Avaliação do extrato fermentado e bioativo da biomassa de Spirulina platensis como potencial prebiótico cutâneo

• Autor(a) principal: Ikeda, Isadora Kaniak
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/26158
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS; Algas; Biomassa; Fermentação; Prebióticos; Dermatologia; Spirulina; Algae; Biomass; Fermentation; Prebiotics; Dermatology; Biotecnologia

Spirulina sp. é uma cianobactéria que constitui um dos gêneros de microalgas mais estudados e produzidos mundialmente devido ao seu alto valor nutricional, rico em proteínas, ácidos graxos, vitaminas e minerais. Também exerce efeitos terapêuticos por sua composição em compostos bioativos, inclusive na pele, na qual efetua diversos benefícios. Ademais, sua constituição contribui para seu efeito prebiótico intestinal. Tal característica permite sua exploração em outros tipos de microbiota, como a cutânea. Dentre diversos tipos de extração, a fermentação é uma técnica que tem sido aplicada para aumentar a atividade biológica de diferentes tipos de substratos. O objetivo desse trabalho foi avaliar, in vitro, se o extrato bioativo de S. platensis produzido por fermentação possui potencial ação prebiótica na pele. Foi realizada a otimização da fermentação com Lactobacillus acidophilus pela metodologia do tipo composto central rotacional utilizando os fatores tempo, volume de inóculo e temperatura. Para obter um extrato bioativo, as variáveis dependentes escolhidas foram o conteúdo de compostos fenólicos totais (CFT) e atividade antioxidante, determinados pelo método de Folin-Ciocalteu e inibição do radical DPPH, respectivamente. A partir das melhores condições estipuladas, comparou-se a eficiência frente à extração sem inoculação de L. acidophilus. A mudança de bioatividade no processo foi avaliada ao longo de 48 horas em biomassa esterilizada (E) e não esterilizada (NE), com (I) e sem inóculo. No início e final da extração a carga microbiana foi determinada por contagem em placas. O potencial prebiótico cutâneo foi analisado pela influência dos extratos (2,5%) por 4 e 24 horas no crescimento das respectivas bactérias probiótica e patogênica: Staphylococcus epidermidis e S. aureus. Com exceção da temperatura para inibição de DPPH, todos os fatores apresentaram-se significativos (p<0,05) para as respostas. Os modelos matemáticos gerados com baixo R² mostraram-se imprecisos para predizer o comportamento da fermentação. Pelas superfícies de respostas, verificou-se pouca influência da temperatura e inóculo, sendo tempo mais significativo. Em 40 horas de extração com 15% de inóculo a 37 ºC, constatou-se que a ação do L. acidophilus não melhora a bioatividade do extrato, com CFT e inibição de DPPH menores em 14,13 e 40,10%, respectivamente. Em 48 horas de extração, observou-se o aumento gradual da bioatividade em EI, NE e NEI, com NE exibindo melhores resultados. Em EI fica evidente que tal aumento se deve à ação da monocultura de L. acidophilus. Todos os extratos apresentaram inibição das cepas de Staphylococcus em 4 horas. Após 24 horas o efeito diminuiu. Apenas NE apresentou uma inibição maior de S. aureus em relação a S. epidermidis em ambos os tempos (redução em log UFC/mL de 5,15 vs. 4,08 (4 h) e 1,97 vs. 0,64 (24 h), apresentando vantagem em termos de ação prebótica. Conclui-se que adição de L. acidophilus à extração de S. platensis não aumenta a bioatividade em biomassa não esterilizada, assim como também não exerce efeito prebiótico cutâneo. Ainda assim, o extrato de S. platensis não inoculado pode ser melhor explorado para esse objetivo.