Análise constitucional da transação penal nos juizados especiais criminais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Damázio, Israel Nascimento
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Universitário da Ânima (RUNA)
Texto Completo: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/6033
Resumo: O presente trabalho monográfico possui como objetivo principal a análise de aspectos críticos a respeito da transação penal instituída pela Lei nº 9.099/95, verificando divergências doutrinárias e jurisprudenciais referentes às garantias constitucionais, além de outros pontos de discussões, como a suposta coação exercida pelo órgão acusador durante a transação. Para tanto, adotou-se como método de abordagem o dedutivo, pois se partiu de proposições gerais já definidas pela doutrina, como a conceituação de princípios explícitos e implícitos na Constituição Federal, para se atingir conclusões específicas como a análise legal da transação penal. O modelo de investigação escolhido foi o do tipo bibliográfico, tendo em vista a utilização de doutrinas, legislações e jurisprudências atinentes. Como resultado da pesquisa, constatou-se que a transação penal, para os contrários, não autorizou a supressão de princípios basilares inseridos no texto constitucional, como o devido processo legal e seus corolários, contraditório e ampla defesa. Sendo assim, a restrição de tais princípios gera a inconstitucionalidade da transação nos moldes em que é aplicada. Já para os favoráveis, correntes distintas defendem sua constitucionalidade. Para alguns, a negociação entre o autor do fato e o Ministério Público é o próprio devido processo legal de forma sintetizada. Para outros, ao réu é dada a faculdade de escolha entre a transação, com a renúncia de direitos individuais, ou o seguimento do processo em seus ulteriores termos. Há ainda, uma terceira corrente, que defende a constitucionalidade do instituto, porém, elenca sérias críticas à coação exercida durante o ato da transação, uma vez que, o autor escolhe entre um processo justo, contudo, temerário, ou um processo injusto de forma antecipada, repleto de ¿benefícios¿. Ficou evidente que a doutrina majoritária defende a constitucionalidade e a continuidade da aplicação da pena consensual, todavia, por mais raras e ousadas que sejam, opiniões em contrário encontram fundamentos e argumentos capazes de colocar em xeque a aplicação e a legalidade da transação penal. Conclui-se que a referida lei deve ser considerada constitucional, visto que, o acusado pelo fato criminoso opta entre a continuidade do processo ou a aplicação imediata de uma pena que não seja privativa de liberdade. No entanto, ficou evidente a posição inferior da parte passiva em relação ao do órgão acusador, pois aquela, por mais que tenha certeza de sua inocência, tem sua liberdade de escolha limitada, já que o deslinde do processo é sempre incerto.
id Ânima_fb3aa2fdbc850d8b68efe31cf3d9461d
oai_identifier_str oai:repositorio.animaeducacao.com.br:ANIMA/6033
network_acronym_str Ânima
network_name_str Repositório Universitário da Ânima (RUNA)
repository_id_str
spelling Análise constitucional da transação penal nos juizados especiais criminaisProcesso penalJuizados especiais criminaisProcesso legal justoContraditório no processo judicialO presente trabalho monográfico possui como objetivo principal a análise de aspectos críticos a respeito da transação penal instituída pela Lei nº 9.099/95, verificando divergências doutrinárias e jurisprudenciais referentes às garantias constitucionais, além de outros pontos de discussões, como a suposta coação exercida pelo órgão acusador durante a transação. Para tanto, adotou-se como método de abordagem o dedutivo, pois se partiu de proposições gerais já definidas pela doutrina, como a conceituação de princípios explícitos e implícitos na Constituição Federal, para se atingir conclusões específicas como a análise legal da transação penal. O modelo de investigação escolhido foi o do tipo bibliográfico, tendo em vista a utilização de doutrinas, legislações e jurisprudências atinentes. Como resultado da pesquisa, constatou-se que a transação penal, para os contrários, não autorizou a supressão de princípios basilares inseridos no texto constitucional, como o devido processo legal e seus corolários, contraditório e ampla defesa. Sendo assim, a restrição de tais princípios gera a inconstitucionalidade da transação nos moldes em que é aplicada. Já para os favoráveis, correntes distintas defendem sua constitucionalidade. Para alguns, a negociação entre o autor do fato e o Ministério Público é o próprio devido processo legal de forma sintetizada. Para outros, ao réu é dada a faculdade de escolha entre a transação, com a renúncia de direitos individuais, ou o seguimento do processo em seus ulteriores termos. Há ainda, uma terceira corrente, que defende a constitucionalidade do instituto, porém, elenca sérias críticas à coação exercida durante o ato da transação, uma vez que, o autor escolhe entre um processo justo, contudo, temerário, ou um processo injusto de forma antecipada, repleto de ¿benefícios¿. Ficou evidente que a doutrina majoritária defende a constitucionalidade e a continuidade da aplicação da pena consensual, todavia, por mais raras e ousadas que sejam, opiniões em contrário encontram fundamentos e argumentos capazes de colocar em xeque a aplicação e a legalidade da transação penal. Conclui-se que a referida lei deve ser considerada constitucional, visto que, o acusado pelo fato criminoso opta entre a continuidade do processo ou a aplicação imediata de uma pena que não seja privativa de liberdade. No entanto, ficou