A competência penal para processar e julgar cidadãos comuns em coautoria com quem tem foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Nilson Marcelo dos
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do UniCEUB
Texto Completo: https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/235/8125
Resumo: O julgamento do “Mensalão” (Ação Penal nº 470) foi de suma importância para o Brasil no combate à corrupção. No entanto, a condenação dos cidadãos comuns sem foro funcional deixou uma dúvida no que diz respeito à competência do Supremo Tribunal Federal. Este trabalho visa pesquisar, na jurisprudência e doutrina, fundamentos sustentáveis da competência penal do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar cidadãos comuns acusados de cometerem crimes em co-autoria com autoridades que têm prerrogativa funcional pela atração por conexão e continência, como debatido no julgamento da Ação Penal nº 470. O Supremo Tribunal Federal tem jurisprudência consolidada sobre o assunto na Súmula nº 704. Porém, segundo a doutrina e jurisprudência, ainda minoritárias, essa súmula precisa ser revista para serem processados e julgados no Supremo Tribunal Federal apenas as autoridades com foro funcional previsto constitucionalmente (artigo 102, Constituição Federal) e os cidadãos comuns no seu juízo natural: o de 1º grau de jurisdição. A ampliação da competência por lei ordinária (Código de Processo Penal), atraindo estes cidadãos comuns, fere os princípios do juiz natural, devido processo legal, isonomia e duplo grau de jurisdição, previsto este último no Pacto de São José da Costa Rica. Os vários julgamentos do Supremo Tribunal Federal sobre desmembramentos ou não de processos penais originários não têm critérios objetivos, claros, constitucionais, sendo casuístas e com bases infraconstitucionais. Após o julgamento do “Mensalão”, parece haver uma mudança de paradigma e adoção da interpretação de direito estrito (recomendada nesta pesquisa), como corroboram dois casos analisados pelo pleno posteriormente.
id CEUB_aeb034f4ec1d3e5516466f95c06c22bd
oai_identifier_str oai:repositorio.uniceub.br:235/8125
network_acronym_str CEUB
network_name_str Repositório Institucional do UniCEUB
repository_id_str 2361
spelling Santos, Nilson Marcelo dosCarvalho, José Theodoro Corrêa de2016-02-24T17:51:25Z2016-02-24T17:51:25Z20132016-02-24https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/235/8125O julgamento do “Mensalão” (Ação Penal nº 470) foi de suma importância para o Brasil no combate à corrupção. No entanto, a condenação dos cidadãos comuns sem foro funcional deixou uma dúvida no que diz respeito à competência do Supremo Tribunal Federal. Este trabalho visa pesquisar, na jurisprudência e doutrina, fundamentos sustentáveis da competência penal do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar cidadãos comuns acusados de cometerem crimes em co-autoria com autoridades que têm prerrogativa funcional pela atração por conexão e continência, como debatido no julgamento da Ação Penal nº 470. O Supremo Tribunal Federal tem jurisprudência consolidada sobre o assunto na Súmula nº 704. Porém, segundo a doutrina e jurisprudência, ainda minoritárias, essa súmula precisa ser revista para serem processados e julgados no Supremo Tribunal Federal apenas as autoridades com foro funcional previsto constitucionalmente (artigo 102, Constituição Federal) e os cidadãos comuns no seu juízo natural: o de 1º grau de jurisdição. A ampliação da competência por lei ordinária (Código de Processo Penal), atraindo estes cidadãos comuns, fere os princípios do juiz natural, devido processo legal, isonomia e duplo grau de jurisdição, previsto este último no Pacto de São José da Costa Rica. Os vários julgamentos do Supremo Tribunal Federal sobre desmembramentos ou não de processos penais originários não têm critérios objetivos, claros, constitucionais, sendo casuístas e com bases infraconstitucionais. Após o julgamento do “Mensalão”, parece haver uma mudança de paradigma e adoção da interpretação de direito estrito (recomendada nesta pesquisa), como corroboram dois casos analisados pelo pleno posteriormente.Submitted by Haia Cristina Rebouças de Almeida (haia.almeida@uniceub.br) on 2016-02-24T17:51:25Z No. of bitstreams: 1 51201433.pdf: 318690 bytes, checksum: 9e56898ab0909efa382c21d233e46835 (MD5)Made available in DSpace on 2016-02-24T17:51:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1 51201433.pdf: 318690 bytes, checksum: 9e56898ab0909efa382c21d233e46835 (MD5)Supremo Tribunal FederalCompetência por prerrogativa de funçãoConexão e continênciaCidadão comumJuiz naturalA competência penal para processar e julgar cidadãos comuns em coautoria com quem tem foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisporreponame:Repositório Institucional do UniCEUBinstname:Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)instacron:UNICEUBinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINAL51201433.pdf51201433.pdfapplication/pdf318690https://repositorio.uniceub.br/bitstream/235/8125/1/51201433.pdf9e56898ab0909efa382c21d233e46835MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.uniceub.br/bitstream/235/8125/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXT51201433.pdf.txt51201433.pdf.txtExtracted texttext/plain170474https://repositorio.uniceub.br/bitstream/235/8125/3/51201433.pdf.txt75ecb17eaceb1148b10d047da73beda4MD53235/81252019-03-21 17:52:37.183oai:repositorio.uniceub.br:235/8125Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório de PublicaçõesPRIhttps://repositorio.uniceub.br/oai/requestopendoar:23612019-03-21T17:52:37Repositório Institucional do UniCEUB - Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A competência penal para processar e julgar cidadãos comuns em coautoria com quem tem foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal
