Perfil clínico e epidemiológico dos casos de Leishmaniose Visceral Canina atendidos em um Hospital Veterinário em Uberaba no período de 2015 a 2020

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bilharinho, Vítor Pegorer
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Figueiredo, Natácia Gaia, Bizinotto, Vanessa Isabel Leal Salvador, Alves, Endrigo Gabellini Leonel, Bittar, Joely Ferreira Figueiredo, Rosado, Isabel Rodrigues
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Veras
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/57969
Resumo: A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma doença de grande relevância no Brasil pois é uma zoonose em expansão, tendo o cão importância na dispersão da doença. O quadro clínico é variável e dependente da resposta imune do cão e da cepa do parasita inoculado pela picada do flebotomíneo vetor. Uberaba atualmente ainda é classificada como município silencioso não receptivo vulnerável, ou seja, sem confirmação de casos autóctones humanos e caninos e sem a presença conhecida do vetor. Este trabalho tem como objetivo descrever o perfil clínico e epidemiológico dos casos de LVC atendidos no Hospital Veterinário da Uniube (HVU) no período de 2015 a 2020, por meio de levantamento de prontuários médicos. Realizou-se a busca no Sistema de Gestão Veterinária® do HVU pelas fichas clínicas cuja suspeita diagnóstica era LVC, sendo os dados analisados: método diagnóstico, raça. sexo, idade, manifestações clínicas, alterações laboratoriais e procedência. Os dados foram submetidos a análise descritiva. Foram encontrados 204 animais com suspeita de LVC, sendo 25 casos confirmados. Os métodos empregados para o diagnóstico foram principalmente sorológicos, sendo eles a reação de imunofluorescência indireta (RIFI) (22/25), ensaio imunoenzimático (ELISA) (15/25) e teste rápido imunocromatográfico (1/25). Em 4 animais positivos foram realizados PCR Ressalta-se que alguns animais foram submetidos a mais de um tipo de teste. A maior prevalência de casos positivos foi de animais sem raça definida 40% (10/25), seguido pela raça poodle 20% (5/25) e pastor alemão 12% (3/25). Foi observado que dos 25 animais positivos 14 eram machos (56%) e 11 fêmeas (44%). Quanto à faixa etária, a mais acometida foi de 1 a 5 anos (15/25), seguido por animais com idade superior a 5 anos (8/25). Os sinais clínicos mais frequentes foram lesões cutâneas (48%) (12/25), anorexia (24%) (6/25) e linfoadenomegalia (24%) (6/25). As principais alterações laboratoriais foram anemia normocítica normocrômica em 40% (10/25) dos casos, hiperproteinemia em 36% (9/25), trombocitopenia em 28% (7/25), hiperglobulinemia em 24% (6/25), aumento de enzimas hepáticas AST e ALT em 16 % (4/25) e proteinúria em 20 % (5/25). No que diz respeito a procedência dos animais positivos, 10 cães tinham como procedência Uberaba, entretanto não foi possível certificar-se de que não haviam deixado o município em algum momento. Após a análise desses dados é possível concluir que o perfil dos cães atendidos no HVU positivos para LVC, é composto por machos e fêmeas, principalmente com idade entre 1 a 5 anos, sem raça definida, apresentando alterações cutâneas, anorexia, linfoadenomegalia, anemia normocítica normocrômica e trombocitopenia como achados mais frequentes. Esses resultados corroboram com a maioria dos trabalhos utilizados como base para o desenvolvimento deste estudo exceto pela presença de potenciais casos autóctones, entretanto o estudo foi realizado pelo levantamento de prontuários, portanto não foi possível confirmar que os animais nunca estiveram fora de Uberaba, isso evidencia a necessidade de realizar um estudo prospectivo para confirmar a ocorrência de casos autóctones, perante a constatação de 25 casos positivos em área não endêmica para a doença.
