A criança e o insólito em contos de Maria Judite de Carvalho, Mia Couto e José J. Veiga

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dantas, Gregório Foganholi
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Pandolfi, Maira Angélica
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Letras
Texto Completo: https://periodicos.utfpr.edu.br/rl/article/view/11895
Resumo: O presente artigo pretende estabelecer uma comparação entre três contos. “A floresta sem sua casa”, da portuguesa Maria Judite de Carvalho (1969), “O dia em que explodiu Mabata-Bata”, do moçambicano Mia Couto (2013) e “Onde estão os didangos?”, do brasileiro José J. Veiga (1997). O objetivo é mostrar como o ponto de vista infantil, limitado, de seus protagonistas, provoca o efeito de fantástico em cada conto. Para tanto, serão usados os estudos sobre a literatura fantástica e o realismo maravilhoso de Irlemar Chiampi (1980), Tzvetan Todorov (1992), David Roas (2014) e Rosalba Campra (2016). Cada um dos contos estabelece o efeito do fantástico de modo diferente: o conto de Maria Judite de Carvalho se enquadra no gênero definido por Todorov como “fantástico”; o conto de Mia Couto é um exemplar do realismo mágico; já o conto do Veiga é realista, mas narrado pelo ponto de vista de uma criança imaginativa, que mistura realidade e fantasia. A criança, segundo Júlio Cortázar (2001), estaria mais apta para compreender a dimensão mágica, oculta, do cotidiano, em relação ao olhar automatizado do olhar adulto. Na tradição da literatura fantástica do século XIX, o sobrenatural normalmente irrompe no cotidiano como uma ameaça ao mundo conhecido. No caso dos presentes contos, o sobrenatural e a sua sugestão são parte constitutiva do modo como a criança vê o mundo e desempenha uma função compensadora frente à realidade opressora que se descortina. O processo de amadurecimento desses jovens envolve a tentativa de elaborar as diferentes formas de violência que presenciam, seja no âmbito de uma guerra civil, seja no âmbito doméstico.
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