Cardiotoxicidade induzida por Osimertinibe e Ramucirumabe em paciente com Câncer de pulmão em estadio avançado – relato de caso clínico: Induced cardiotoxicity by Osimertinib and Ramucirumab in a patient with advanced stage lung Cancer – case report
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/51052 |
Resumo: | Introdução: O Osimertinibe é um inibidor de tirosina-quinase de terceira geração usado no tratamento de neoplasia de pulmão não pequenas células. O ramucirumabe é um anticorpo monoclonal (IgG1), um antagonista direto do VEGFR2, inibidor da angiogênese tumoral mediada por VEGF. A cardiotoxicidade relacionada à terapia do câncer é definida como uma redução na fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≥ 10% para um valor abaixo do limite inferior da normalidade (FEVE < 50%). Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 75 anos, diagnosticada com adenocarcinoma pulmonar estágio IV, com metástases pleurais e derrame pleural neoplásico em 2014. Foi identificada mutação no gene EGFR e iniciada terapia com Erlotinibe, mantida por 15 meses, quando evoluiu para carcinomatose peritoneal. Uma nova biópsia confirmou metástase, com mutação de resistência no gene EGFR T790M. Fez quimioterapia com Carboplatina e Pemetrexede. Em 2016, iniciou o uso de Osimertinibe (AZD9291), mantido até março de 2019. A paciente em questão foi a primeira do país a fazer uso do medicamento. Em abril de 2019, foi iniciado um novo ciclo de quimioterapia com Carboplatina e Pemetrexede. Apresentou piora clínica em junho de 2019, sendo mantido apenas Pemetrexede a partir de julho de 2019. Em outubro de 2019, apresentou piora clínica e observou-se progressão da doença. O esquema terapêutico foi alterado para Docetaxel e Ramucirumabe. O primeiro ecocardiograma, em março de 2016, mostrou hipertrofia concêntrica leve do ventrículo esquerdo (VE) e FEVE de 73%. Um novo ecocardiograma de 2019, pouco após a suspensão do Osimertinibe, mostrou hipertrofia concêntrica importante do VE e FEVE de 52%. A hipótese da causa era hipertensão de longa data, pois os relatos de possível cardiotoxicidade começaram a ser descritos apenas mais tarde. Em outubro de 2019, foi internada na UTI por sangramento retal, 10 dias após receber 1 ciclo de Docetaxel e Ramucirumabe. Realizou novo ecocardiograma que mostrou queda da FEVE para 35% devido à hipocinesia difusa e hipertrofia excêntrica do VE. A mesma não tinha sintomas de insuficiência cardíaca, mas apresentou instabilidade hemodinâmica devido ao sangramento. Evoluiu insuficiência respiratória e necessidade de intubação orotraqueal após possível broncoaspiração. Evoluiu a óbito algumas horas depois. Conclusão: Ao escolher um agente antineoplásico para o tratamento do câncer de pulmão, o risco basal do paciente para eventos cardiovasculares deve ser levado em consideração. Protocolos de monitoramento devem ser seguidos para detecção precoce de possível cardiotoxicidade. |
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Cardiotoxicidade induzida por Osimertinibe e Ramucirumabe em paciente com Câncer de pulmão em estadio avançado – relato de caso clínico: Induced cardiotoxicity by Osimertinib and Ramucirumab in a patient with advanced stage lung Cancer – case reportInsuficiência cardíacaoncologiacardio-oncologiacardiotoxicidadeNeoplasia pulmonarIntrodução: O Osimertinibe é um inibidor de tirosina-quinase de terceira geração usado no tratamento de neoplasia de pulmão não pequenas células. O ramucirumabe é um anticorpo monoclonal (IgG1), um antagonista direto do VEGFR2, inibidor da angiogênese tumoral mediada por VEGF. A cardiotoxicidade relacionada à terapia do câncer é definida como uma redução na fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≥ 10% para um valor abaixo do limite inferior da normalidade (FEVE < 50%). Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 75 anos, diagnosticada com adenocarcinoma pulmonar estágio IV, com metástases pleurais e derrame pleural neoplásico em 2014. Foi identificada mutação no gene EGFR e iniciada terapia com Erlotinibe, mantida por 15 meses, quando evoluiu para carcinomatose peritoneal. Uma nova biópsia confirmou metástase, com mutação de resistência no gene EGFR T790M. Fez quimioterapia com Carboplatina e Pemetrexede. Em 2016, iniciou o uso de Osimertinibe (AZD9291), mantido até março de 2019. A paciente em questão foi a primeira do país a fazer uso do medicamento. Em abril de 2019, foi iniciado um novo ciclo de quimioterapia com Carboplatina e Pemetrexede. Apresentou piora clínica em junho de 2019, sendo mantido apenas Pemetrexede a partir de julho de 2019. Em outubro de 2019, apresentou piora clínica e observou-se progressão da doença. O