Processos de medicalização da infância: Estudo de caso de um aluno com diagnóstico de tdah / Processes of medicalization of childhood: A case study of a student diagnosed with tdah

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duarte, Beatriz P. Spinassé
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Filho, Jair Ronchi, Bassani, Elizabete, Coutinho, Márcia Izabel
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Veras
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/37039
Resumo: O presente artigo é resultado de parte dos estudos da dissertação “Crianças que não aprendem na escola: problematizando processos de medicalização e patologização das infâncias”. Partindo da compreensão de que a medicalização é um processo que enxerga um problema que não é de ordem biológica como sendo, sugerindo a ele causa e solução médicas, discutimos a postura da escola que, embora defenda a inclusão e se conceitue inclusiva, muitas vezes, sob a égide da hegemonia, segrega, rotula e patologiza crianças que considera diferentes do que convencionou como “normal”. Essa perspectiva equivocada, impõe a padronização, definindo o modelo ideal de sujeito e normatizando os diferentes modos de ser. Objetivamos então, problematizar a imposição e busca pela norma, e como esta corrobora com a medicalização da infância. A pesquisa assumiu um caráter de pesquisa-intervenção, e foi delineada pelo método cartográfico, sendo seus passos conduzidos por meio de pistas seguidas à medida em que acompanhamos os processos em curso. O território existencial da pesquisa foi uma escola pública de ensino fundamental, mais especificamente um projeto de intervenção pedagógica que atendeu um grupo de crianças com queixas escolares. Neste texto, trazemos um recorte dos resultados encontrados na dissertação, centrando-nos na história da constituição do sujeito a partir de um diagnóstico de TDAH e ilustrando, por meio de observações e conversas com a criança, sua família e a professora, como o ambiente escolar – pautado por normas hegemônicas limitadoras – pode contribuir para a constituição de argumentos reducionistas e biologicistas que passam a mediar, intrinsecamente, as relações estabelecidas entre os âmbitos da saúde, da educação, da família e da própria criança.
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