CATECISMO DO CIDADÃO: CONSTITUCIONALISMO E SOBERANIA POPULAR EM GUILLAUME DE SAIGE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nicolete,Roberta K. Soromenho
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Ciências Sociais
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092019000200509
Resumo: Trata-se de analisar as linguagens políticas em disputa na definição da soberania – tema caro à teoria política –, no período que antecede a Revolução Francesa, mediante a obra Catecismo do cidadão (Catéchisme du Citoyen) , de Guillaume de Saige. Escrita em 1775 (reeditada em 1787) e banida pelo Parlamento, interpreta-se tal obra (ao lado de outros escritos patriotes ) como uma resposta ao problema de legitimidade aberto durante a última Sagração, em Reims, na qual parte notável foi abolida: o momento da cerimônia em que o rei demanda consentimento do povo para governar. Por anódino que possa parecer, tal alteração litúrgica revelaria a intenção de Luís XVI de recorrer à retórica convencional da monarquia, dispensando a ritualização da eleição nacional. Cabe à teoria política analisar tais panfletos e brochuras, ainda pouco conhecidos e sobre os quais há raros estudos, sem deixar de articulá-los às análises mais sistemáticas da França setecentista para o estabelecimento das “convenções linguísticas” do período, em primeiro lugar, e, em segundo, para uma disposição crítica em relação ao passado. Isto é, não se trata de reconstituir os discursos de certo período histórico por mero diletantismo, mas porque a compreensão da distância que nos separa desse período lança luz aos fundamentos das nossas próprias linguagens políticas.
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