esquema terapêutico foi alterado para Docetaxel e Ramucirumabe. O primeiro ecocardiograma, em março de 2016, mostrou hipertrofia concêntrica leve do ventrículo esquerdo (VE) e FEVE de 73%. Um novo ecocardiograma de 2019, pouco após a suspensão do Osimertinibe, mostrou hipertrofia concêntrica importante do VE e FEVE de 52%. A hipótese da causa era hipertensão de longa data, pois os relatos de possível cardiotoxicidade começaram a ser descritos apenas mais tarde. Em outubro de 2019, foi internada na UTI por sangramento retal, 10 dias após receber 1 ciclo de Docetaxel e Ramucirumabe. Realizou novo ecocardiograma que mostrou queda da FEVE para 35% devido à hipocinesia difusa e hipertrofia excêntrica do VE. A mesma não tinha sintomas de insuficiência cardíaca, mas apresentou instabilidade hemodinâmica devido ao sangramento. Evoluiu insuficiência respiratória e necessidade de intubação orotraqueal após possível broncoaspiração. Evoluiu a óbito algumas horas depois. Conclusão: Ao escolher um agente antineoplásico para o tratamento do câncer de pulmão, o risco basal do paciente para eventos cardiovasculares deve ser levado em consideração. Protocolos de monitoramento devem ser seguidos para detecção precoce de possível cardiotoxicidade.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2022-08-10info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/5105210.34119/bjhrv5n4-172Brazilian Journal of Health Review; Vol. 5 No. 4 (2022); 14070-14078Brazilian Journal of Health Review; v. 5 n. 4 (2022); 14070-140782595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/51052/38321Copyright (c) 2022 Brazilian Journal of Health Reviewinfo:eu-repo/semantics/openAccessVieira, Isabela PedrozaHartmann, Andréa Regina BaréaSanfelice, Elise Nara2022-08-31T17:59:58Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/51052Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2022-08-31T17:59:58Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false |
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Introdução: O Osimertinibe é um inibidor de tirosina-quinase de terceira geração usado no tratamento de neoplasia de pulmão não pequenas células. O ramucirumabe é um anticorpo monoclonal (IgG1), um antagonista direto do VEGFR2, inibidor da angiogênese tumoral mediada por VEGF. A cardiotoxicidade relacionada à terapia do câncer é definida como uma redução na fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≥ 10% para um valor abaixo do limite inferior da normalidade (FEVE < 50%). Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 75 anos, diagnosticada com adenocarcinoma pulmonar estágio IV, com metástases pleurais e derrame pleural neoplásico em 2014. Foi identificada mutação no gene EGFR e iniciada terapia com Erlotinibe, mantida por 15 meses, quando evoluiu para carcinomatose peritoneal. Uma nova biópsia confirmou metástase, com mutação de resistência no gene EGFR T790M. Fez quimioterapia com Carboplatina e Pemetrexede. Em 2016, iniciou o uso de Osimertinibe (AZD9291), mantido até março de 2019. A paciente em questão foi a primeira do país a fazer uso do medicamento. Em abril de 2019, foi iniciado um novo ciclo de quimioterapia com Carboplatina e Pemetrexede. Apresentou piora clínica em junho de 2019, sendo mantido apenas Pemetrexede a partir de julho de 2019. Em outubro de 2019, apresentou piora clínica e observou-se progressão da doença. O esquema terapêutico foi alterado para Docetaxel e Ramucirumabe. O primeiro ecocardiograma, em março de 2016, mostrou hipertrofia concêntrica leve do ventrículo esquerdo (VE) e FEVE de 73%. Um novo ecocardiograma de 2019, pouco após a suspensão do Osimertinibe, mostrou hipertrofia concêntrica importante do VE e FEVE de 52%. A hipótese da causa era hipertensão de longa data, pois os relatos de possível cardiotoxicidade começaram a ser descritos apenas mais tarde. Em outubro de 2019, foi internada na UTI por sangramento retal, 10 dias após receber 1 ciclo de Docetaxel e Ramucirumabe. Realizou novo ecocardiograma que mostrou queda da FEVE para 35% devido à hipocinesia difusa e hipertrofia excêntrica do VE. A mesma não tinha sintomas de insuficiência cardíaca, mas apresentou instabilidade hemodinâmica devido ao sangramento. Evoluiu insuficiência respiratória e necessidade de intubação orotraqueal após possível broncoaspiração. Evoluiu a óbito algumas horas depois. Conclusão: Ao escolher um agente antineoplásico para o tratamento do câncer de pulmão, o risco basal do paciente para eventos cardiovasculares deve ser levado em consideração. Protocolos de monitoramento devem ser seguidos para detecção precoce de possível cardiotoxicidade. |
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