A RACIONALIDADE NA INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO: DO DESAFIO KELSENIANO AO DESAFIO DOS BONS ARGUMENTOS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Krell, Andreas Joachim
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Maia, Vítor Mendonça
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Opinião Jurídica (Fortaleza)
Texto Completo: https://periodicos.unichristus.edu.br/opiniaojuridica/article/view/3193
Resumo: Objetivo: Buscamos demonstrar a necessidade de superação do “desafio kelseniano” referente à pretensa impossibilidade de racionalidade na interpretação e aplicação do Direito. Procuramos questionar o modelo kelseniano de ciência para a área jurídica e investigar se há uma objetividade no uso de “bons argumentos” capaz de impor um maior padrão de racionalidade aos operadores jurídicos brasileiro no momento da tomada de decisão.Metodologia: Partimos de uma pesquisa jurídica mais tradicional (embora não dogmática), baseada em uma resenha bibliográfica crítica de doutrina nacional e estrangeira. Compreendemos a ciência jurídica como uma ciência de ação que deve oferecer caminhos teóricos viáveis para a tomada de decisões e a solução de problemas concretos.Resultados: Concluímos que a ideia de Kelsen sobre a interpretação do Direito é resultado do seu conceito positivista de ciência, baseado na comprovação empírica das ciências exatas. A sua distinção rígida entre juízos de fato e juízes de valor (inacessíveis para o conhecimento científico) e afirmação da prevalência da vontade sobre a racionalidade no ato de interpretar/aplicar uma lei entram em conflito com o dever constitucional de fundamentação racional das decisões judiciais.Contribuições: Levantamos argumentos contra uma visão relativista da interpretação do Direito, que contribui para a imprevisibilidade das decisões judiciais. Esclarecemos diferentes aspectos da teoria de Kelsen que versam sobre a interpretação e aplicação da lei que são pouco discutidas na academia do Direito brasileiro.
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Procuramos questionar o modelo kelseniano de ciência para a área jurídica e investigar se há uma objetividade no uso de “bons argumentos” capaz de impor um maior padrão de racionalidade aos operadores jurídicos brasileiro no momento da tomada de decisão.Metodologia: Partimos de uma pesquisa jurídica mais tradicional (embora não dogmática), baseada em uma resenha bibliográfica crítica de doutrina nacional e estrangeira. Compreendemos a ciência jurídica como uma ciência de ação que deve oferecer caminhos teóricos viáveis para a tomada de decisões e a solução de problemas concretos.Resultados: Concluímos que a ideia de Kelsen sobre a interpretação do Direito é resultado do seu conceito positivista de ciência, baseado na comprovação empírica das ciências exatas. A sua distinção rígida entre juízos de fato e juízes de valor (inacessíveis para o conhecimento científico) e afirmação da prevalência da vontade sobre a racionalidade no ato de interpretar/aplicar uma lei entram em conflito com o dever constitucional de fundamentação racional das decisões judiciais.Contribuições: Levantamos argumentos contra uma visão relativista da interpretação do Direito, que contribui para a imprevisibilidade das decisões judiciais. Esclarecemos diferentes aspectos da teoria de Kelsen que versam sobre a interpretação e aplicação da lei que são pouco discutidas na academia do Direito brasileiro.Objective: We seek to demonstrate the need to overcome the "Kelsenian challenge" regarding the alleged impossibility of rationality in the interpretation and application of law. We pretend to question the Kelsenian model of science for the legal area and investigate whether there is an objectivity in the use of "good arguments" capable of imposing a greater standard of rationality on Brazilian legal operators at the time of decision making.Methodology: We start from a more traditional (although not dogmatic) legal research, based on a critical bibliographic review of national and foreign doctrine. We understand legal science as a science of action that must offer viable theoretical paths for decision-making and concrete problem