Prevenção e manejo da hemorragia pós-parto: uma revisão de literatura / Prevention and management of postpartum hemorrhage: a review of the literature

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, Luana Nascimento Alencar
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Silveira, Ana Eliza Lemos, Portela, Letícia Pereira, Negreiros, Fernanda da Silva, Júnior, Valmir Alves da Costa, Santos, Gustavo Guerra Oliveira dos, Lopes, Max William Soares, Nunes, Maria das Dores
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/29697
Resumo: A hemorragia pós-parto (HPP) é uma condição potencialmente fatal, sendo a segunda causa de morte materna no Brasil. Define-se por perda sanguínea superior a 500 ml após partos vaginais e 1000 ml após cesarianas, tendo como principais causas: atonia uterina, trauma do canal vaginal, retenção placentária e coagulopatias. O objetivo desse estudo foi identificar as principais medidas de prevenção e manejo da HPP preconizadas pela comunidade científica. A literatura das bases de dados LILACS e MEDLINE foram revisadas. Utilizou-se como termos de busca "hemorragia pós-parto" e "prevenção e manejo da hemorragia pós-parto", o operador booleano "AND" foi aplicado para o cruzamento de dados. Nessa análise incluiu-se revisões sistemáticas e meta-análises publicadas entre 2015 e 2020 nos idiomas inglês e português, desde que o texto completo estivesse disponível. Encontrou-se 77 artigos, destes 40 selecionados para esta revisão. O manejo ativo do terceiro estágio do trabalho de parto reduz o risco da HPP. Diante disso, medidas interventivas como adição de uterotônicos, a exemplo da ocitocina, pinçamento tardio do cordão, tração controlada do cordão umbilical e massagem uterina, são práticas recomendadas para uso rotineiro. Estudos recentes avaliam a possibilidade de substituição da ocitocina profilática por carbetocina. Esses estudos garantem meia-vida e ação uterotônica superior para a carbetocina, embora tenha custo vultoso e indisponibilidade no Brasil. Uma vez que as medidas preventivas não foram suficientes, o reconhecimento precoce da causa da HPP é impreterível. De modo geral, a HPP é diagnosticada por instabilidade hemodinâmica da parturiente. Quando confirmada, utiliza-se uterotônicos, como ocitocina, metilergonovina e misoprostol. Nesta sequência, sendo que o medicamento seguinte deve ser introduzido à terapia quando não houver resposta ao anterior. Existe orientação para o uso simultâneo desses medicamentos. Fica a critério do profissional a conduta a ser abordada. Além disso, há evidências de que o uso precoce do ácido tranexâmico reduz o tempo de sangramento. Em casos de falha na terapia medicamentosa, condutas cirúrgicas devem ser adotadas, preservando, sempre que possível, a fertilidade da parturiente. Inicia-se com as suturas compressivas. A embolização arterial é considerada como tratamento de segunda linha na HPP refratária à terapia inicial, cujo acesso é pouco disponível. A histerectomia parcial é aplicada quando os demais métodos falharam. Conclui-se que a alta taxa de mortalidade materna causada por HPP, requer medidas efetivas que visem minimizar esse desfecho, de modo que todo serviço de assistência ao parto precisa conhecer e praticar o correto manejo dessa condição.
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