Manejo da Contratura de Dupuytren: terapias propostas e desafios encontrados / Management of Dupuytren's contracture: proposed therapies and challenges encountered

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cabral, Anna Julie Medeiros
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Neto, José Raimundo Ferreira, Oliveira, Clara Vitória Silva Oliveira, Queiroga, Adrianne Araújo de Sarmento, Laudelino, Carolinne de Queiroga Almeida e, de Oliveira, Rodrigo Marques Gouveia, da Silva, Andressa Valente Marques, Soares, Maria Roberta Melo Pereira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/35427
Resumo: A contratura de Dupuytren (CD) é uma deformidade comum de mão que progressivamente causa flexão irreversível dos dedos. É uma condição autossômica dominante de penetrância varíavel, com maior incidência no sexo masculino. O diagnóstico é clínico, baseado no exame físico das mãos. Na fase inicial, é perceptível a presença de um nódulo na região palmar, mais frequentemente em dedo anelar ou médio. Com o avanço da patologia, um cordão superficial contrai as articulações metacarpofalangianas e interfalangianas dos dedos, que por fim provoca o arqueamento da mão do paciente. O manejo ideal ainda é bastante discutido e as opções terapêuticas são variadas. O presente estudo visa revisar e contrapor as opções terapêuticas disponíveis para o tratamento da CD, avaliando os resultados e desafios clínicos. Trata-se de uma Revisão Integrativa e qualitativa realizada através de pesquisas nos bancos de dados da Scientific Electronic Library Online (SciElo), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), UpToDate e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola nos últimos 5 anos. A CD é uma fisiopatologia controversa, possuindo divergências quanto ao manejo terapêutico. Dos artigos pesquisados, 42,9% (n=3) relataram o uso da Colegenase Clostridium Histolycium (CCH) com resultados positivos, como a redução do tamanho e dureza do nódulo palmar, e menor quantidade de efeitos colaterais e complicações em comparação com a fasciectomia aberta. Contudo, outro estudo 14,3% (n=1) comparou o CCH com a fasciotomia por agulha percutânea (FNP), e demonstrou nenhuma vantagem adicional. Dos artigos, 14,3% (n=1) utilizou a fração vascular do estroma a partir da digestão enzimática e centrifugação, sendo vantajoso quanto a troficidade, vascularização e regeneração dos tecidos. Além disso, 28,6% dos artigos (n=2) abordaram o ensaio clínico randomizado em fase 2a, que possui como enfoque o uso da injeção intranodular com inibidor de fator de necrose tumoral. O uso desse inibidor (40 mg de adalimumabe em 0,4 ml) resultou na redução da expressão da proteína alfa SMA, com consequente redução dos fenótipos de miofibroblastos, constituindo-se como opção terapêutica para regressão da CD. Outros tipos de tratamentos descritos na literatura são: o uso de corticoides, imobilização, fisioterapia, vitamina E e radioterapia. Ademais, para os casos mais graves são mencionados tratamentos cirúrgicos - fasciectomia total ou parcial, dermofasciectomia ou fasciotomia percutânea. Portanto, foi possível perceber que mesmo com as possibilidades comprovadas para o adequado manejo da CD, a terapêutica ainda é incerta precisando de mais estudos para consolidar a escolha, sendo necessário optar conforme a gravidade e de acordo com o grau e variedade de manifestações apresentadas.
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