O estado de coisas inconstitucional do sistema penitenciário brasileiro: como e por que é sustentado?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/34054 |
Resumo: | A superlotação carcerária brasileira apresenta-se como uma das grandes questões que não conseguem ser sanadas com maestria pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no país. Sob esse viés, o Supremo Tribunal Federal decretou o Estado de Coisas Inconstitucional (ECI) em 2015, visando sanar as violações de direitos fundamentais às quais os presos estavam sendo expostos, através de ações coletivas que demandariam a atuação dos três poderes. Quase 10 anos se passaram, e o Brasil ainda se encontra em terceiro lugar no ranking mundial com a maior massa carcerária, apresentando aumentos consideráveis nos dados recolhidos pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN). Questiona-se, então, quais são as condicionantes existentes na sociedade brasileira que auxiliam na morosidade para a resolução da temática. Visto que, na Colômbia, país pioneiro da medida excepcional, as taxas de resolução das violações massivas após a implementação do ECI apresentam-se como promissoras. Inicialmente, o presente realizará a análise do cenário atual do cárcere brasileiro, seus objetivos e o perfil da pessoa presa. Num segundo momento, será realizado o delineamento conceitual do ECI, com o demonstrativo das motivações e os fatores que possibilitaram a sua implementação no país. Após, será abordada a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n° 347 (ADPF 347) e os argumentos utilizados nos votos dos Ministros para a declaração do ECI e implementação de algumas cautelares. Ao final, será destrinchada a discussão sobre o enraizamento da "Política da Inimizade", teoria desenvolvida pelo filósofo camaronês Achille Mbembe, na sociedade brasileira, conjuntamente com seus reflexos e sua contribuição para a manutenção do quadro calamitoso das prisões, ocasionando a não superação do Estado de Coisa Inconstitucional. Para que fosse possível a construção do presente trabalho, foi utilizada a metodologia explicativa, valendo-se como base a pesquisa bibliográfica e documental, analisando qualitativa e quantitativamente as fontes |
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Quase 10 anos se passaram, e o Brasil ainda se encontra em terceiro lugar no ranking mundial com a maior massa carcerária, apresentando aumentos consideráveis nos dados recolhidos pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN). Questiona-se, então, quais são as condicionantes existentes na sociedade brasileira que auxiliam na morosidade para a resolução da temática. Visto que, na Colômbia, país pioneiro da medida excepcional, as taxas de resolução das violações massivas após a implementação do ECI apresentam-se como promissoras. Inicialmente, o presente realizará a análise do cenário atual do cárcere brasileiro, seus objetivos e o perfil da pessoa presa. Num segundo momento, será realizado o delineamento conceitual do ECI, com o demonstrativo das motivações e os fatores que possibilitaram a sua implementação no país. Após, será abordada a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n° 347 (ADPF 347) e os argumentos utilizados nos votos dos Ministros para a declaração do ECI e implementação de algumas cautelares. Ao final, será destrinchada a discussão sobre o enraizamento da "Política da Inimizade", teoria desenvolvida pelo filósofo camaronês Achille Mbembe, na sociedade brasileira, conjuntamente com seus reflexos e sua contribuição para a manutenção do quadro calamitoso das prisões, ocasionando a não superação do Estado de Coisa Inconstitucional. Para que fosse possível a construção do presente trabalho, foi utilizada a metodologia explicativa, valendo-se como base a pesquisa bibliográfica e documental, analisando qualitativa e quantitativamente as fontesPrison overcrowding in Brazil is one of the major issues that the country's executive, legislative and judicial branches have been unable to resolve. With this in mind, the Federal Supreme Court decreed an Unconstitutional State of Affairs (ECI) in 2015, with the aim of remedying the violations of fundamental rights to which prisoners were being exposed, through class actions that would require the three branches of government to act. Almost 10 years have passed, and Brazil still ranks third in the world with the largest prison population, showing considerable increases in the data collected by the National Secretariat for Penal Policies (SENAPPEN). The question then arises as to what conditions exist in Brazilian society that help to slow down the resolution of this issue. Given that in Colombia, the country that pioneered this exceptional measure, the rates of resolution of mass violations following the implementation of the ECI are promising. Initially, this article will analyze the current scenario of Brazilian prisons, their objectives and the profile of prisoners. Secondly, the conceptual outline of the ECI will be carried out, demonstrating the motivations and factors that made its implementation possible in the country. Afterwards, the Argument for Non-Compliance with Fundamental Precept No. 347 (ADPF 347) and the arguments used in the Justices' votes for declaring the ECI and implementing some precautionary measures will be addressed. At the end, the discussion on the rooting of the "Politics of Enmity", a theory developed by Cameroonian philosopher Achille Mbembe, in Brazilian society will be unraveled, along with its reflexes and its contribution to maintaining the calamitous situation in prisons, causing the State of Unconstitutional Thing not to be overcome. In order to make this work possible, an explanatory methodology was used, based on bibliographical and documentary research, analyzing the sources qualitatively and quantitatively60 f.Ferraz, Hamilton Gonçalveshttp://lattes.cnpq.br/4038462874056018Santos, Carlos Victor Nascimento doshttp://lattes.cnpq.br/4069071203508380Fernandes, LucianaLucas, Amanda da Silva2024-08-12T12:52:44Z2024-08-12T12:52:44Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfLUCAS, Amanda da Silva. O estado de coisas inconstitucional do sistema penitenciário brasileiro: como e por que é sustentado? 2024. 60 f. 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