Análise da dor crônica em usuários das unidades básicas de saúde de Maringá-PR

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moreno, Aline Felipe da Costa
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: da Silva, Gabriela Oliveira, Ferreira, Emilene Dias Fiuza
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Veras
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/59460
Resumo: Com o desenvolvimento da sociedade moderna, algumas doenças tornaram-se mais prevalentes, essa mudança social tem se refletido, inclusive, nas formas de adoecimento do corpo humano. Nesse sentido, a análise das características e fatores associados à dor crônica entre pacientes na Atenção Primária, faz-se importante para o entendimento dos aspectos biopsicossociais que envolvem essa realidade. Sabe-se que a dor crônica se refere não apenas à uma causa biológica, mas também a fatores externos que influenciam na percepção dolorosa, desse modo, um manejo adequado e eficiente desses pacientes deve abranger a esfera farmacológica associada à atenuação dos fatores intrínsecos e extrínsecos do paciente uma vez que tais fatores, podem amplificar a experiência dolorosa ou mesmo reduzir a efetividade dos tratamentos farmacológicos. Nesse sentido, a análise da dor crônica em pacientes usuários da UBS Ney Braga e UBS Guaiapó-Requião do município de Maringá-PR foi o eixo dessa pesquisa. Este estudo teve como objetivo apresentar as características sociodemográficas e clínicas, bem como os fatores associados à dor crônica na população alvo. Foi utilizado como instrumento para coleta de dados um questionário adaptado, aplicado por meio de uma entrevista a 60 pacientes maiores de 18 anos e que apresentasse dor crônica há mais de 6 meses. Estabeleceu-se, portanto, nesse estudo, o perfil sociodemográfico (sexo, idade, etnia, estado civil, situação de trabalho, escolaridade e renda) dos portadores de dor crônica atendidos na atenção primária, os hábitos de vida dos pacientes (uso do álcool, tabagismo e atividades físicas como fatores atenuantes ou agravantes da dor crônica em tratamento) e a presença de comorbidades, além disso, foi identificado as principais causas de dor crônica dessa população. O estudo revelou que as mulheres (85%) são as mais afetadas com a doença, bem como a etnia branca (60%), casadas (46,66%), já com relação a renda, os mais atingidos (66,66%) declararam renda de até 1 salário-mínimo e predominantemente baixo nível de escolaridade, cerca de 30% com ensino fundamental completo e apenas 3,3% com nível superior completo. As principais causas de dor crônica relatadas foram lombalgia e fibromialgia e constatou-se que a presença de ansiedade e depressão esteve presente em 66,66% dos pacientes entrevistados. Os resultados analisados apontaram, portanto, que o manejo da dor foi feito por grande parte dos entrevistados com automedicação analgésica, com anti-inflamatórios não esteroidais, ao passo que o uso de opioides limitou-se ao tratamento de apenas 30% dos pacientes entrevistados corroborando estudos que apontam a “opiofobia” como principal causa para manejo inadequado da dor crônica moderada a severa. Nesse ínterim, constatou-se que, embora a dor crônica seja uma problemática de saúde pública de extrema relevância, seja pela reverberação negativa na realidade íntima do indivíduo bem como pelas suas implicações sociais, o manejo da dor com a finalidade de aumentar a funcionalidade dos pacientes e consequentemente, melhoraria da qualidade de vida, não estão sendo satisfatórias ou eficientes segundo os resultados desse estudo.
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