O fundo penitenciário nacional como promessa de viabilidade de melhorias nas prisões: uma análise da declaração do estado de coisas inconstitucional e seu impacto no ciclo da política pública penitenciária brasileira
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do UniCEUB |
Texto Completo: | https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/prefix/14488 |
Resumo: | Historicamente, a execução da pena no Brasil é terreno de afrontas sistemáticas aos direitos fundamentais dos presos. Em 1994, o Fundo Penitenciário Nacional foi criado a fim de aumentar os investimentos no setor, viabilizando melhorias. Mas diante da persistência do quadro caótico do sistema penitenciário, o Supremo Tribunal Federal reconheceu, em sede de liminar, na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 347 MC/DF, estar caracterizado um Estado de Coisas Inconstitucional. A reversão desse estado impõe a adoção de medidas abrangentes de natureza normativa, administrativa e orçamentária. Nesse último ponto, a decisão determinou a utilização eficiente dos recursos orçamentários que compõem aquele Fundo Penitenciário, determinando, de maneira simplista, o descontingenciamento das respectivas verbas. Essa determinação impulsionou politicamente o Executivo a editar a Medida Provisória nº 755/2016, que foi substituída pela Medida Provisória nº 781/2017, sendo essa convertida na Lei nº 13.500/2017. Tais normas merecem um olhar reflexivo e crítico, uma vez que sugerem o agravamento e o desvirtuamento da determinação judicial. Nesse contexto, esta dissertação tem o propósito de analisar se as normas recentemente editadas, efetivamente, destoam da decisão de descontingenciamento das verbas do referido Fundo na citada Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 347 MC/DF. Adstrito a uma instância analítica, o estudo visa, ainda, verificar se houve impacto dessa decisão no ciclo das políticas públicas. Metodologicamente, o trabalho é classificado como pesquisa bibliográfica e pesquisa documental, e os procedimentos utilizados foram: revisão bibliográfica, análise de julgados, análise das normas e análise de dados oficiais, disponibilizados por órgãos oficiais brasileiros, responsáveis por fazerem levantamentos de dados do sistema penitenciário. Os resultados demonstram que a decisão de reconhecimento do Estado de Coisas Inconstitucional impactou a política penitenciária, gerando a adoção de diversas medidas pelos demais Poderes, todas sob o pretexto de reversão desse estado. Entre elas, encontram-se as normas supramencionadas, que inseriram modificações na Lei do Fundo Penitenciário Nacional, desnaturando sua finalidade originária e afastando-se da decisão da Corte. |
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Carmona, Flávia Nunes de Carvalho Cavichioli2020-11-23T21:28:44Z2020-11-23T21:28:44Z2019-04-162020-11-13https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/prefix/14488Mello, Patrícia Perrone CamposHistoricamente, a execução da pena no Brasil é terreno de afrontas sistemáticas aos direitos fundamentais dos presos. Em 1994, o Fundo Penitenciário Nacional foi criado a fim de aumentar os investimentos no setor, viabilizando melhorias. Mas diante da persistência do quadro caótico do sistema penitenciário, o Supremo Tribunal Federal reconheceu, em sede de liminar, na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 347 MC/DF, estar caracterizado um Estado de Coisas Inconstitucional. A reversão desse estado impõe a adoção de medidas abrangentes de natureza normativa, administrativa e orçamentária. Nesse último ponto, a decisão determinou a utilização eficiente dos recursos orçamentários que compõem aquele Fundo Penitenciário, determinando, de maneira simplista, o descontingenciamento das respectivas verbas. Essa determinação impulsionou politicamente o Executivo a editar a Medida Provisória nº 755/2016, que foi substituída pela Medida Provisória nº 781/2017, sendo essa convertida na Lei nº 13.500/2017. Tais normas merecem um olhar reflexivo e crítico, uma vez que sugerem o agravamento e o desvirtuamento da determinação judicial. Nesse contexto, esta dissertação tem o propósito de analisar se as normas recentemente editadas, efetivamente, destoam da decisão de descontingenciamento das verbas do referido Fundo na citada Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 347 MC/DF. Adstrito a uma instância analítica, o estudo visa, ainda, verificar se houve impacto dessa decisão no ciclo das políticas públicas. Metodologicamente, o trabalho é classificado como pesquisa bibliográfica e pesquisa documental, e os procedimentos utilizados foram: revisão bibliográfica, análise de julgados, análise das normas e análise de dados oficiais, disponibilizados por órgãos oficiais brasileiros, responsáveis por fazerem levantamentos de dados do sistema penitenciário. Os resultados demonstram que a decisão de reconhecimento do Estado de Coisas Inconstitucional impactou a política penitenciária, gerando a adoção de diversas medidas pelos demais Poderes, todas sob o pretexto de reversão desse estado. Entre elas, encontram-se as normas supramencionadas, que inseriram modificações na Lei do Fundo Penitenciário Nacional, desnaturando sua finalidade originária e afastando-se da decisão da Corte.Submitted by denison pereira (denison.rolim@uniceub.br) on 2020-11-13T13:11:49Z No. of bitstreams: 1 61400613.pdf: 1098776 bytes, checksum: 7dd86da64295da86e25ddaeca2e80eba (MD5)Approved for entry into archive by Rodrigo Peres (rodrigo.peres@uniceub.br) on 2020-11-23T21:28:44Z (GMT) No. of bitstreams: 1 61400613.pdf: 1098776 bytes, checksum: 7dd86da64295da86e25ddaeca2e80eba (MD5)Made available in DSpace on 2020-11-23T21:28:44Z (GMT). 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