Obstrução esofágica em equino da raça quarto de milha – relato de caso / Esophageal obstruction in a quarter horse - case report

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rossi, Gabrielle Franceschilli
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Rosalem, Marcela, Zero, Raphael Chiarelo, Lemes, Amanda Prudêncio, Romano, Marina Sanches
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Veras
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/47016
Resumo: A obstrução esofágica constitui-se de um quadro de emergência clínicocirúrgica, demandando rápido atendimento. O diagnóstico baseia-se na apresentação clínica e na impossibilidade da sondagem nasogástrica. Deu entrada no hospital veterinário, equino, macho, com dois anos e meio de idade, Quarto de Milha, pesando 330kg. Na anamnese foi relatado que o paciente engasgou, há dois dias, e desde então, apresentando secreção nasal esverdeada, tosse, disfagia, pescoço estendido e dilatação de narinas. Relata ainda insucesso na sondagem nasogástrica, perda acentuada de peso, dificuldade de deglutição, pouca formação de fezes. Ao exame físico, constatouse temperatura retal de 37,8°C, frequência cardíaca de 48 batimentos por minuto, frequência respiratória de 32 movimento respiratórios por minuto, tempo de preenchimento capilar 3 segundos, mucosa hipercorada, hipomotilidade nos quatro quadrantes, aparente linha de estresse abdominal. Inicialmente o protocolo terapêutico instituído foi: Bromexina (80mg/animal/IV/SID, 5 dias); Ceftiofur Sódico (3mg/kg/IM/SID, 5 dias); Dexametasona (0,1mg/kg/IV/SID, 5 dias); Flunixina Meglumina (1,1mg/kg/IV/SID, 5 dias). Houve suspeita de obstrução esofágica e devido à ausência de resposta ao tratamento clínico, optando-se pela esofagotomia. O protocolo anestésico porposto foi detomidina (0,02mg/kg/IV), como medicação pré-anestésica (MPA), indução anestésica com Cetamina (2mg/kg/IV) e diazepam (0,2mg/kg/IV). Procedeu-se ampla tricotomia ventral e lado esquerdo do pescoço e antissepsia cirúrgica. Iniciou-se o procedimento com incisão de pele de aproximadamente 15 cm, ventralmente à veia jugular, os músculos esternocefálicos e braquiocefálicos foram separados e a fáscia cervical profunda incisada para expor o esôfago. Após a localização do esôfago foi realizada a incisão sobre ao corpo estranho, que já havia causado lesões e estava aderido à parede esofágica. O corpo estranho foi fixado, tracionado e retirado com o auxílio de uma pinça allis. A sutura do esôfago foi realizada em dois planos, com fio Nylon n° 0 e padrão de sutura simples interrompido. Procedeu-se a dermorrafia com fio Nylon n° 0 e padrão do Wolf. Três dias após a esofagotomia, observou-se deiscência de sutura, e optou-se então pela esofagostomia, fixando sonda nasogástrica, para alimentação e hidratação, assim como para otimizar o tratamento por segunda intenção da ferida cirúrgica. O protocolo terapêutico adotado foi: Ceftiofur Sódico (3mg/kg/IM/SID, 5 dias); Dexametasona (0,1mg/kg/IV/SID, 5 dias); Flunixina Meglumina (1,1mg/kg/IV/SID, 5 dias). Como tratamento suporte foi fornecido via sonda papa de ração e capim 3 vezes ao dia, 4 litros. Devido à ausência de resposta ao tratamento proposto e piora no quadro clínico do paciente, optou-se pela eutanásia. De acordo com o exposto, conclui-se que o tempo até a intervenção cirúrgica, assim como o dano local à mucosa esofágica foram os fatores limitantes ao sucesso do caso em questão.
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