Síndrome hemofagocítica pós-leishmaniose visceral: revisão de literatura e relato de caso: Post-visceral leishmaniasis secondary hemophagocytic lymphohistiocytosis: case report and literature review

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Aline Ferreira de
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Pizzol, Amy Ferraz, Leite, João Gabriel, Rodrigues, Jyennyffer Barral, Araújo, Rafaela Drumond
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/55254
Resumo: Introdução: A Síndrome Hemofagocítica (SH), também chamada de Linfo-histiocitose Hemofagocítica (LHH), é uma doença rara, de acometimento multissistêmico resultante da ativação excessiva de linfócitos T citotóxicos, células natural killer e macrófagos, levando à secreção de citocinas pró-inflamatórias. Quando associada à Leishmaniose Visceral (LV) se torna um quadro de difícil diagnóstico, visto que os sintomas são semelhantes. Objetivos: Realizar relato do caso e revisão bibliográfica sobre  HHpós-LV em uma paciente pediátrica. Relato do caso: Paciente 1 ano e 8 meses, apresentava história de febre iniciada há cerca de 15 dias, evoluindo com prostração, hiporexia, distensão abdominal, hepatoesplenomegalia e palidez. À admissão hospitalar, apresentou resultado de teste rápido positivo para LV, e recebeu tratamento com desoxicolato de anfotericina B, 1mg/kg/dia, em uma dose diária. Posteriormente, o diagnóstico foi confirmado pelo exame de PCR. A paciente recebeu alta hospitalar após 22 dias de internação. Discussão: O uso de anfotericina B lipossomal leva à remissão permanente do quadro, entretanto nem sempre a terapia antiparasitária será resolutiva para a LHH/LV e, devido à alta letalidade da doença, há a necessidade de iniciar medicamentos imunossupressores ou antiinflamatórios em caráter imediato para evitar um desfecho fatal. No caso clínico discutido, optou-se por iniciar anfotericina B para tratamento da LV, com desfecho positivo para a paciente. A paciente não precisou iniciar o esquema terapêutico imunossupressor, uma vez que a monoterapia antiparasitária foi resolutiva. Evoluiu favoravelmente, recebendo alta para domicílio no 22º dia de internação. Conclusão: A LHH deve ser considerada suspeita em casos de LV de evolução lenta, com febre prolongada, esplenomegalia e citopenias refratárias, especialmente em crianças de área endêmica, considerando que é uma condição potencialmente fatal se não tratada. Vale enfatizar a semelhança clínica e do hemograma em ambas as doenças, o que torna o diagnóstico complexo e, consequentemente, atrasa o tratamento.
id BJRH-0_40b2743dcb9c8e87b48d697bcba11bce
oai_identifier_str oai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/55254
network_acronym_str BJRH-0
network_name_str Brazilian Journal of Health Review
repository_id_str
spelling Síndrome hemofagocítica pós-leishmaniose visceral: revisão de literatura e relato de caso: Post-visceral leishmaniasis secondary hemophagocytic lymphohistiocytosis: case report and literature reviewpediatrialinfo-histiocitose hemofagocíticasíndrome hemofagocíticaleishmaniose visceralIntrodução: A Síndrome Hemofagocítica (SH), também chamada de Linfo-histiocitose Hemofagocítica (LHH), é uma doença rara, de acometimento multissistêmico resultante da ativação excessiva de linfócitos T citotóxicos, células natural killer e macrófagos, levando à secreção de citocinas pró-inflamatórias. Quando associada à Leishmaniose Visceral (LV) se torna um quadro de difícil diagnóstico, visto que os sintomas são semelhantes. Objetivos: Realizar relato do caso e revisão bibliográfica sobre  HHpós-LV em uma paciente pediátrica. Relato do caso: Paciente 1 ano e 8 meses, apresentava história de febre iniciada há cerca de 15 dias, evoluindo com prostração, hiporexia, distensão abdominal, hepatoesplenomegalia e palidez. À admissão hospitalar, apresentou resultado de teste rápido positivo para