id VERACRUZ-0_84a109b1fe1180ef38e42aba0aec3c67
oai_identifier_str oai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/57969
network_acronym_str VERACRUZ-0
network_name_str Revista Veras
repository_id_str
spelling Perfil clínico e epidemiológico dos casos de Leishmaniose Visceral Canina atendidos em um Hospital Veterinário em Uberaba no período de 2015 a 2020Leishmania infantum chagasizoonosecalazarcãoA leishmaniose visceral canina (LVC) é uma doença de grande relevância no Brasil pois é uma zoonose em expansão, tendo o cão importância na dispersão da doença. O quadro clínico é variável e dependente da resposta imune do cão e da cepa do parasita inoculado pela picada do flebotomíneo vetor. Uberaba atualmente ainda é classificada como município silencioso não receptivo vulnerável, ou seja, sem confirmação de casos autóctones humanos e caninos e sem a presença conhecida do vetor. Este trabalho tem como objetivo descrever o perfil clínico e epidemiológico dos casos de LVC atendidos no Hospital Veterinário da Uniube (HVU) no período de 2015 a 2020, por meio de levantamento de prontuários médicos. Realizou-se a busca no Sistema de Gestão Veterinária® do HVU pelas fichas clínicas cuja suspeita diagnóstica era LVC, sendo os dados analisados: método diagnóstico, raça. sexo, idade, manifestações clínicas, alterações laboratoriais e procedência. Os dados foram submetidos a análise descritiva. Foram encontrados 204 animais com suspeita de LVC, sendo 25 casos confirmados. Os métodos empregados para o diagnóstico foram principalmente sorológicos, sendo eles a reação de imunofluorescência indireta (RIFI) (22/25), ensaio imunoenzimático (ELISA) (15/25) e teste rápido imunocromatográfico (1/25). Em 4 animais positivos foram realizados PCR Ressalta-se que alguns animais foram submetidos a mais de um tipo de teste. A maior prevalência de casos positivos foi de animais sem raça definida 40% (10/25), seguido pela raça poodle 20% (5/25) e pastor alemão 12% (3/25). Foi observado que dos 25 animais positivos 14 eram machos (56%) e 11 fêmeas (44%). Quanto à faixa etária, a mais acometida foi de 1 a 5 anos (15/25), seguido por animais com idade superior a 5 anos (8/25). Os sinais clínicos mais frequentes foram lesões cutâneas (48%) (12/25), anorexia (24%) (6/25) e linfoadenomegalia (24%) (6/25). As principais alterações laboratoriais foram anemia normocítica normocrômica em 40% (10/25) dos casos, hiperproteinemia em 36% (9/25), trombocitopenia em 28% (7/25), hiperglobulinemia em 24% (6/25), aumento de enzimas hepáticas AST e ALT em 16 % (4/25) e proteinúria em 20 % (5/25). No que diz respeito a procedência dos animais positivos, 10 cães tinham como procedência Uberaba, entretanto não foi possível certificar-se de que não haviam deixado o município em algum momento. Após a análise desses dados é possível concluir que o perfil dos cães atendidos no HVU positivos para LVC, é composto por machos e fêmeas, principalmente com idade entre 1 a 5 anos, sem raça definida, apresentando alterações cutâneas, anorexia, linfoadenomegalia, anemia normocítica normocrômica e trombocitopenia como achados mais frequentes. Esses resultados corroboram com a maioria dos trabalhos utilizados como base para o desenvolvimento deste estudo exceto pela presença de potenciais casos autóctones, entretanto o estudo foi realizado pelo levantamento de prontuários, portanto não foi possível confirmar que os animais nunca estiveram fora de Uberaba, isso evidencia a necessidade de realizar um estudo prospectivo para confirmar a ocorrência de casos autóctones, perante a constatação de 25 casos positivos em área não endêmica para a doença.