POLÍTICA DE QUOTAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA ANÁLISE DA INSERÇÃO DE POVOS INDÍGENAS, QUILOMBOLAS E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDESTE DA BAHIA (UESB)
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de Estudos Interdisciplinares |
Texto Completo: | https://revistas.ceeinter.com.br/revistadeestudosinterdisciplinar/article/view/115 |
Resumo: | Esta comunicação tem o propósito de socializar os resultados alcançados a partir de uma pesquisa realizada no ano de 2019 sobre a política de inclusão social adotada por uma universidade pública situada no interior do estado da Bahia para povos indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência. Sob a égide de universidade colorida, plural e diversa, a referida pesquisa, por meio de uma análise qualiquantitativa do sistema de quotas adotado pela UESB entre os anos de 2009 e 2017, valendo-se dos procedimentos metodológicos pesquisa bibliográfica e documental complementados pela técnica de análise de conteúdo para otratamento dos dados, culminou nos seguintes achados: em quase uma década de adoção da política de inclusão pela UESB, os povos indígenas, os quilombolas e as pessoas com deficiência representam, tão somente, 3% da totalidade do universo de discentes dos cursos de graduação, sendo mais preocupante ainda que, dos três grupos, o indígena tenha a menor representatividade (0,3%), seguido do deficiente (0,9%) e do quilombola (1,4%). É, no mínimo, paradoxal que os indígenas registrem o menor percentual de ocupação das vagas numa universidade cujos campi que a integram estão localizados na região sul da Bahia, onde há as maiores concentrações de populações indígenas no estado. A inexpressiva representatividadedesses grupos nos cursos de graduação da UESB se traduz em 83% de vagas ociosas destinadas a esses sujeitos, 37% dos que ingressaram evadiram-se e apenas 23% concluíram os seus cursos. Entretanto, ainda que esses dados sejam preocupantes, entende-se que a simples presença de sujeitos excluídos de lugares que, historicamente, estiveram à margem, representa o início da mudança do paradigma dos estereótipos negativos e a possibilidade de um novo imaginário social acerca dos povos indígenas, dos quilombolas e das pessoas com deficiência no Brasil. |
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POLÍTICA DE QUOTAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA ANÁLISE DA INSERÇÃO DE POVOS INDÍGENAS, QUILOMBOLAS E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDESTE DA BAHIA (UESB)Universidade; Política de inclusão social; Povos indígenas. Quilombolas. Pessoas com deficiência.NenhumEsta comunicação tem o propósito de socializar os resultados alcançados a partir de uma pesquisa realizada no ano de 2019 sobre a política de inclusão social adotada por uma universidade pública situada no interior do estado da Bahia para povos indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência. Sob a égide de universidade colorida, plural e diversa, a referida pesquisa, por meio de uma análise qualiquantitativa do sistema de quotas adotado pela UESB entre os anos de 2009 e 2017, valendo-se dos procedimentos metodológicos pesquisa bibliográfica e documental complementados pela técnica de análise de conteúdo para otratamento dos dados, culminou nos seguintes achados: em quase uma década de adoção da política de inclusão pela UESB, os povos indígenas, os quilombolas e as pessoas com deficiência representam, tão somente, 3% da totalidade do universo de discentes dos cursos de graduação, sendo mais preocupante ainda que, dos três grupos, o indígena tenha a menor representatividade (0,3%), seguido do deficiente (0,9%) e do quilombola (1,4%). É, no mínimo, paradoxal que os indígenas registrem o menor percentual de ocupação das vagas numa universidade cujos campi que a integram estão localizados na região sul da Bahia, onde há as maiores concentrações de populações indígenas no estado. A inexpressiva representatividadedesses grupos nos cursos de graduação da UESB se traduz em 83% de vagas ociosas destinadas a esses sujeitos, 37% dos que ingressaram evadiram-se e apenas 23% concluíram os seus cursos. Entretanto, ainda que esses dados sejam preocupantes, entende-se que a simples presença de sujeitos excluídos de lugares que, historicamente, estiveram à margem, representa o início da mudança do paradigma dos estereótipos negativos e a possibilidade de um novo imaginário social acerca dos povos indígenas, dos quilombolas e das pessoas com deficiência no Brasil.Editora CEEINTER2021-07-14info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherapplication/pdfhttps://revistas.ceeinter.com.br/revistadeestudosinterdisciplinar/article/view/115Interdisciplinary Studies Journal; Vol. 2 No. 5 (2020): Patrimônio Cultural e Imaterial: Memórias e NarrativasRevista de Estudios Interdisciplinarios; Vol. 2 Núm. 5 (2020): Patrimônio Cultural e Imaterial: Memórias e NarrativasRevista de Estudos Interdisciplinares ; v. 2 n. 5 (2020): Patrimônio Cultural e Imaterial: Memórias e Narrativas2674-8703reponame:Revista de Estudos Interdisciplinaresinstname:Centro de Estudos Interdisciplinares - CEEINTERinstacron:CEEINTERporhttps://revistas.ceeinter.com.br/revistadeestudosinterdisciplinar/article/view/115/112NenhumCopyright (c) 2021 Revista de Estudos Interdisciplinares info:eu-repo/semantics/openAccess Cardoso Alves, Daniel2021-08-23T17:36:02Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/115Revistahttps://revistas.ceeinter.com.br/revistadeestudosinterdisciplinarPRIhttps://revistas.ceeinter.com.br/revistadeestudosinterdisciplinar/oaiceeinter01@gmail.com || atendimento@ceeinter.com.br || editora@ceeinter.com.br2674-87032674-8703opendoar:2021-08-23T17:36:02Revista de Estudos Interdisciplinares - Centro de Estudos Interdisciplinares - CEEINTERfalse |
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