A importância da vigilância entomológica de Simulium damnosum s.l. (Diptera: Simuliidae) como um dos indicadores para o controle do nível de endemicidade, do risco de transmissão e eliminação da Oncocercose na Guiné-Bissau

• Autor(a) principal: Manjuba, Cristovão
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51542
• topic: Oncocercose na Guiné-Bissau; Cooperação Técnica; Doenças Tropicais Negligenciadas; Onchocerciasis in Guinea-Bissau; Technical Cooperation; Neglected Tropical Diseases; Oncocercose; Simuliidae; Entomologia; Doenças Negligenciadas

Desde o início da implementação das ações de luta contra a Oncocercose, após a independência do país em 1988, passaram-se quase 29 anos. As referidas ações de luta até hoje foram possíveis graças ao apoio dos parceiros no fornecimento gratuito dos medicamentos Ivermectina (Mectizan®) e Albendazol, apoio financeiro e a capacitação de recursos humanos, o que tem permitido ao país fazer face as ações de luta e de prevenção da Oncocercose. A partir do estudo de cartografia realizado, concluído nos finais de anos 90, foram descobertos dois focos endêmicos importantes, um mesoendêmico (35-60%) nas comunidades do rio Geba, e outro hipermesodêmico (>60%) no rio Corubal; por biopsia cutânea na zona leste, nomeadamente na Região de Bafatá e região de Gabu. Essa zona endêmica para Oncocercose é banhada por dois grandes Rios - Geba e Corubal, que favorecem a bioecologia do inseto vetor transmissor da doença. Ao longo dos anos, foram feitos vários estudos epidemiológicos para avaliação do impacto do tratamento, assim como de estudos de avaliação entomológica para avaliar o nível da taxa de infeção parasitaria do inseto vetor, de infectividade e do risco de transmissão A prevalência sorológica no último estudo epidemiológico em 2015, variou entre 1% a 14,92% e a entomológica mostrou que nos pontos de captura tradicionais, somente um ponto de captura no rio Corubal, mostra ainda a presença de larvas de parasitas infetantes nos Simulídeos maior que o limiar que corresponde a taxa de prevalência 3,1432 0 /00 das fêmeas capturadas. Fato que vem evidenciar a redução da transmissão da Onchocerca volvulus por S. damnosum s.l. e da cmfl (Carga de microfilária comunitária) para a Fase - 1.b para à Fase -2, segundo o quadro conceptual de APOC de eliminação de Oncocercose. Assim sendo, vê-se importante a realização de um estudo de avaliação entomologia da doença no país mais atual, o que permitirá saber se ainda existe o risco de transmissão deste parasita ao homem, sendo esta uma estratégia de vigilância para monitorar a possibilidade de recrudescência da doença. Por outro lado, foi formalizada a parceria e assistência técnica entre o Laboratório de Referência Nacional em Simulídeos, Oncocercose e Mansonelose do Instituto Oswaldo Cruz-Fiocruz e o PNLO, através do INASA, este acordo de cooperação estabelecido permitirá a formação de técnicos, troca de experiência e construção do laboratório de entomologia médica na antiga Sede do Programa de Luta Contra a Oncocercose em Gabu