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2023-03-10info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/5796910.34117/bjdv9n3-097Brazilian Journal of Development; Vol. 9 No. 3 (2023); 10338-10352Brazilian Journal of Development; Vol. 9 Núm. 3 (2023); 10338-10352Brazilian Journal of Development; v. 9 n. 3 (2023); 10338-103522525-8761reponame:Revista Verasinstname:Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz)instacron:VERACRUZporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/57969/42291Bilharinho, Vítor PegorerFigueiredo, Natácia GaiaBizinotto, Vanessa Isabel Leal SalvadorAlves, Endrigo Gabellini LeonelBittar, Joely Ferreira FigueiredoRosado, Isabel Rodriguesinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-03-24T14:23:13Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/57969Revistahttp://site.veracruz.edu.br:8087/instituto/revistaveras/index.php/revistaveras/PRIhttp://site.veracruz.edu.br:8087/instituto/revistaveras/index.php/revistaveras/oai||revistaveras@veracruz.edu.br2236-57292236-5729opendoar:2024-10-15T16:26:29.217482Revista Veras - Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz)false
dc.title.none.fl_str_mv Perfil clínico e epidemiológico dos casos de Leishmaniose Visceral Canina atendidos em um Hospital Veterinário em Uberaba no período de 2015 a 2020
title Perfil clínico e epidemiológico dos casos de Leishmaniose Visceral Canina atendidos em um Hospital Veterinário em Uberaba no período de 2015 a 2020
spellingShingle Perfil clínico e epidemiológico dos casos de Leishmaniose Visceral Canina atendidos em um Hospital Veterinário em Uberaba no período de 2015 a 2020
Bilharinho, Vítor Pegorer
Leishmania infantum chagasi
zoonose
calazar
cão
title_short Perfil clínico e epidemiológico dos casos de Leishmaniose Visceral Canina atendidos em um Hospital Veterinário em Uberaba no período de 2015 a 2020
title_full Perfil clínico e epidemiológico dos casos de Leishmaniose Visceral Canina atendidos em um Hospital Veterinário em Uberaba no período de 2015 a 2020
title_fullStr Perfil clínico e epidemiológico dos casos de Leishmaniose Visceral Canina atendidos em um Hospital Veterinário em Uberaba no período de 2015 a 2020
title_full_unstemmed Perfil clínico e epidemiológico dos casos de Leishmaniose Visceral Canina atendidos em um Hospital Veterinário em Uberaba no período de 2015 a 2020
title_sort Perfil clínico e epidemiológico dos casos de Leishmaniose Visceral Canina atendidos em um Hospital Veterinário em Uberaba no período de 2015 a 2020
author Bilharinho, Vítor Pegorer
author_facet Bilharinho, Vítor Pegorer
Figueiredo, Natácia Gaia
Bizinotto, Vanessa Isabel Leal Salvador
Alves, Endrigo Gabellini Leonel
Bittar, Joely Ferreira Figueiredo
Rosado, Isabel Rodrigues
author_role author
author2 Figueiredo, Natácia Gaia
Bizinotto, Vanessa Isabel Leal Salvador
Alves, Endrigo Gabellini Leonel
Bittar, Joely Ferreira Figueiredo
Rosado, Isabel Rodrigues
author2_role author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Bilharinho, Vítor Pegorer
Figueiredo, Natácia Gaia
Bizinotto, Vanessa Isabel Leal Salvador
Alves, Endrigo Gabellini Leonel
Bittar, Joely Ferreira Figueiredo
Rosado, Isabel Rodrigues
dc.subject.por.fl_str_mv Leishmania infantum chagasi
zoonose
calazar
cão
topic Leishmania infantum chagasi
zoonose
calazar
cão