LV, e recebeu tratamento com desoxicolato de anfotericina B, 1mg/kg/dia, em uma dose diária. Posteriormente, o diagnóstico foi confirmado pelo exame de PCR. A paciente recebeu alta hospitalar após 22 dias de internação. Discussão: O uso de anfotericina B lipossomal leva à remissão permanente do quadro, entretanto nem sempre a terapia antiparasitária será resolutiva para a LHH/LV e, devido à alta letalidade da doença, há a necessidade de iniciar medicamentos imunossupressores ou antiinflamatórios em caráter imediato para evitar um desfecho fatal. No caso clínico discutido, optou-se por iniciar anfotericina B para tratamento da LV, com desfecho positivo para a paciente. A paciente não precisou iniciar o esquema terapêutico imunossupressor, uma vez que a monoterapia antiparasitária foi resolutiva. Evoluiu favoravelmente, recebendo alta para domicílio no 22º dia de internação. Conclusão: A LHH deve ser considerada suspeita em casos de LV de evolução lenta, com febre prolongada, esplenomegalia e citopenias refratárias, especialmente em crianças de área endêmica, considerando que é uma condição potencialmente fatal se não tratada. Vale enfatizar a semelhança clínica e do hemograma em ambas as doenças, o que torna o diagnóstico complexo e, consequentemente, atrasa o tratamento.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2022-12-12info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/5525410.34119/bjhrv5n6-178Brazilian Journal of Health Review; Vol. 5 No. 6 (2022); 24090-24119Brazilian Journal of Health Review; v. 5 n. 6 (2022); 24090-241192595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/55254/40710Copyright (c) 2022 Brazilian Journal of Health Reviewinfo:eu-repo/semantics/openAccessSouza, Aline Ferreira dePizzol, Amy FerrazLeite, João GabrielRodrigues, Jyennyffer BarralAraújo, Rafaela Drumond2022-12-21T14:47:30Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/55254Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2022-12-21T14:47:30Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false
dc.title.none.fl_str_mv Síndrome hemofagocítica pós-leishmaniose visceral: revisão de literatura e relato de caso: Post-visceral leishmaniasis secondary hemophagocytic lymphohistiocytosis: case report and literature review
title Síndrome hemofagocítica pós-leishmaniose visceral: revisão de literatura e relato de caso: Post-visceral leishmaniasis secondary hemophagocytic lymphohistiocytosis: case report and literature review
spellingShingle Síndrome hemofagocítica pós-leishmaniose visceral: revisão de literatura e relato de caso: Post-visceral leishmaniasis secondary hemophagocytic lymphohistiocytosis: case report and literature review
Souza, Aline Ferreira de
pediatria
linfo-histiocitose hemofagocítica
síndrome hemofagocítica
leishmaniose visceral
title_short Síndrome hemofagocítica pós-leishmaniose visceral: revisão de literatura e relato de caso: Post-visceral leishmaniasis secondary hemophagocytic lymphohistiocytosis: case report and literature review
title_full Síndrome hemofagocítica pós-leishmaniose visceral: revisão de literatura e relato de caso: Post-visceral leishmaniasis secondary hemophagocytic lymphohistiocytosis: case report and literature review
title_fullStr Síndrome hemofagocítica pós-leishmaniose visceral: revisão de literatura e relato de caso: Post-visceral leishmaniasis secondary hemophagocytic lymphohistiocytosis: case report and literature review
title_full_unstemmed Síndrome hemofagocítica pós-leishmaniose visceral: revisão de literatura e relato de caso: Post-visceral leishmaniasis secondary hemophagocytic lymphohistiocytosis: case report and literature review
title_sort Síndrome hemofagocítica pós-leishmaniose visceral: revisão de literatura e relato de caso: Post-visceral leishmaniasis secondary hemophagocytic lymphohistiocytosis: case report and literature review
author Souza, Aline Ferreira de
