Universalização e eqüidade : análise da evolução do acesso à educação básica no Brasil de 1995 a 2005

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Andrade, Cibele Yahn de
Data de Publicação: 2008
Outros Autores: Telles, Stella Maria Barbera da Silva
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/10146
Resumo: Resumo: A educação é considerada como um dos principais mecanismos de mobilidade social. Entretanto, a efetividade do mecanismo depende essencialmente do acesso à escolaridade, além de garantir que o desempenho escolar não reproduza as desigualdades sociais em relação à renda familiar e à condição de raça e cor, entre outras clivagens sociais que marcam a grande heterogeneidade da população brasileira. Neste trabalho analisou-se a evolução do acesso da população, de 7 a 17 anos à educação básica, considerando os seguintes aspectos: a condição de sexo, raça/cor, localização geográfica, condição econômica das famílias, além da adequação entre série e idade. Para tanto foram utilizados os dados da Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE) de 1996 a 2005. Pelos dados analisados dentro desse período, pode-se observar que a evolução do sistema educacional brasileiro ocorreu no sentido da maior eqüidade no acesso. Para a primeira fase do Ensino Fundamental, de 1ª à 4ª série, início da escolaridade, pode-se afirmar que a universalização do acesso foi atingida para meninos e meninas; para as crianças brancas e não brancas; para as moradoras das áreas urbanas e rurais e até mesmo para aquelas das famílias mais pobres. Porém, a partir da segunda fase do Ensino Fundamental, persiste uma desigualdade relevante na progressão escolar associada à renda familiar, à cor da pele e à localização geográfica. Esse fenômeno se intensifica em relação aos jovens de 15 a 17 anos que, a princípio, deveriam freqüentar o Ensino Médio. Os dados analisados evidenciaram ainda que a renda familiar é um fator muito mais relevante do que a raça/cor. Este quadro indica que ao lado do desafio da universalização do acesso é essencial que faça parte da agenda para o desenvolvimento da educação no Brasil a questão da permanência e do desempenho escolar para minorar a defasagem entre idade e série, sobretudo para os segmentos mais pobres da população
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Para tanto foram utilizados os dados da Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE) de 1996 a 2005. Pelos dados analisados dentro desse período, pode-se observar que a evolução do sistema educacional brasileiro ocorreu no sentido da maior eqüidade no acesso. Para a primeira fase do Ensino Fundamental, de 1ª à 4ª série, início da escolaridade, pode-se afirmar que a universalização do acesso foi atingida para meninos e meninas; para as crianças brancas e não brancas; para as moradoras das áreas urbanas e rurais e até mesmo para aquelas das famílias mais pobres. Porém, a partir da segunda fase do Ensino Fundamental, persiste uma desigualdade relevante na progressão escolar associada à renda familiar, à cor da pele e à localização geográfica. Esse fenômeno se intensifica em relação aos jovens de 15 a 17 anos que, a princípio, deveriam freqüentar o Ensino Médio. Os dados analisados evidenciaram ainda que a renda familiar é um fator muito mais relevante do que a raça/cor. Este quadro indica que ao lado do desafio da universalização do acesso é essencial que faça parte da agenda para o desenvolvimento da educação no Brasil a questão da permanência e do desempenho escolar para minorar a defasagem entre idade e série, sobretudo para os segmentos mais pobres da populaçãoAbstract: Education is considered one of the principal mechanisms for social mobility. However, its effectiveness essentially depends on access to schooling, as well as guaranteeing that school performance does not reproduce social inequalities in relation to family income, race and colour and other social gaps that mark the Brazilian population's great heterogeneity. Evolution of access to elementary education for the 7 to 17 year old population is analysed in this research, while considering the following aspects: the sex, race/colour, geographic location, families' economic condition and appropriateness between grade and age. The Brazilian Geography and Statistics Institute's 1996 to 2005 National Home Survey (PNAD/IBGE) data was used for this. From data analysed within this period, it can be observed that the Brazilian education system's evolution took place in the sense of greater equity of access. For the first phase of elementary education, from the 1st to 4th grades, at the beginning of their schooling, it can be confirmed that universal access was reached for boys and girls; white and non-white children; residents in urban and rural areas and even for those from the poorest families. However, from the second Elementary Education phase, relevant inequality in school progression associated to family income, skin colour and geographic location persists. This phenomenon intensifies in relation to young people aged between 15 and 17 who, in principal, should be attending Secondary Education. Data analysed also showed that family income is a much more relevant factor than race/colour. This picture indicates that side by side with the challenge of universalizing access, it is essential that the question of permanence and school performance forms part of the education development agenda in Brazil, to reduce the discrepancy between age and grade, above all for the poorer sectors of the populationAbertoUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASAndrade, Cibele Yahn deTelles, Stella Maria Barbera da Silva2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/20.500.12733/10146ANDRADE, Cibele Yahn de; TELLES, Stella Maria Barbera da Silva. Universalização e eqüidade: análise da evolução do acesso à educação básica no Brasil de 1995 a 2005 . Bahia análise & dados. Salvador, BA : Superintêndencia de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, 2008. Vol. 18, n.1 (abr./jun., 2008), p. 67-77. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/10146. Acesso em: 7 mai. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1338461porreponame:Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicampinstname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-15T15:33:49Zoai:https://www.repositorio.unicamp.br/:1338461Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/requestreposip@unicamp.bropendoar:2024-02-15T15:33:49Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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