Intercalação de dicamba em hidroxissal lamelar de zinco para obtenção de um herbicida de liberação lenta

• Autor(a) principal: Oro, Gabriela
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/29919
• topic: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::QUIMICA; Pragas agrícolas - Controle; Plantas - Efeito da auxina; Análise espectral; Agricultural pests - Control; Plants - Effect of auxin on; Spectrum analysis

Com o aumento da demanda de alimentos, novas técnicas foram sendo criadas para auxiliar na diminuição de perdas da produção nas lavouras. Uma das soluções foi a criação de herbicidas, que auxiliam na eliminação de pragas concorrentes das culturas. O Dicamba é um herbicida de auxina muito utilizado para o controle de pragas de plantas daninhas de folha larga, mas que é volátil e causa problemas de migração em massa para outras áreas causando danos em plantações sensíveis, além de ser facilmente solubilizado em água e depositado em reservatórios de água. Para auxiliar em sua imobilização e conferir liberação lenta, este trabalho possui o objetivo de intercalar o Dicamba em hidroxissal lamelar de zinco. Após a síntese do composto por co-precipitação, foram realizadas análises de difratometria de raios X (XRD) que comprovaram, pelo valor da distância basal de 20,48 Å, a intercalação do herbicida na lamela. Corroborando com os resultados do XRD, as análises realizadas por espectroscopia vibracional na região do infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) apresentaram bandas características das ligações C=C, CH2, C-O-C e COO- do Dicamba. Além disso, a partir do FTIR verificou-se a ligação do íon carboxilato do Dicamba com os metais do composto lamelar, sendo, esta, em ponte. Pelas análises termogravimétricas (TGA) e termogravimetria derivada (DTG), verificou-se o aumento da estabilidade do Dicamba em 122,33°C quando intercalado, em comparação com o material puro. A partir da TGA também foi estimada a fórmula geral do composto, sendo Zn5(OH)8(Dicamba)2.4,14H2O e sua massa molar de 979,86g.mol-1. O perfil de liberação do dicamba intercalado no hidroxissal lamelar de zinco foi realizado em uma curva cinética de liberação em água, na qual foi observada que houve liberação de 89,57% do Dicamba intercalado em 21 dias, que se estabilizou até os 40 dias do início da análise, liberando 94,36% do Dicamba intercalado. Além disso, foi verificado que o modelo cinético que o modelo de Bhaskar foi o que melhor caracterizou a curva de liberação do Dicamba em água, verificando sua liberação como difusão por intrapartícula, sendo seu r2 = 0, 98553. Com base nas análises realizadas, houve a intercalação do Dicamba no composto lamelar que foi caracterizado como liberador lento, fornecendo um material que pode contribuir para a eliminação das ervas daninhas, assim como na diminuição de lixiviação do Dicamba por águas pluviais e no aumento da degradação do herbicida pelo solo.