Integralidade: Algumas Reflexões
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Brasileira de Educação Médica (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022018000300146 |
Resumo: | RESUMO A integralidade pode ser considerada um dos temas mais recorrentes nas discussões acerca da formação profissional em saúde, especialmente na área médica. Entretanto, mesmo frente a estes movimentos, observam-se controvérsias sobre o termo devido a seu caráter polissêmico. Desta forma, tem-se como objetivo deste estudo a discussão dos sentidos da integralidade tendo por base um resgate bibliográfico na literatura existente, suscitando reflexões de cunho epistemológico, hermenêutico e prático no contexto da formação em saúde. Parte-se da compreensão de que a integralidade traz em si a percepção da complexidade de nossos objetos. Objetos complexos exigem olhares plurais. Dicotomias vinculadas ao modo de pensar moderno, por consequência, devem ser sistematicamente abandonadas. Fala-se de integralidade como superação de dicotomias clássicas no âmbito da saúde: indivíduo e coletivo; saúde e doença; corpo e mente; clínica e saúde pública; teoria e prática. Ou seja, na perspectiva da integralidade, considera-se a saúde como o resultado de aspectos múltiplos da vida de um indivíduo, que não pode ser reduzido a meras díades conceituais, ou mesmo, de relação causa-efeito. Esta ideia fundamenta-se no fato de que, a partir da integralidade, quando se fala de saúde, ela nunca estará alienada da complexidade da vida de sujeitos e de suas contingências. Já a integralidade enquanto articulação de políticas públicas sociais e econômicas baseadas na determinação social do processo saúde-doença em nosso contexto, além de desejável, torna-se fundamental. Porém, é preciso reconhecer que, por se tratar de uma visão contra-hegemônica, sofrerá resistências, e talvez seja esta característica que permita a existência da ideia de integralidade como uma prática utópica. Assim, a integralidade se expressa como uma imagem-objetivo e, mais do que isso, se apresenta como orientadora e guia das ações em saúde, sobretudo como um processo contínuo de lutas e buscas por transformações de nossa sociedade. |
id |
ABEM-1_1db59438028462f13515c7ec783ab302 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0100-55022018000300146 |
network_acronym_str |
ABEM-1 |
network_name_str |
Revista Brasileira de Educação Médica (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Integralidade: Algumas ReflexõesIntegralidade em SaúdeEducação MédicaSistema Único de SaúdeSaúde ColetivaRESUMO A integralidade pode ser considerada um dos temas mais recorrentes nas discussões acerca da formação profissional em saúde, especialmente na área médica. Entretanto, mesmo frente a estes movimentos, observam-se controvérsias sobre o termo devido a seu caráter polissêmico. Desta forma, tem-se como objetivo deste estudo a discussão dos sentidos da integralidade tendo por base um resgate bibliográfico na literatura existente, suscitando reflexões de cunho epistemológico, hermenêutico e prático no contexto da formação em saúde. Parte-se da compreensão de que a integralidade traz em si a percepção da complexidade de nossos objetos. Objetos complexos exigem olhares plurais. Dicotomias vinculadas ao modo de pensar moderno, por consequência, devem ser sistematicamente abandonadas. Fala-se de integralidade como superação de dicotomias clássicas no âmbito da saúde: indivíduo e coletivo; saúde e doença; corpo e mente; clínica e saúde pública; teoria e prática. Ou seja, na perspectiva da integralidade, considera-se a saúde como o resultado de aspectos múltiplos da vida de um indivíduo, que não pode ser reduzido a meras díades conceituais, ou mesmo, de relação causa-efeito. Esta ideia fundamenta-se no fato de que, a partir da integralidade, quando se fala de saúde, ela nunca estará alienada da complexidade da vida de sujeitos e de suas contingências. Já a integralidade enquanto articulação de políticas públicas sociais e econômicas baseadas na determinação social do processo saúde-doença em nosso contexto, além de desejável, torna-se fundamental. Porém, é preciso reconhecer que, por se tratar de uma visão contra-hegemônica, sofrerá resistências, e talvez seja esta característica que permita a existência da ideia de integralidade como uma prática utópica. Assim, a integralidade se expressa como uma imagem-objetivo e, mais do que isso, se apresenta como orientadora e guia das ações em saúde, sobretudo como um processo contínuo de lutas e buscas por transformações de nossa sociedade.Associação Brasileira de Educação Médica2018-09-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022018000300146Revista Brasileira de Educação Médica v.42 n.3 2018reponame:Revista Brasileira de Educação Médica (Online)instname:Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)instacron:ABEM10.1590/1981-52712015v42n3rb20170102r1info:eu-repo/semantics/openAccessOliveira,Inajara CarlaCutolo,Luiz Roberto Ageapor2020-01-10T00:00:00Zoai:scielo:S0100-55022018000300146Revistahttp://www.educacaomedica.org.br/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevista@abem-educmed.org.br||revista@educacaomedica.org.br1981-52710100-5502opendoar:2020-01-10T00:00Revista Brasileira de Educação Médica (Online) - Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Integralidade: Algumas Reflexões |