author_facet Souza, Aline Ferreira de
Pizzol, Amy Ferraz
Leite, João Gabriel
Rodrigues, Jyennyffer Barral
Araújo, Rafaela Drumond
author_role author
author2 Pizzol, Amy Ferraz
Leite, João Gabriel
Rodrigues, Jyennyffer Barral
Araújo, Rafaela Drumond
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Souza, Aline Ferreira de
Pizzol, Amy Ferraz
Leite, João Gabriel
Rodrigues, Jyennyffer Barral
Araújo, Rafaela Drumond
dc.subject.por.fl_str_mv pediatria
linfo-histiocitose hemofagocítica
síndrome hemofagocítica
leishmaniose visceral
topic pediatria
linfo-histiocitose hemofagocítica
síndrome hemofagocítica
leishmaniose visceral
description Introdução: A Síndrome Hemofagocítica (SH), também chamada de Linfo-histiocitose Hemofagocítica (LHH), é uma doença rara, de acometimento multissistêmico resultante da ativação excessiva de linfócitos T citotóxicos, células natural killer e macrófagos, levando à secreção de citocinas pró-inflamatórias. Quando associada à Leishmaniose Visceral (LV) se torna um quadro de difícil diagnóstico, visto que os sintomas são semelhantes. Objetivos: Realizar relato do caso e revisão bibliográfica sobre  HHpós-LV em uma paciente pediátrica. Relato do caso: Paciente 1 ano e 8 meses, apresentava história de febre iniciada há cerca de 15 dias, evoluindo com prostração, hiporexia, distensão abdominal, hepatoesplenomegalia e palidez. À admissão hospitalar, apresentou resultado de teste rápido positivo para LV, e recebeu tratamento com desoxicolato de anfotericina B, 1mg/kg/dia, em uma dose diária. Posteriormente, o diagnóstico foi confirmado pelo exame de PCR. A paciente recebeu alta hospitalar após 22 dias de internação. Discussão: O uso de anfotericina B lipossomal leva à remissão permanente do quadro, entretanto nem sempre a terapia antiparasitária será resolutiva para a LHH/LV e, devido à alta letalidade da doença, há a necessidade de iniciar medicamentos imunossupressores ou antiinflamatórios em caráter imediato para evitar um desfecho fatal. No caso clínico discutido, optou-se por iniciar anfotericina B para tratamento da LV, com desfecho positivo para a paciente. A paciente não precisou iniciar o esquema terapêutico imunossupressor, uma vez que a monoterapia antiparasitária foi resolutiva. Evoluiu favoravelmente, recebendo alta para domicílio no 22º dia de internação. Conclusão: A LHH deve ser considerada suspeita em casos de LV de evolução lenta, com febre prolongada, esplenomegalia e citopenias refratárias, especialmente em crianças de área endêmica, considerando que é uma condição potencialmente fatal se não tratada. Vale enfatizar a semelhança clínica e do hemograma em ambas as doenças, o que torna o diagnóstico complexo e, consequentemente, atrasa o tratamento.
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-12-12
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/55254
10.34119/bjhrv5n6-178
url https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/55254
identifier_str_mv 10.34119/bjhrv5n6-178
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/55254/40710
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2022 Brazilian Journal of Health Review
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2022 Brazilian Journal of Health Review
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Health Review; Vol. 5 No. 6 (2022); 24090-24119
Brazilian Journal of Health Review; v. 5 n. 6 (2022); 24090-24119
2595-6825
reponame:Brazilian Journal of Health Review
instname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
instacron:BJRH
instname_str Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
instacron_str BJRH
institution BJRH
reponame_str Brazilian Journal of Health Review
collection Brazilian Journal of Health Review
repository.name.fl_str_mv Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
repository.mail.fl_str_mv || brazilianjhr@gmail.com
_version_ 1797240080453074944