Trichomonas vaginalis como Co-Fator na propagação do HIV em mulheres: uma revisão de literatura/ Trichomonas vaginalis as a Co-Factor in HIV propagation in women: a review of the literature
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Veras |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/30413 |
Resumo: | O Trichomonas vaginalis é um protozoário anaeróbio facultativo responsável pela tricomoníase, a Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável mais comum do planeta, que afeta anualmente cerca de 276 milhões de pessoas. É uma parasitose mais frequente entre mulheres e relacionada a alta gravidade, sendo associada à complicações na gravidez, infertilidade, doença inflamatória pélvica (DIP), neoplasia intra-epitelial cervical e aumento na transmissão do HIV. Diante da potencialidade aumentada da transmissão do HIV, o presente trabalho tem por objetivo realizar uma revisão de literatura sobre os principais aspectos relacionados a tricomoníase em mulheres como condição favorável à transmissão do HIV. Para tal, foram pesquisados artigos nas bases de dados Pubmed, Scientific Electronic Library Online e Google Acadêmico, com os descritores “Trichomonas vaginalis“,“tricomoníase“,“coinfecção HIV“ e “coinfecção tricomoníase“. Como critérios de inclusão, foram utilizados estudos realizados em humanos, em língua inglesa ou portuguesa, artigos disponíveis gratuitamente e publicados entre os anos 1998 e 2019, onde foi possível obter 796 artigos. A coinfecção por T.vaginalis e HIV pode aumentar a disseminação genital do HIV, assim como indivíduos infectados pelo T. vaginalis possuem 1,5 vezes mais chances de adquirir HIV em comparação aos não infectados. A transmissão principal é pela via sexual, tendo o homem como principal vetor e como reservatório, a mulher. Os mecanismos patogênicos consistem no aumento da resposta imune local, formação dos pontos hemorrágicos pelo parasito e produção de citocinas diretamente ligadas a uma maior susceptibilidade ao vírus. Os homens, na grande parte dos casos, são assintomáticos, mas podem cursar com sintomas de uretrite, já as mulheres de 25 a 50% são assintomáticas, e quando sintomáticas queixam de sintomas ginecológicos como corrimento amarelo-esverdeado, odor fétido, prurido, dispareunia, disúria, e ao exame físico apresentam, em 2% dos casos, cérvice com aspecto de morango. O diagnóstico é feito da combinação da clínica com exames laboratoriais, o exame mais utilizado é o exame direto a fresco, seguido pela cultura. O tratamento preconizado é o Metronidazol 2g dose única por via oral. A profilaxia é realizada por meio da educação sexual, uso de preservativos e tratamento de parceiros, contribuindo para a diminuição dos casos de infecção por tricomoníase e da disseminação do HIV. A tricomoníase, embora seja uma doença tratável, é pouco conhecida e extremamente relacionada a casos graves, como o aumento da infecção pelo HIV, diante disso, torna-se fundamental o estudo aprofundado de todos os aspectos da doença, particularmente a imunopatogênese da co-infecção a fim de melhores estratégias de conduta e prognóstico, bem como de prevenção. |
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