Integralidade: Algumas Reflexões

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira,Inajara Carla
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Cutolo,Luiz Roberto Agea
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022018000300146
Resumo: RESUMO A integralidade pode ser considerada um dos temas mais recorrentes nas discussões acerca da formação profissional em saúde, especialmente na área médica. Entretanto, mesmo frente a estes movimentos, observam-se controvérsias sobre o termo devido a seu caráter polissêmico. Desta forma, tem-se como objetivo deste estudo a discussão dos sentidos da integralidade tendo por base um resgate bibliográfico na literatura existente, suscitando reflexões de cunho epistemológico, hermenêutico e prático no contexto da formação em saúde. Parte-se da compreensão de que a integralidade traz em si a percepção da complexidade de nossos objetos. Objetos complexos exigem olhares plurais. Dicotomias vinculadas ao modo de pensar moderno, por consequência, devem ser sistematicamente abandonadas. Fala-se de integralidade como superação de dicotomias clássicas no âmbito da saúde: indivíduo e coletivo; saúde e doença; corpo e mente; clínica e saúde pública; teoria e prática. Ou seja, na perspectiva da integralidade, considera-se a saúde como o resultado de aspectos múltiplos da vida de um indivíduo, que não pode ser reduzido a meras díades conceituais, ou mesmo, de relação causa-efeito. Esta ideia fundamenta-se no fato de que, a partir da integralidade, quando se fala de saúde, ela nunca estará alienada da complexidade da vida de sujeitos e de suas contingências. Já a integralidade enquanto articulação de políticas públicas sociais e econômicas baseadas na determinação social do processo saúde-doença em nosso contexto, além de desejável, torna-se fundamental. Porém, é preciso reconhecer que, por se tratar de uma visão contra-hegemônica, sofrerá resistências, e talvez seja esta característica que permita a existência da ideia de integralidade como uma prática utópica. Assim, a integralidade se expressa como uma imagem-objetivo e, mais do que isso, se apresenta como orientadora e guia das ações em saúde, sobretudo como um processo contínuo de lutas e buscas por transformações de nossa sociedade.
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