A problemática da sucessão geracional na agricultura familiar do Sudoeste Paranaense / The problem of generational succession in family agriculture in the Southwest Paranaense
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Veras |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/22925 |
Resumo: | A presente proposta, de cunho interdisciplinar, busca discutir a problemática da sucessão geracional no âmbito da agricultura familiar na região do Sudoeste paranaense. Para tanto, partimos da contextualização histórica da região, buscando compreender – desde o início de sua ocupação na década de 1920, passando pelas políticas de colonização da década de 1940, até o conflito fundiário da década de 1950 – como isso desfecha na implantação da Getsop (Grupo Executivo para as Terras do Sudoeste) em 1962, que consolida uma ocupação fundiária marcada por minifúndios e agricultura familiar, predominantemente. A partir disso, centramos a análise nas transformações mais recentes da região Sudoeste do Paraná, especialmente nos últimos 15 anos, que, com base em análises comparativas entre os Censos agropecuários de 2006 e de 2017, permitem compreender a emergência da problemática da sucessão geracional na agricultura familiar da região. Esta é uma região de grande atividade agrícola de base familiar e sua constituição geográfica e histórica se deu, de forma mais acentuada, depois da Revolta dos Posseiros em 1957. Por outro lado, é região de acentuada transformação na prática da agricultura, com elevada adesão ao modelo tecnológico, em que pese, ainda manter grande base familiar. A análise dos dados e da observação in loco permitem concluir que essa problemática está conjugada à um conjunto de outras transformações que operam simultaneamente no âmbito do meio rural sudoestino; como, a especialização produtiva na agricultura e sua “seletividade” econômica no âmbito da agricultura familiar, a industrialização e o crescimento urbano regional, o envelhecimento das populações do campo e a migração dos jovens em direção aos centros urbanos. A partir dessa perspectiva, estabelecemos análise de pesquisa com 50 famílias sudoestinas, onde se busca questionar e compreender as múltiplas significações da problemática da sucessão geracional. A análise aponta para a existência de múltiplos fatores que influenciam o desfecho de uma propriedade ter sucessor ou não, desde a atividade predominante com sua margem de renda, quantidade de terra, percepção dos pais e filhos sobre a situação; bem como a estruturação da comunidade à qual a família pertence, no sentido de propiciar um senso de laços comunitários que atuam de forma significativa na permanência ou não dos jovens no campo. A História, enquanto ciência, aqui junto a Sociologia principalmente, também possui condições de trazer a lume interpretações a respeito das transformações recentes, sem ser meramente presentista. Mas na busca do sentido do entendimento das dinâmicas regionais, em situação que, como modelo de exploração agrícola, tem se espraiado para outras partes do país, na crescente modernização de sua agricultura, que além de levar rios de riquezas aos recantos onde adentra, principalmente com a soja, também, segundo evidências empíricas, produz desertos culturais. Por fim, sendo complexa a questão da sucessão na agricultura e, estar ligada a uma série de aspectos, os fatores históricos podem contribuir para o entendimento do presente e, mesmo vir a fomentar políticas públicas futuramente. |
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