desta maneira, utilizando do arcabouço teórico destacado, apresentamos algumas das diversas maneiras pelas quais o romance literariamente ilustra o tema da opressão sofrida por mulheres perante um sistema social especulativo, uma característica que se constitui como um traço estrutural típico da escritura das distopias feministas, e a relação que nessa obra existe entre esse Sistema social distópico especulativo e o capitalism corporativista. Por fim, também ressaltamos como tal sistema, impulsionado sobretudo pela geração de lucro, se alinha à cultura patriarcal de modo a produzir situações de opressão de gênero que movem a narrativa dessa distopia.
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