Demandas de saúde das pessoas transgêneras circulantes na formação médica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Veras |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/55992 |
Resumo: | A pesquisa ora apresentada é fruto de um trabalho em que se buscou um entendimento acerca da percepção do corpo acadêmico (representados pela docência e supervisão pedagógica) do Curso de Medicina da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) quanto à atenção às demandas relacionadas à saúde de pessoas transgêneras no universo de formação médica da EBMSP. Para tanto, foi realizado um estudo qualitativo analítico que teve como referencial teórico a fenomenologia, cujo objeto de estudo é o fenômeno, que consiste na noção de percepção/aparência na consciência acerca das realidades. Para realização da pesquisa foram efetuadas 4 entrevistas semiestruturadas com 3 docentes e com 1 supervisor pedagógico, onde se perguntou acerca da noção de currículo, a composição curricular e a atenção do currículo para com as pessoas transgêneras. É importante destacar que outras 4 pessoas foram buscadas de forma ativa na instituição a fim de se obter dados para a composição do banco, as quais recusaram de forma indireta a participação na pesquisa. Analisou-se as narrativas do corpo acadêmico por meio do uma análise de conteúdo, mais especificamente, por meio da análise categorial, possibilitada graças à escuta compreensiva. Graças a ela, foi possível o estabelecimento de duas grandes categorias. A primeira evidenciou que, embora a abordagem das transgeneralidades não seja institucionalizada, ela está presente de alguma forma na instituição, como por meio de casos clínicos e eventos promovidos por ela. No entanto, essa abordagem ainda não ocorre de forma suficiente ou ideal, visto que muito se desconhece sobre as demandas de saúde dessas pessoas e que, sem a via institucional, não é possível garantir que a abordagem da temática esteja presente em todas as turmas do curso de medicina. A segunda categoria é representada pela ideia, também comum e atravessadora, de que a existência de um currículo voltado para as transgeneralidades é necessário. Ainda, dentro desta, foi possível identificar duas subcategorias, tendo como base a presença ou não de falas propositivas, no discurso dos entrevistados, a respeito de como a discussão pode se tornar mais presente. Com relação às proposições, foi salientado que a presença da pessoa transgênera na instituição é imprescindível, tendo em vista a sua pedagogia, seja por meio da criação de um ambulatório específico para essas pessoas na Bahiana ou da contratação delas, por parte da instituição. Já as falas não propositivas, juntamente ao fato ocorrido na ocasião da coleta dados relacionado à recusa indireta de participação na pesquisa, demonstraram a presença do silêncio. Podendo ter ocorrido em consequência de um desinteresse e/ou desconforto e/ou discriminação, esse silêncio é inviável no universo de uma escola de formação médica. Diante do estudo, ficou evidenciado a necessidade de uma ampliação do debate sobre a diversidade e, sobretudo, sobre a transgeneridades e suas demandas de saúde específicas dentro do universo de formação médica da EBMSP. |
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