Eficácia do tratamento de Mieloma Múltiplo no mundo real: estudo de série de 123 casos institucionais com análise de sobrevivência

• Autor(a) principal: e Gomes, Laura de Castro
• Data de Publicação: 2023
• Outros Autores: Gonzaga, Camila Ramos, de Andrade, Helena Alicia Santos, Bueno, Ana Paula Pinto de Araújo, Ferreira, Bruno Ávila, de Bastos, Marcos
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
• Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/57775
• topic: Mieloma Múltiplo; tratamento farmacológico; análise de sobrevida; efetividade

O Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia maligna hematológica incurável acometendo cerca de 7.000 pessoas no Brasil, apresentando mediana de sobrevida global de cerca de 72 meses. O objetivo do estudo foi analisar a sobrevida dos pacientes com MM em tratamento em um hospital público de Minas Gerais entre 2011 e 2022. Foram avaliados pacientes ambulatoriais e hospitalares, com metodologia de Kaplan-Meier e LogRank. Os pacientes foram tratados com inibidor de proteossomos, imunomodulador, corticosteróide, quimioterapia, Transplante Autólogo de Células Tronco (TACT) e suporte. Foram estudados 123 pacientes, sendo 68 (54,8% do total) mulheres, com idade média 67,3 (DP ± 10,5) anos numa série de casos consecutivos. Um total de 28 pacientes (22,6%) realizou TACT. O tempo médio de acompanhamento após diagnóstico foi de 35,3 meses (± 30,0). Houve 50 óbitos (40,3%). A mediana de sobrevida foi de 69 meses com a probabilidade de sobrevida em 36 meses de 68,2% (IC 95% 59,7%-78,0%) e em 60 meses, 56,1% (IC 95% 46,3%-68,0%). Melhores resultados foram encontrados em pacientes com idade menor que 65 anos ao diagnóstico (teste LogRank P=0.02) e nos casos transplantados (P<0.01). Concluímos que a mediana de sobrevida global foi cerca de 6 anos com melhores resultados em pacientes menores de 65 anos e transplantados. Os resultados foram dentro do esperado, com os recursos disponibilizados. Com a introdução de novos medicamentos e procedimentos, é possível que haja prolongamento da sobrevida global tornando necessário novos pontos finais de observação além da sobrevida global.