description A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma doença de grande relevância no Brasil pois é uma zoonose em expansão, tendo o cão importância na dispersão da doença. O quadro clínico é variável e dependente da resposta imune do cão e da cepa do parasita inoculado pela picada do flebotomíneo vetor. Uberaba atualmente ainda é classificada como município silencioso não receptivo vulnerável, ou seja, sem confirmação de casos autóctones humanos e caninos e sem a presença conhecida do vetor. Este trabalho tem como objetivo descrever o perfil clínico e epidemiológico dos casos de LVC atendidos no Hospital Veterinário da Uniube (HVU) no período de 2015 a 2020, por meio de levantamento de prontuários médicos. Realizou-se a busca no Sistema de Gestão Veterinária® do HVU pelas fichas clínicas cuja suspeita diagnóstica era LVC, sendo os dados analisados: método diagnóstico, raça. sexo, idade, manifestações clínicas, alterações laboratoriais e procedência. Os dados foram submetidos a análise descritiva. Foram encontrados 204 animais com suspeita de LVC, sendo 25 casos confirmados. Os métodos empregados para o diagnóstico foram principalmente sorológicos, sendo eles a reação de imunofluorescência indireta (RIFI) (22/25), ensaio imunoenzimático (ELISA) (15/25) e teste rápido imunocromatográfico (1/25). Em 4 animais positivos foram realizados PCR Ressalta-se que alguns animais foram submetidos a mais de um tipo de teste. A maior prevalência de casos positivos foi de animais sem raça definida 40% (10/25), seguido pela raça poodle 20% (5/25) e pastor alemão 12% (3/25). Foi observado que dos 25 animais positivos 14 eram machos (56%) e 11 fêmeas (44%). Quanto à faixa etária, a mais acometida foi de 1 a 5 anos (15/25), seguido por animais com idade superior a 5 anos (8/25). Os sinais clínicos mais frequentes foram lesões cutâneas (48%) (12/25), anorexia (24%) (6/25) e linfoadenomegalia (24%) (6/25). As principais alterações laboratoriais foram anemia normocítica normocrômica em 40% (10/25) dos casos, hiperproteinemia em 36% (9/25), trombocitopenia em 28% (7/25), hiperglobulinemia em 24% (6/25), aumento de enzimas hepáticas AST e ALT em 16 % (4/25) e proteinúria em 20 % (5/25). No que diz respeito a procedência dos animais positivos, 10 cães tinham como procedência Uberaba, entretanto não foi possível certificar-se de que não haviam deixado o município em algum momento. Após a análise desses dados é possível concluir que o perfil dos cães atendidos no HVU positivos para LVC, é composto por machos e fêmeas, principalmente com idade entre 1 a 5 anos, sem raça definida, apresentando alterações cutâneas, anorexia, linfoadenomegalia, anemia normocítica normocrômica e trombocitopenia como achados mais frequentes. Esses resultados corroboram com a maioria dos trabalhos utilizados como base para o desenvolvimento deste estudo exceto pela presença de potenciais casos autóctones, entretanto o estudo foi realizado pelo levantamento de prontuários, portanto não foi possível confirmar que os animais nunca estiveram fora de Uberaba, isso evidencia a necessidade de realizar um estudo prospectivo para confirmar a ocorrência de casos autóctones, perante a constatação de 25 casos positivos em área não endêmica para a doença.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-03-10
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/57969
10.34117/bjdv9n3-097
url https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/57969
identifier_str_mv 10.34117/bjdv9n3-097
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/57969/42291
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Development; Vol. 9 No. 3 (2023); 10338-10352
Brazilian Journal of Development; Vol. 9 Núm. 3 (2023); 10338-10352
Brazilian Journal of Development; v. 9 n. 3 (2023); 10338-10352
2525-8761
reponame:Revista Veras
instname:Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz)
instacron:VERACRUZ
instname_str Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz)
instacron_str VERACRUZ
institution VERACRUZ
reponame_str Revista Veras
collection Revista Veras
repository.name.fl_str_mv Revista Veras - Instituto Superior de Educação Vera Cruz (VeraCruz)
repository.mail.fl_str_mv ||revistaveras@veracruz.edu.br
_version_ 1813645629468966912