Estratificação de risco cardiovascular a partir do Escore de Framingham entre usuários do programa hiperdia no Município de São Caetano do Sul / Cardiovascular risk stratification based on the Framingham Score among users of the hiperdia program in the City of São Caetano do Sul

• Autor(a) principal: Pereira, Bianca Carvalho
• Data de Publicação: 2022
• Outros Autores: Teixeira, Giovanna Victoria Ruiz, Bosco, Lara Marya Luchesi, Ragonha, Natally, Bouças, Rodrigo Ippolito
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Revista Veras
• Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/43659
• topic: Risco Cardiovascular; Escore de Framingham; Hiperdia; Estratégia de Saúde da Família; São Caetano do Sul.

INTRODUÇÃO: A doença cardiovascular é a principal causa de morbimortalidade no Brasil, representando 20% de todas as mortes em indivíduos acima de 30 anos, e sua elevada prevalência está associada ao controle inadequado de diversos fatores de risco. Para a estratificação do risco associado à doença cardiovascular, foi criado o Escore de Framingham que estima o risco cardiovascular global e o projeta ao longo de 10 anos, com vistas à redução da mortalidade. OBJETIVOS: O presente estudo visa estratificar o risco cardiovascular a partir do Escore de Framingham entre os usuários do Programa de Controle de Hipertensão e Diabetes no município de São Caetano do Sul, tendo como intuito a abordagem global dos indivíduos hipertensos, a consideração de fatores de risco e a classificação dos usuários em relação ao risco cardiovascular projetado ao longo de 10 anos. MÉTODOS: Foi realizado estudo quantitativo e transversal com usuários cadastrados no programa Hiperdia na Unidade Básica de Saúde Dr. Ângelo Antenor Zambom, localizada no município de São Caetano do Sul. Os participantes da pesquisa após julgarem-se devidamente esclarecidos por meio de uma entrevista com os pesquisadores e após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, os mesmos responderam a um questionário contendo as seguintes variáveis: idade, peso, altura, índice de massa corporal, cintura abdominal, tabagismo, sedentarismo, pressão arterial sistólica e diastólica, níveis de colesterol total, HDL e LDL, triglicérides e glicemia. Foram avaliados ainda presença e o tratamento para doenças crônicas como diabetes melito, hipertensão arterial sistêmica, artrite reumatoide e doença renal crônica. A partir do questionário devidamente preenchido foi realizada a pontuação e classificação do percentual do risco cardiovascular em 10 anos para cada paciente. RESULTADOS: A média de idade dos voluntários da pesquisa foi de 64,3 anos. A média para o peso foi de 84 Kg e a média de altura foi de 1,68m permitindo apurar uma média de IMC corresponde a 29,7 Kg/m2. Outras variantes importantes para estratificação do risco cardiovascular foram: média de pressão arterial foi de 131,6 por 82,1 mmHg. A média para colesterol total foi de 195,26 mg/dL e para as suas frações, HDL foi de 53,84 mg/dL e LDL de 108,0 mg/dL. A média para determinação de triglicérides foi de 170,53 mg/dL e para a glicemia foi de 104,32mg/dL. Ao se comparar, o risco cardiovascular entre homens e mulheres, foi observado que as mulheres obtiveram resultados de menor risco em todas as categorias. Do ponto de vista do tabagismo, 66% dos voluntários não possuíam o hábito de fumar e apenas 34% eram fumantes. Ainda foi possível observar que 44% dos voluntários participantes eram acometidos por Diabetes mellitus e 66% destes não possuem o diagnóstico para esta doença. CONCLUSÕES: A análise dos dados permite sugerir que os pacientes inscritos no programa Hiperdia apresentam, em sua maioria, um baixo risco cardiovascular, sendo este predominante este parâmetro entre as mulheres. Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, o tabagismo mostrou uma relação direta com o aumento do risco cardiovascular entre seus usuários. A estratificação do risco cardiovascular e sua projeção ao longo de 10 anos no paciente hipertenso por meio do Escore de Framingham auxilia o profissional da atenção primária no manejo promovendo assim melhor qualidade de vida e longevidade.