Sobre a morte e o morrer: percepções de acadêmicos de Medicina do Norte do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Meireles,Antônio Alexandre Valente
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Amaral,Cíntia Dias, Souza,Vitor Bidu de, Silva,Selma Gomes da
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Educação Médica (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022022000200203
Resumo: Resumo: Introdução: A morte é um fenômeno universal que permanece fruto de intenso debate, e, embora ainda exista uma tendência de evitação sobre o tema, ela perdura como elemento importante no processo saúde-doença. Dessa forma, o luto e as percepções sobre a morte tornam-se mais complexas, sobretudo para os indivíduos despreparados para enfrentar o falecimento, recorrente nos âmbitos social e profissional da prática médica. Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar a percepção de estudantes de Medicina da Universidade Federal do Amapá (Unifap) acerca da morte, do processo de morrer e do luto. Método: Trata-se de um estudo transversal, exploratório e descritivo com uso de método misto, qualitativo e quantitativo. A amostra foi composta por alunos da disciplina “Emoções no Processo Saúde/Doença/Morte” do curso de Medicina da Unifap, que responderam a um questionário sociodemográfico, de experiência com a morte e de percepções acerca do processo de morte e morrer. Para dados quantitativos, realizou-se estatística descritiva, e, para os qualitativos, adotou-se o método de análise de conteúdo de Bardin, de modo a formar agrupamentos semânticos e utilizá-los para comparar grupos. Utilizaram-se tagclouds para sumarizar respostas segundo importância e frequência. Resultado: Observou-se um entendimento da morte como processo natural em 55,6% da amostra, e, no que tange às estratégias de enfrentamento do luto, 7,4% afirmaram não apresentar estratégias, predominando a solução de problemas em 24,1%, seguida pela autoconfiança em 22,2% e pela acomodação em 20,4%, como estratégia usual. Ademais, 35,2% revelaram apresentar preparo acadêmico-profissional emocional para lidar com a situação de morte de um paciente, enquanto 51,9 e 50% revelaram diretamente despreparo acadêmico-profissional e emocional, respectivamente. Nesse sentido, as emoções tristeza, angústia e saudade foram as mais relacionadas à morte, ao processo de morrer e ao luto, considerando frequência de citação na percepção evocada pelos estudantes. Conclusão: Observou-se globalmente maior percepção de despreparo diante da morte. A análise do inconsciente evocado demonstrou emoções como tristeza e angústia associados à morte, ao morrer e ao luto. Dessa forma, faz-se elementar abordagens contínuas e frequentes, com associação prática, sobre o processo da morte longitudinalmente na graduação.
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