Uma leitura psicanalítica da vivência religiosa do numinoso
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT)) |
Texto Completo: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/340 |
Resumo: | Esta pesquisa versa sobre a temática do religioso, mais especificamente do fenômeno do numinoso que foi proposto e descrito pelo teólogo Rudolf Otto. A partir de um referencial psicanalítico, em especial da Teoria da Sedução Generalizada, procurou-se ampliar a compreensão desta vivência que se caracteriza, segundo Otto, pelo mysterium tremendum et fascinans – o divino que se mostra enigmático e, ao mesmo tempo, angustiante e sedutor. Partiu-se da explicitação do desamparo físico e existencial, já que estes são considerados causas da construção da religião pelo humano, segundo Freud. É ao analisar a passividade/desamparo da criança frente ao adulto que se constata a presença da sexualidade inconsciente deste. O resultado desta interação, que é desigual, é a vivência traumática e o recalcamento originário. A criança passiva frente ao excesso implantado pelo adulto consegue metabolizar apenas parte desta sexualidade, sendo que o resto torna-se o recalcado originário. Propôs-se que, na vivência do numinoso, é este resto que retorna transbordando no eu. A percepção do enigmático (mysterium) do numinoso foi, desta forma, considerado como sendo de ordem sexual, esta alteridade interna não metabolizada que demanda ligação ao eu. Assim, a vivência da angústia numinosa estaria relacionada ao retorno das mensagens enigmáticas que não puderam ser integradas ao eu. Já na vivência do fascínio numinoso estaria em jogo justamente um primeiro movimento na tentativa de traduzir e elaborar estas mensagens. |
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Partiu-se da explicitação do desamparo físico e existencial, já que estes são considerados causas da construção da religião pelo humano, segundo Freud. É ao analisar a passividade/desamparo da criança frente ao adulto que se constata a presença da sexualidade inconsciente deste. O resultado desta interação, que é desigual, é a vivência traumática e o recalcamento originário. A criança passiva frente ao excesso implantado pelo adulto consegue metabolizar apenas parte desta sexualidade, sendo que o resto torna-se o recalcado originário. Propôs-se que, na vivência do numinoso, é este resto que retorna transbordando no eu. A percepção do enigmático (mysterium) do numinoso foi, desta forma, considerado como sendo de ordem sexual, esta alteridade interna não metabolizada que demanda ligação ao eu. Assim, a vivência da angústia numinosa estaria relacionada ao retorno das mensagens enigmáticas que não puderam ser integradas ao eu. 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