solving.Results: We conclude that Kelsen's idea of the interpretation of law is the result of his positivist concept of science, based on empirical proof of the exact sciences. His rigid distinction between judgments of facts and of values (inaccessible to scientific knowledge) and his affirmation of the prevalence of will over rationality in the act of interpreting/applying the law conflicts with the constitutional obligation of rational reasoning of judicial decisions.Contributions: We raise arguments against a relativistic view of the interpretation of law, which contributes to the unpredictability of judicial decisions. We clarify different aspects of Kelsen's theory that deal with the interpretation and application of the law that are little discussed in the Brazilian academy of law.Objetivo: Buscamos demostrar la necesidad de superar el "desafío kelseniano" con respecto a la supuesta imposibilidad de racionalidad en la interpretación y aplicación del derecho. Tratamos de cuestionar el modelo de ciencia kelseniana para el área jurídica e investigar si existe una objetividad en el uso de "buenos argumentos" capaces de imponer un mayor nivel de racionalidad a los operadores legales brasileños en el momento de la toma de decisiones.Metodología: Comenzamos a partir de una investigación legal más tradicional (aunque no dogmática), basada en una revisión bibliográfica crítica de la doctrina nacional y extranjera. Entendemos la ciencia jurídica como una ciencia de acción que debe ofrecer caminos teóricos viables para la toma de decisiones y la resolución concreta de problemas.Resultados: Concluimos que la idea de Kelsen de la interpretación del derecho es el resultado de su concepto positivista de la ciencia, basado en la prueba empírica de las ciencias exactas. Su rígida distinción entre las sentencias de hecho y los jueces de valor (inaccesibles para el conocimiento científico) y la afirmación de la prevalencia de la voluntad sobre la racionalidad en el acto de interpretar/aplicar una ley entra en conflicto con el deber constitucional de razonamiento racional de las decisiones judiciales.Contribuciones: Planteamos argumentos contra una visión relativista de la interpretación del derecho, que contribuye a la imprevisibilidad de las decisiones judiciales. Aclaramos diferentes aspectos de la teoría de Kelsen que se ocupan de la interpretación y aplicación de la ley que se discuten poco en la academia brasileña de derecho.Instituto para o Desenvolvimento da Educacao (Centro Universitário Christus - Unichristus)CNPqKrell, Andreas JoachimMaia, Vítor Mendonça2021-06-16info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo; pesquisa doutrináriaapplication/pdfapplication/xmlhttps://periodicos.unichristus.edu.br/opiniaojuridica/article/view/319310.12662/2447-6641oj.v19i32.p85-116.2021Revista Opinião Jurídica (Fortaleza); v. 19, n. 32 (2021); 85-116Revista Opinião Jurídica (Fortaleza); v. 19, n. 32 (2021); 85-116Revista Opinião Jurídica (Fortaleza); v. 19, n. 32 (2021); 85-116Revista Opinião Jurídica (Fortaleza); v. 19, n. 32 (2021); 85-1162447-66411806-042010.12662/2447-6641oj.v19i32.2021reponame:Revista Opinião Jurídica (Fortaleza)instname:Centro Universitário Christus (Unichristus)instacron:UNICHRISTUSporhttps://periodicos.unichristus.edu.br/opiniaojuridica/article/view/3193/1383https://periodicos.unichristus.edu.br/opiniaojuridica/article/view/3193/1399América do SulPós-modernidadeDireitos autorais 2021 Revista Opinião Jurídica (Fortaleza)http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0info:eu-repo/semantics/openAccess2021-09-17T16:47:23Zoai:ojs.unichristus.emnuvens.com.br:article/3193Revistahttps://periodicos.unichristus.edu.br/opiniaojuridicaPRIhttps://periodicos.unichristus.edu.br/opiniaojuridica/oaiopiniaojuridica01@unichristus.edu.br || secretaria.oj@unichristus.edu.br2447-66411806-0420opendoar:2021-09-17T16:47:23Revista Opinião Jurídica (Fortaleza) - Centro Universitário Christus (Unichristus)false
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Desafio kelseniano; Conceito positivista de ciência; Justificação racional; Incomensurabilidade de valorações; Bons argumentos
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