Atividade do óleo essencial de Eugenia uniflora L. (Myrtaceae) sobre Sitophilus zeamais Mots. (Coleoptera: Curculionidae)

• Autor(a) principal: Altoe, Mayara Devide
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/11386
• topic: CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::ZOOTECNIA; Essências e óleos essenciais; Pragas - Controle; Inseticidas; Essences and essential oils; Pests - Control; Insecticides

O armazenamento de grãos está suscetível ao ataque de insetos-praga, com destaque ao gorgulho-do-milho, Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae). Para o controle deste inseto são usados inseticidas sintéticos, os quais deixam resíduos, causando problemas a saúde do homem e ao meio ambiente. Visando a redução na utilização dos inseticidas químicos sintéticos, novas estratégias de controle vêm sendo estudadas, como a utilização de óleos essenciais com efeito inseticida. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito inseticida e repelente do óleo essencial de Eugenia uniflora (Myrtaceae) sobre S. zeamais e identificar os compostos químicos deste. Para tal, foram realizados quatro experimentos: três para avaliação do efeito inseticida e um para o efeito repelente. Nos experimentos para avaliação do efeito inseticida, o óleo foi aplicado pelo método de imersão sobre o inseto, volatilização e pulverização sobre grãos de milho. Para isto foram preparadas diferentes concentrações do óleo de E. uniflora (0; 0,31; 0,62; 1,25; 2,5; 5; 10%), diluídos com água destilada e Tween 80 (0,01%). Foram preparadas sete placas (repetições) por tratamento e, em cada placa foram acondicionados 15 insetos, não sexados, de até 60 dias de idade. As placas foram acondicionadas em câmara climatizada à temperatura de 27 ± 2°C, umidade relativa 60 ± 10% e fotoperíodo de 12 horas. Para o experimento de imersão e pulverização, as avaliações foram realizadas nos intervalos de 1; 6; 12; 24; 48; 72; 96 horas. Já para o experimento de volatilização, a avaliação foi feita nos intervalos de 12; 24; 48; 72 e 96 horas, quantificando se os insetos mortos. Para o experimento de repelência o óleo de E. uniflora foi avaliado na concentração de 2,5%, em uma arena com quatro recipientes plásticos interligados por tubos transparentes a um recipiente central. Em dois recipientes foram colocados o milho pulverizado com o óleo e em dois foram colocados o milho pulverizado com água destilada e, no recipiente central foram liberados 30 insetos. O experimento foi mantido nas mesmas condições descritas acima. A avaliação foi realizada após 24 horas, quantificando-se o número de insetos em cada recipiente. Para identificação dos compostos químicos do óleo essencial foi realizada análise de Cromatografia Gasosa em Espectrômetro de massas. Verificou-se no experimento de imersão que o óleo a 10% causou mortalidade de 54,29%, diferindo significativamente da testemunha. Já no experimento de volatilização não se verificou mortalidade significativa dentro e entre os tempos, em nenhum dos tratamentos. No experimento de pulverização sobre os grãos de milho, verificou-se que as concentrações de 2,5%, 5% e 10% causaram os maiores percentuais de mortalidade, respectivamente de 85,71%, 100% e 100%, diferindo da testemunha e do tratamento na concentração de 0,31%. O óleo de E. uniflora a 2,5% possui efeito repelente para adultos de S. zeamais. Com relação à identificação dos compostos do óleo essencial, os sesquiterpenos foram os compostos majoritários, com maior abundância de Calamen-10-ona e Silfiperferol-6-em-5-ona. O óleo essencial de E. uniflora apresenta potencial inseticida e repelente sobre S. zeamais, contendo sesquiterpenos como constituintes majoritários.