title |
Integralidade: Algumas Reflexões |
spellingShingle |
Integralidade: Algumas Reflexões Oliveira,Inajara Carla Integralidade em Saúde Educação Médica Sistema Único de Saúde Saúde Coletiva |
title_short |
Integralidade: Algumas Reflexões |
title_full |
Integralidade: Algumas Reflexões |
title_fullStr |
Integralidade: Algumas Reflexões |
title_full_unstemmed |
Integralidade: Algumas Reflexões |
title_sort |
Integralidade: Algumas Reflexões |
author |
Oliveira,Inajara Carla |
author_facet |
Oliveira,Inajara Carla Cutolo,Luiz Roberto Agea |
author_role |
author |
author2 |
Cutolo,Luiz Roberto Agea |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Oliveira,Inajara Carla Cutolo,Luiz Roberto Agea |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Integralidade em Saúde Educação Médica Sistema Único de Saúde Saúde Coletiva |
topic |
Integralidade em Saúde Educação Médica Sistema Único de Saúde Saúde Coletiva |
description |
RESUMO A integralidade pode ser considerada um dos temas mais recorrentes nas discussões acerca da formação profissional em saúde, especialmente na área médica. Entretanto, mesmo frente a estes movimentos, observam-se controvérsias sobre o termo devido a seu caráter polissêmico. Desta forma, tem-se como objetivo deste estudo a discussão dos sentidos da integralidade tendo por base um resgate bibliográfico na literatura existente, suscitando reflexões de cunho epistemológico, hermenêutico e prático no contexto da formação em saúde. Parte-se da compreensão de que a integralidade traz em si a percepção da complexidade de nossos objetos. Objetos complexos exigem olhares plurais. Dicotomias vinculadas ao modo de pensar moderno, por consequência, devem ser sistematicamente abandonadas. Fala-se de integralidade como superação de dicotomias clássicas no âmbito da saúde: indivíduo e coletivo; saúde e doença; corpo e mente; clínica e saúde pública; teoria e prática. Ou seja, na perspectiva da integralidade, considera-se a saúde como o resultado de aspectos múltiplos da vida de um indivíduo, que não pode ser reduzido a meras díades conceituais, ou mesmo, de relação causa-efeito. Esta ideia fundamenta-se no fato de que, a partir da integralidade, quando se fala de saúde, ela nunca estará alienada da complexidade da vida de sujeitos e de suas contingências. Já a integralidade enquanto articulação de políticas públicas sociais e econômicas baseadas na determinação social do processo saúde-doença em nosso contexto, além de desejável, torna-se fundamental. Porém, é preciso reconhecer que, por se tratar de uma visão contra-hegemônica, sofrerá resistências, e talvez seja esta característica que permita a existência da ideia de integralidade como uma prática utópica. Assim, a integralidade se expressa como uma imagem-objetivo e, mais do que isso, se apresenta como orientadora e guia das ações em saúde, sobretudo como um processo contínuo de lutas e buscas por transformações de nossa sociedade. |
publishDate |
2018 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2018-09-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022018000300146 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022018000300146 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/1981-52712015v42n3rb20170102r1 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Associação Brasileira de Educação Médica |
publisher.none.fl_str_mv |
Associação Brasileira de Educação Médica |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Brasileira de Educação Médica v.42 n.3 2018 reponame:Revista Brasileira de Educação Médica (Online) instname:Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) instacron:ABEM |
instname_str |
Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) |
instacron_str |
ABEM |
institution |
ABEM |
reponame_str |
Revista Brasileira de Educação Médica (Online) |
collection |
Revista Brasileira de Educação Médica (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Brasileira de Educação Médica (Online) - Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) |
repository.mail.fl_str_mv |
revista@abem-educmed.org.br||revista@educacaomedica.org.br |
_version_ |
1754303006982012928 |