O impacto da terapia de reposição hormonal na saúde cardiovascular em mulheres após menopausa: uma revisão de literatura
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/63224 |
Resumo: | Introdução: O estrogênio é um hormônio que promove efeito cardioprotetor e que se apresenta em altos níveis durante a pré menopausa garantindo à mulher maior proteção a doenças cardiovasculares. Após a menopausa há queda dos níveis hormonais resultando em uma maior predisposição a tais complicações. Diversos estudos observacionais corroboram a hipótese de que a TRH quando indicada após 10 anos do início da menopausa possui efeito positivo na prevenção de tais doenças através de efeitos diretos no coração e nos vasos. A decisão de utilizar a terapia hormonal deve ser individualizada e no momento apropriado para restabelecer a proteção cardiovascular em mulheres após a menopausa. Objetivo: Esse artigo busca verificar a eficácia do tratamento hormonal na prevenção de DCV em mulheres na pós menopausa. Metodologia: Revisão Integrativa da literatura nas bases de dados PubMed/MEDLINE, SciELO, e LILACS mediante a utilização dos descritores “Terapia de Reposição Hormonal”, “Doenças Cardiovasculares”, “Pós Menopausa” e “Disease Prevention”. Artigos originais e revisões de literatura, estudos publicados nos últimos 10 anos foram incluídos. Estudos com data de publicação com períodos superiores a 10 anos, disponibilizados apenas na forma de resumo, publicados em periódicos de baixo fator de impacto foram excluídos. Discussão: Inicialmente, estudos observacionais realizados na década de 90 sugeriram benefícios da TRH na redução das DCV. No entanto, ensaios clínicos randomizados mais recentes, como o estudo HERS e o WHI, apresentaram resultados contraditórios, destacando riscos como aumento da incidência de câncer de mama, DAC e AVC em alguns grupos. A explicação para essas discrepâncias envolve a "hipótese do tempo", que sugere que os benefícios da TRH dependem do momento em que ela é iniciada, sendo mais benéfica quando iniciada logo após a menopausa. Alguns estudos e ensaios clínicos randomizados, como o WELL-HART e o EPAT apoiam a ideia de que o estrogênio pode não influenciar significativamente a progressão de placas ateroscleróticas estabelecidas, mas pode reduzir a progressão de aterosclerose subclínica em um endotélio saudável, sugerindo que a TRH pode ser mais eficaz na manutenção da saúde do endotélio vascular do que no tratamento da aterosclerose já existente. Conclusão: A idade de início da TRH desempenha um papel crítico na redução do risco cardiovascular, enfatizando a importância de iniciar a terapia no momento adequado. A TRH não é recomendada para prevenção primária ou secundária de DCV, especialmente em mulheres de alto risco ou com DAC estabelecida. Estudos futuros são necessários para avaliar detalhes da TRH, como dosagens, formas de administração e duração do tratamento, pois há lacunas na pesquisa.A decisão de prescrever TRH deve ser individualizada, considerando cuidadosamente os benefícios e riscos, com foco na avaliação do risco cardiovascular de cada paciente. |
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