title A competência penal para processar e julgar cidadãos comuns em coautoria com quem tem foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal
spellingShingle A competência penal para processar e julgar cidadãos comuns em coautoria com quem tem foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal
Santos, Nilson Marcelo dos
Supremo Tribunal Federal
Competência por prerrogativa de função
Conexão e continência
Cidadão comum
Juiz natural
title_short A competência penal para processar e julgar cidadãos comuns em coautoria com quem tem foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal
title_full A competência penal para processar e julgar cidadãos comuns em coautoria com quem tem foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal
title_fullStr A competência penal para processar e julgar cidadãos comuns em coautoria com quem tem foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal
title_full_unstemmed A competência penal para processar e julgar cidadãos comuns em coautoria com quem tem foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal
title_sort A competência penal para processar e julgar cidadãos comuns em coautoria com quem tem foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal
author Santos, Nilson Marcelo dos
author_facet Santos, Nilson Marcelo dos
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Santos, Nilson Marcelo dos
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Carvalho, José Theodoro Corrêa de
contributor_str_mv Carvalho, José Theodoro Corrêa de
dc.subject.por.fl_str_mv Supremo Tribunal Federal
Competência por prerrogativa de função
Conexão e continência
Cidadão comum
Juiz natural
topic Supremo Tribunal Federal
Competência por prerrogativa de função
Conexão e continência
Cidadão comum
Juiz natural
description O julgamento do “Mensalão” (Ação Penal nº 470) foi de suma importância para o Brasil no combate à corrupção. No entanto, a condenação dos cidadãos comuns sem foro funcional deixou uma dúvida no que diz respeito à competência do Supremo Tribunal Federal. Este trabalho visa pesquisar, na jurisprudência e doutrina, fundamentos sustentáveis da competência penal do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar cidadãos comuns acusados de cometerem crimes em co-autoria com autoridades que têm prerrogativa funcional pela atração por conexão e continência, como debatido no julgamento da Ação Penal nº 470. O Supremo Tribunal Federal tem jurisprudência consolidada sobre o assunto na Súmula nº 704. Porém, segundo a doutrina e jurisprudência, ainda minoritárias, essa súmula precisa ser revista para serem processados e julgados no Supremo Tribunal Federal apenas as autoridades com foro funcional previsto constitucionalmente (artigo 102, Constituição Federal) e os cidadãos comuns no seu juízo natural: o de 1º grau de jurisdição. A ampliação da competência por lei ordinária (Código de Processo Penal), atraindo estes cidadãos comuns, fere os princípios do juiz natural, devido processo legal, isonomia e duplo grau de jurisdição, previsto este último no Pacto de São José da Costa Rica. Os vários julgamentos do Supremo Tribunal Federal sobre desmembramentos ou não de processos penais originários não têm critérios objetivos, claros, constitucionais, sendo casuístas e com bases infraconstitucionais. Após o julgamento do “Mensalão”, parece haver uma mudança de paradigma e adoção da interpretação de direito estrito (recomendada nesta pesquisa), como corroboram dois casos analisados pelo pleno posteriormente.
publishDate 2013
dc.date.criacao.none.fl_str_mv 2016-02-24
dc.date.issued.fl_str_mv 2013
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-02-24T17:51:25Z
dc.date.available.fl_str_mv 2016-02-24T17:51:25Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/235/8125
url https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/235/8125
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional do UniCEUB
instname:Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)
instacron:UNICEUB
instname_str Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)
instacron_str UNICEUB
institution UNICEUB
reponame_str Repositório Institucional do UniCEUB
collection Repositório Institucional do UniCEUB
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.uniceub.br/bitstream/235/8125/1/51201433.pdf
https://repositorio.uniceub.br/bitstream/235/8125/2/license.txt
https://repositorio.uniceub.br/bitstream/235/8125/3/51201433.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 9e56898ab0909efa382c21d233e46835
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
75ecb17eaceb1148b10d047da73beda4
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional do UniCEUB - Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1809903886484373504