Transtorno de Personalidade Borderline: perspectiva da automutilação em adolescentes / Borderline Personality disorder: perspective of self-mutilation in adolescents
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Veras |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/29384 |
Resumo: | O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) consiste em um distúrbio que possui como principais manifestações padrões de instabilidade e disfunção nos domínios emocional, comportamental, cognitivo e interpessoal. Esses sintomas se acentuam por volta dos 14 aos 17 anos que, concomitantemente, corresponde ao período da adolescência em que o jovem experimenta mudanças significativas na consolidação da sua identidade, influenciada por suas relações familiares e sociais. Nesse contexto, devido a essa pressão vivenciada pelo indivíduo, é comum a realização da automutilação como forma de alívio ao sofrimento psicológico e aos conflitos internos, sendo essa prática um sintoma comportamental frequente em portadores de TPB. Para a realização desta revisão narrativa de literatura, foram realizadas buscas nas bases de dados eletrônicas US National Library of Medicine (PubMed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scientific Eletronic Library Online (Scielo), utilizando combinações booleanas com os descritores “adolescente”, “transtorno de personalidade borderline” e “automutilação”. Sendo assim, foram resgatados 718 artigos em inglês e português, no período de 2008 a 2019, dentre os quais 29 foram elegidos. Além disso, foram efetuadas consultas ao Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM-5). No Transtorno de Personalidade Borderline os indivíduos apresentam maior dificuldade em compreender e lidar com as emoções vivenciadas que, quando associadas ao período conturbado da adolescência, favorecem negativamente o desenvolvimento psicológico infantojuvenil. Por conseguinte, esses pacientes desenvolvem em sua personalidade traços marcantes como impulsividade, instabilidade afetiva, sentimentos de vazio, situações de raiva intensa e sintomas dissociativos, que podem se manifestar, muitas vezes, em comportamentos autodestrutivos na tentativa de sanar as suas aflições. Nesse contexto, a automutilação surge como forma de redirecionamento dos sentimentos e alívio das angústias, sendo mais frequente dentre os adolescentes portadores de transtorno de personalidade borderline (95,2%), na qual 65,4% praticaram a automutilação mais de 25 vezes e 53,9% mais de 50 vezes durante suas vidas. Concluiu-se com esse estudo que a adolescência se apresenta como um significativo fator agravador das manifestações do Transtorno de Personalidade Borderline, principalmente quando elucidados outros contextos familiares e sociais que são mais marcantes nessa faixa etária. Dessa forma, é imprescindível que essa doença seja diagnosticada de forma precoce e que os profissionais estejam qualificados para lidar com as questões subjetivas do contexto desses adolescentes e, assim, intervir de maneira efetiva para que o Transtorno de Personalidade Borderline não acarrete consequências permanentes para o paciente. |
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O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) consiste em um distúrbio que possui como principais manifestações padrões de instabilidade e disfunção nos domínios emocional, comportamental, cognitivo e interpessoal. Esses sintomas se acentuam por volta dos 14 aos 17 anos que, concomitantemente, corresponde ao período da adolescência em que o jovem experimenta mudanças significativas na consolidação da sua identidade, influenciada por suas relações familiares e sociais. Nesse contexto, devido a essa pressão vivenciada pelo indivíduo, é comum a realização da automutilação como forma de alívio ao sofrimento psicológico e aos conflitos internos, sendo essa prática um sintoma comportamental frequente em portadores de TPB. Para a realização desta revisão narrativa de literatura, foram realizadas buscas nas bases de dados eletrônicas US National Library of Medicine (PubMed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scientific Eletronic Library Online (Scielo), utilizando combinações booleanas com os descritores “adolescente”, “transtorno de personalidade borderline” e “automutilação”. Sendo assim, foram resgatados 718 artigos em inglês e português, no período de 2008 a 2019, dentre os quais 29 foram elegidos. Além disso, foram efetuadas consultas ao Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM-5). No Transtorno de Personalidade Borderline os indivíduos apresentam maior dificuldade em compreender e lidar com as emoções vivenciadas que, quando associadas ao período conturbado da adolescência, favorecem negativamente o desenvolvimento psicológico infantojuvenil. Por conseguinte, esses pacientes desenvolvem em sua personalidade traços marcantes como impulsividade, instabilidade afetiva, sentimentos de vazio, situações de raiva intensa e sintomas dissociativos, que podem se manifestar, muitas vezes, em comportamentos autodestrutivos na tentativa de sanar as suas aflições. Nesse contexto, a automutilação surge como forma de redirecionamento dos sentimentos e alívio das angústias, sendo mais frequente dentre os adolescentes portadores de transtorno de personalidade borderline (95,2%), na qual 65,4% praticaram a automutilação mais de 25 vezes e 53,9% mais de 50 vezes durante suas vidas. Concluiu-se com esse estudo que a adolescência se apresenta como um significativo fator agravador das manifestações do Transtorno de Personalidade Borderline, principalmente quando elucidados outros contextos familiares e sociais que são mais marcantes nessa faixa etária. Dessa forma, é imprescindível que essa doença seja diagnosticada de forma precoce e que os profissionais estejam qualificados para lidar com as questões subjetivas do contexto desses adolescentes e, assim, intervir de maneira efetiva para que o Transtorno de Personalidade Borderline não acarrete consequências permanentes para o paciente. |
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