evidente a posição inferior da parte passiva em relação ao do órgão acusador, pois aquela, por mais que tenha certeza de sua inocência, tem sua liberdade de escolha limitada, já que o deslinde do processo é sempre incerto.Ballock, Lauro JoséDamázio, Israel Nascimento2016-11-30T15:00:46Z2020-11-27T03:26:36Z2016-11-30T15:00:46Z2020-11-27T03:26:36Z2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdf1179https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/6033Direito - Tubarãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Universitário da Ânima (RUNA)instname:Ânima Educaçãoinstacron:Ânima2020-12-01T21:00:24Zoai:repositorio.animaeducacao.com.br:ANIMA/6033Repositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.animaeducacao.com.br/oai/requestcontato@animaeducacao.com.bropendoar:2020-12-01T21:00:24Repositório Universitário da Ânima (RUNA) - Ânima Educaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Análise constitucional da transação penal nos juizados especiais criminais
title Análise constitucional da transação penal nos juizados especiais criminais
spellingShingle Análise constitucional da transação penal nos juizados especiais criminais
Damázio, Israel Nascimento
Processo penal
Juizados especiais criminais
Processo legal justo
Contraditório no processo judicial
title_short Análise constitucional da transação penal nos juizados especiais criminais
title_full Análise constitucional da transação penal nos juizados especiais criminais
title_fullStr Análise constitucional da transação penal nos juizados especiais criminais
title_full_unstemmed Análise constitucional da transação penal nos juizados especiais criminais
title_sort Análise constitucional da transação penal nos juizados especiais criminais
author Damázio, Israel Nascimento
author_facet Damázio, Israel Nascimento
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Ballock, Lauro José
dc.contributor.author.fl_str_mv Damázio, Israel Nascimento
dc.subject.por.fl_str_mv Processo penal
Juizados especiais criminais
Processo legal justo
Contraditório no processo judicial
topic Processo penal
Juizados especiais criminais
Processo legal justo
Contraditório no processo judicial
description O presente trabalho monográfico possui como objetivo principal a análise de aspectos críticos a respeito da transação penal instituída pela Lei nº 9.099/95, verificando divergências doutrinárias e jurisprudenciais referentes às garantias constitucionais, além de outros pontos de discussões, como a suposta coação exercida pelo órgão acusador durante a transação. Para tanto, adotou-se como método de abordagem o dedutivo, pois se partiu de proposições gerais já definidas pela doutrina, como a conceituação de princípios explícitos e implícitos na Constituição Federal, para se atingir conclusões específicas como a análise legal da transação penal. O modelo de investigação escolhido foi o do tipo bibliográfico, tendo em vista a utilização de doutrinas, legislações e jurisprudências atinentes. Como resultado da pesquisa, constatou-se que a transação penal, para os contrários, não autorizou a supressão de princípios basilares inseridos no texto constitucional, como o devido processo legal e seus corolários, contraditório e ampla defesa. Sendo assim, a restrição de tais princípios gera a inconstitucionalidade da transação nos moldes em que é aplicada. Já para os favoráveis, correntes distintas defendem sua constitucionalidade. Para alguns, a negociação entre o autor do fato e o Ministério Público é o próprio devido processo legal de forma sintetizada. Para outros, ao réu é dada a faculdade de escolha entre a transação, com a renúncia de direitos individuais, ou o seguimento do processo em seus ulteriores termos. Há ainda, uma terceira corrente, que defende a constitucionalidade do instituto, porém, elenca sérias críticas à coação exercida durante o ato da transação, uma vez que, o autor escolhe entre um processo justo, contudo, temerário, ou um processo injusto de forma antecipada, repleto de ¿benefícios¿. Ficou evidente que a doutrina majoritária defende a constitucionalidade e a continuidade da aplicação da pena consensual, todavia, por mais raras e ousadas que sejam, opiniões em contrário encontram fundamentos e argumentos capazes de colocar em xeque a aplicação e a legalidade da transação penal. Conclui-se que a referida lei deve ser considerada constitucional, visto que, o acusado pelo fato criminoso opta entre a continuidade do processo ou a aplicação imediata de uma pena que não seja privativa de liberdade. No entanto, ficou evidente a posição inferior da parte passiva em relação ao do órgão acusador, pois aquela, por mais que tenha certeza de sua inocência, tem sua liberdade de escolha limitada, já que o deslinde do processo é sempre incerto.
publishDate 2010
dc.date.none.fl_str_mv 2010
2016-11-30T15:00:46Z
2016-11-30T15:00:46Z
2020-11-27T03:26:36Z
2020-11-27T03:26:36Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv 1179
https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/6033
identifier_str_mv 1179
url https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/6033
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Direito - Tubarão
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Universitário da Ânima (RUNA)
instname:Ânima Educação
instacron:Ânima
instname_str Ânima Educação
instacron_str Ânima
institution Ânima
reponame_str Repositório Universitário da Ânima (RUNA)
collection Repositório Universitário da Ânima (RUNA)
repository.name.fl_str_mv Repositório Universitário da Ânima (RUNA) - Ânima Educação
repository.mail.fl_str_mv contato@animaeducacao.com.br
_version_ 1767415838489444352