Práticas de aborto inseguro: métodos culturais e caseiros / Unsafe abortion practices: cultural and domestic methods

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Camilo, Débora Cristina
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Sapateiro, Gabriela Alves, Martins, Nathália, Antikadjian, Raissa Hernandes, Tanck, Erika, Milagres, Clarice Santana
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Veras
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/36726
Resumo: O aborto é um tema polêmico sempre acompanhado de argumentos de origem legal, moral, religiosa e cultural. Considerado um grande problema de saúde pública, pois apesar da criminalização, as mulheres ainda se submetem a métodos caseiros e culturais, como ingestão de medicamentos e chás, banhos de acento, introdução de objetos pontiagudos no canal vaginal e submissão às clínicas clandestinas, na intenção de interromper uma gravidez. A estigmatização das mulheres que abortam corrobora para uma prática insegura cada vez mais frequente. Visto que o acolhimento à mulher em situação de aborto ainda se mantém como uma extensão dos julgamentos da sociedade, negligenciando os aspectos psicológicos e sociais dessas mulheres e, ainda, indo contra os direitos reconhecidos à vida. Estes métodos inseguros contribuem para um aumento de complicações como hemorragias, infecções, perfurações de órgãos e levar a mulher à infertilidade. Sendo assim, o presente estudo teve por objetivo identificar os riscos à saúde da mulher causados pelos diferentes tipos de aborto inseguro e seus impactos na saúde pública. Foi desenvolvida uma revisão de literatura, de forma qualitativa, através de dados coletados de bancos de dados eletrônicos como Google Acadêmico, Medline, LILACS, Scielo, BIREME, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e manuais do Ministério da Saúde, com buscas pelos descritores: “aborto inseguro”, “saúde da mulher” e “políticas públicas”. Com prioridade para artigos mais recentes, nos idiomas português e inglês, fidedignos ao tema, pois se tratou de uma análise de métodos culturais desenvolvidos até a atualidade. O aumento no número de internações de mulheres com complicações evidencia um sistema de saúde falho, ou prejudicado, com desordem na promoção de saúde, orientação dessas mulheres, falta de planejamento familiar, déficit de informações sobre anticoncepção ou até mesmo acesso a esses métodos. A subnotificação dos casos de aborto também é um fator que prejudica o conhecimento de sua representatividade no universo da população potencialmente exposta, salientando a importância de mais pesquisas relacionadas devido à relevância frente às políticas públicas do país. O estudo foi enviado sob protocolo 512/2020 e aprovado sob n° 16526 pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Hermínio Ometto.  
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