É possível psicanálise breve?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lowenkron,Theodor S.
Data de Publicação: 2000
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47142000000400059
Resumo: A psicoterapia psicanalítica de tempo delimitado é aqui definida como um tratamento cujo prazo de duração é ajustado previamente entre o psicoterapeuta (ou analista) e o sujeito que busca ajuda para dar conta de um sofrimento psíquico que se manifesta em uma área demarcável da vida do sujeito e cuja origem possa ser atribuída a um conflito inconsciente. A teoria psicanalítica fornece os modelos gerais que fundamentam o processo, e a cura se dá mediante a perlaboração dos conflitos inconscientes, com possíveis repercussões sobre o sujeito como um todo. Teoricamente, essa abordagem terapêutica fundamenta-se nas concepções de Freud, Ferenczi e das pesquisas realizadas na Clínica Tavistock, principalmente, através do experimento de Balint. Essa comunicação foi estimulada não só pelos resultados de pesquisas desenvolvidas pelo autor no campo da psicoterapia psicanalítica de tempo delimitado, mas também pela aprovação, por Resolução do Ministério da Saúde, da cobertura obrigatória pelos planos e seguros privados de saúde para a psicoterapia breve de crise com duração de até 12 sessões. Esse trabalho tem o objetivo de promover o debate em nosso meio sobre o valor da abordagem psicanalítica breve. Para tanto, além da apresentação de uma experiência clínica realizada com uma paciente durante cinco entrevistas psicoterápicas e mais duas entrevistas de follow-up, cerca de seis e 12 meses após o término do tratamento, discutem-se os fundamentos da ampliação do espaço psicanalítico tomando em consideração o posicionamento de Freud e as críticas teóricas e práticas, expostas por Birman, sobre o que pode ser denominado espaço psicanalítico. Nesse trabalho destaca-se ainda a importância de que, ao final da terapia, deve-se fazer uma avaliação dos resultados alcançados e, se o trabalho realizado não for considerado suficiente para a elaboração das tensões conflitivas que deram origem às manifestações clínicas, a decisão de encerrar o tratamento pode ser revista, hipótese que, caso confirmada, não invalida a abordagem inicial na psicoterapia de tempo delimitado como um precioso instrumento de preparação do paciente para a etapa consecutiva. A questão que orientou este percurso permanece: é possível nomear a psicoterapia psicanalítica breve ou de tempo delimitado como psicanálise breve?
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